O Grande Tapetão julga nesta sexta o diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein, “denunciado por incitar publicamente o ódio, ofensa e conduta contrária à disciplina e ética contra o STJD”, como justifica nota muito mal escrita expelida pelo próprio tribunal.
O que fez o dirigente gremista? Indignou-se com a decisão do STJD que absolveu, depois de enrolar a plateia durante meses, o auditor Ricardo Graiche, um dos cinco auditores que haviam condenado o Grêmio por manifestações racistas de seus torcedores contra o goleiro santista Aranha num jogo do Campeonato Brasileiro de 2014 e fora denunciado pela publicação anterior de vários comentários de teor debochadamente racista em redes sociais.
Nestor Hein criticou a hipocrisia do tribunal numa entrevista a Marcus Alves, publicada no site da ESPN Brasil :
– O Grêmio foi julgado, apedrejado pelas pessoas e viu sua torcida ser estereotipada até mesmo em horário nobre. Agora, fazem isso em uma ação de compadres – ou ‘compadrio‘, como falam aqui em Porto Alegre.
E anunciou:
– Vou ter de comparecer (ao tribunal) com um prendedor nasal em virtude de seu mau cheiro. Não temos força contra o teatro que são aqueles julgamentos.
O STJD, que absolveu auditor, muito provavelmente condenará o dirigente do Grêmio. É assim que rola a bola entre os chefões do futebol brasileiro.
Aliás, entre os 39 auditores empoleirados nas cinco comissões disciplinares e no tribunal pleno, o STJD não tem um negro sequer. No tapetão dos tapetões, como se sabe, é branquinho, branquinho.