Arquivo mensal: junho 2015

O Chile que se cuide: a Argentina desencantou

Messi e Higuaín 306 6 a 1Messi, onipresente, e Higuaín, autor do último gol, comemoram os 6 a 1 sobre o Paraguai

Ele só não fez gol. Nem precisava. Rojo, Pastore, Di Maria, em dose dupla, Agüero e Higuaín trataram de fazê-los em quantidade que deve preocupar o Chile na final do sábado em Santiago.

Mais econômico do que nos acostumamos a vê-lo nos últimos tempos com a camisa do Barça, mas também ainda mais combativo e onipresente no campo de ataque, decisivo como sempre, Messi participou dos seis gols argentinos, ora arquitetando o início da jogada, ora fazendo a assistência para a conclusão dos companheiros.

O Paraguai não deu sorte no jogo. Ficou sem Derlis González aos 20 minutos, quando já perdia por 1 a 0,  e sem Roque Santa Cruz aos 28, quando a Argentina tinha acabado de fazer o segundo. Sempre valentes e combativos, os paraguaios ainda conseguiram diminuir o placar, com um gol de Lucas Barrios aos 42 minutos.

A esperança de uma reação no segundo tempo acabou logo no primeiro minuto. Di Maria fez 3 a 1 e, dali em diante, a Argentina tratou de fazer um gol atrás do outro, trucidando os paraguaios como se estivessem mandando um recado aos chilenos que irão à final ainda esperançosos em conquistar pela primeira vez o título da Copa América, mas certamente mais desconfiados do que estavam antes que a bola rolasse esta noite em Concepción.

E se Messi tiver guardado seus golzinhos para o Estádio Nacional?

Publicidade

Cada um com seu cardápio

A edição de julho da revista GQ traz uma entrevista com Rodrigo Paiva, que assessorou craques como Romário e Ronaldo e, por mais de uma década, trabalhou como diretor de comunicação da CBF.

Na edição digital, é possível ler um pequeno trecho do material impresso. Por exemplo:

GQ – Você foi assessor na CBF por 13 anos, e saiu meses antes do escândalo de corrupção vir à tona. A CBF é corrupta?

RODRIGO PAIVA – Seria leviano dizer se há ou não há corrupção lá. Quem tem de provar isso é a Justiça. Não vi, não vivi. Tenho minha opinião. Vou fazer uma analogia. Digamos que eu seja vegetariano, mas toda quinta-feira o pessoal do trabalho vá ao Porcão. Como eles sabem que eu não como carne, não me chamam. Então, não sei, nunca fui chamado.

Uma noite de sofrimento para Tata Martino

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Pelo que se ouviu na entrevista coletiva, não será uma noite de alegria para o argentino Tata Martino:

– Não queria pegar o Paraguai. São muitas coisas em comum, muitos sentimentos, várias coisas juntas. Foi um processo longo, duas Copas Américas, um Mundial, uma relação antiga com vários jogadores. Muitos deles foram treinados por mim. Ajudei-os a crescer como jogadores e eles me ajudaram a crescer como treinador. Tiveram uma grande influência em tudo o que acontece na minha carreira.

São palavras sinceras do treinador que comandou a seleção paraguaia por quase cinco anos e a conduziu à sua melhor campanha em uma Copa do Mundo, chegando às quartas de final na África do Sul em 2010.

O problema é que hoje, no comando da seleção argentina, ele tem de enfrentar o Paraguai pela segunda vez nesta Copa América, agora valendo uma vaga na final, contra o Chile.

E do lado paraguaio, há quem não esteja tão sensibilizado assim com o drama vivido pelo argentino. O atacante Haedo Valdez, em entrevista ao site da Conmebol, dá a medida da disposição paraguaia para o confronto das 20h30 em Concepción:

– O Paraguai tem de jogar de igual para igual com a Argentina na semifinal e não se mostrar inferior, como ocorreu na fase de grupos. Contra o Brasil encaramos de outro jeito, jogamos de igual para igual.

Se jogar como jogou no primeiro tempo do 2 a 2 com os paraguaios em La Serena, pela  rodada de abertura do Grupo B, a Argentina estará garantida na final de sábado em Santiago. Se recair na bobeira que a dominou no segundo tempo, a equipe atual de Tata Martino continuará em Concepción para disputar com o Peru na sexta-feira o terceiro lugar desta Copa América.

A seleção argentina é muito, muito superior à paraguaia, principalmente no meio de campo e no ataque, mas curiosamente marcou apenas quatro gols nos quatro jogos disputados até agora na Copa América e não sai do 0 a 0 em jogos decisivos, como o desta noite, desde as semifinais da Copa do Mundo de 2014.

De lá para cá, empatou por 0 a 0 com a Holanda em 120 minutos de bola em movimento, perdeu por 1 a 0 para a Alemanha em outros 120 e, já na Copa América, empatou por 0 a 0 com a Colômbia o jogo das quartas de final.

Talvez Tata Martino devesse se preocupar mais com Messi, Agüero, Pastore, Di Maria, Lavezzi e Tévez do que com seus antigos pupilos paraguaios.

O que Robinho tem a dizer?

Encerra-se nesta terça-feira, 30 de junho, o contrato de Robinho com o Santos.

O Santos quer que ele continue, mas não faltam propostas para tirá-lo da Vila Belmiro.

Esperam os santistas que ele apareça hoje para dizer se fica ou se vai.

Atualização

Robinho apareceu à tarde no CT Rei Pelé, disse que não fica no Santos e deixou uma mensagem aos torcedores:

Torcida do Santos, queria agradecer pelo carinho e respeito. Infelizmente, não será possível a renovação do contrato, mas o Santos vai ficar sempre no meu coração.

Era mais ou menos previsível, como você leu aqui em nota postada no dia 12:  Bola com Robinho, perigo para o Santos

Não foi fácil, mas o Chile está na final da Copa América

Vargas 1 a 0 296       Vargas garante a vitória por 2  a1 sobre o Peru e coloca o Chile na decisão do título

Foi o melhor jogo desta Copa América, muito mais difícil do que os chilenos esperavam. O Peru não entregou os pontos nem depois de ficae com dez em campo, logo aos 19 minutos, quando José Argote mostrou o segundo cartão amarelo a Zambrano e tirou-o do jogo.

Muito simpático aos anfitriões, o árbitro venezuelano foi rigoroso demais com os visitantes.Enquanto o jogo era de 11 contra 11, o Peru tinha chegado mais perto de abrir o placar. Com um homem a mais, o Chile retomou passou a ditar o ritmo da partida, embora sem a volúpia ofensiva de outras jornadas.

Aos 41, novamente beneficiados pela arbitragem, os chilenos finalmente fizeram 1 a 0.

Aléxis Sanchez fez boa jogada, entrando em diagonal na área de Gallese pelo lado esquerdo, e tocou com categoria para o gol. No caminho, Aránguiz fez um corta-luz, a bola bateu no poste esquerdo de Gallese e voltou para Vargas, impedido e meio atrapalhado, tocar de leve para o gol.

Estava decidido o jogo?

Talvez, se aos 3 minutos do segundo tempo um novo erro da arbitragem não tivesse beneficiado os peruanos. Vargas fez mais um para o Chile, desta vez em posição legal, mas Argote erradamente marcou o impedimento assinalado pelo bandeirinha.

Os peruanos redobraram a disposição de procurar o empate. E, aos 15, chegaram ao 1 a 1 com um gol contra de Medel.

Demorou pouco a alegria do Peru. Três minutos depois, com um chute forte e venenoso de muito longe, Vargas surpreendeu Gallese e fez 2 a 1 para o Chile.

Foi tudo. Agora os chilenos vão torcer pelo Paraguai amanhã contra a Argentina, guardando forças, porém, para a grande final do sábado.

Que papo é esse, Capitão?

De Carlos Alberto Torres, no programa Troca de Passes, do SporTV, sobre a Seleção Brasileira:

– Tem muita coisa errada. Tem gente que diz que sou conservador, mas vi um garoto desembarcando em São Paulo, e aquilo não é jogador de seleção, é jogador de pelada. O cara de capuz na cabeça. Na Europa, você vê Neymar e todo mundo desembarcando de terninho e gravata, respeitando a instituição. Aqui, não respeitam.

O grande capitão de 1970, um dos maiores jogadores da história do futebol, que me desculpe, mas o problema da Seleção nos últimos tempos não é o estilo jovem fora de campo, mas o estilo ultrapassado exibido lá dentro.

Neymar embarca para Berlim: final da Liga dos Camepões - Foto: Miguel Ruiz/FCB

Neymar embarca para a final da Liga dos Campeões – Foto: Miguel Ruiz/FCB

Na última viagem importante feita pelo Barcelona, o voo para a final da Liga dos Campeões em Berlim, Neymar e companheiros embarcaram vestidos informalmente em jeans. E voltaram campeões. Os jogadores da Juventus foram “de terninho e gravata, respeitando a instituição”, como quer o Capitão. E, formalmente vestidos, voltaram para a Itália sem o caneco.

A elegância que está faltando à nossa Seleção é aquela que, com a bola aos pés, Carlos Alberto Torres exibiu durante duas décadas entre os aos 1960 e 1980, e craques como Neymar e Messi exibem hoje em dia.

É o Chile de Sampaoli contra o Santo Guerrero

Sampaoli: "Não podemos perder a bola"

Sampaoli elogia ataque peruano: “Não podemos perder a bola”

Um Paolo Guerrero, mesmo ajudado por Pizarro, Farfán e Cueva, não bastará ao Peru para tirar hoje do Chile de Aránguiz, Vidal, Valdivia, Alexis Sánchez e Vargas, no Estádio Nacional de Santiago, o sonho de chegar à final da Copa América, provavelmente contra a Argentina, e vencê-la.

Chegar à final, a esta altura da Copa América, não será tão difícil assim para os chilenos, haverão de concordar até os peruanos mais sensatos. Conquistar o caneco, que o Chile jamais conquistou, é que é o xis do problema.

Pelo futebol mostrado até agora nesta edição da mais antiga competição entre seleções de futebol em todo o mundo, nenhuma equipe merece mais o título do que o Chile que Jorge Sampaoli vem cuidadosamente azeitando desde 2012.

O problema dos chilenos é que o time da Argentina lhes é tecnicamente superior e tem um tal de Lionel Messi.

O estilo ofensivo e corajoso, às vezes temerário, adotado a partir de 2007 por Marcelo Bielsa e retrabalhado nos últimos anos por seu pupilo Sampaoli, implica em riscos defensivos que os argentinos não costumam perdoar.

Basta, no entanto, de levar este papo como se peruanos, hoje, e paraguaios, amanhã, não estivessem também buscando nos campos chilenos o caneco ou, pelo menos, a participação na grande final marcada para o sábado, 4 de julho.

Uma olhada no vídeo  em que a Federação Peruana de Futebol propagandeia seu otimismo nos mostra que os chilenos enfrentarão às 20h30, em seu Estádio Nacional, 11 guerreiros dispostos a provar que favoritismo não decide jogo.

Sampaoli sabe o que vem pela frente:

– O Peru tem um quarteto ofensivo muito difícil de enfrentar, com Guerrero, Farfán, Cuevas e Pizarro, e dois volantes bastante aguerridos. Não podemos perder a bola e permitir que ela chegue aos atacantes deles.

Tradução: o Chile, como tem feito até agora, vai brigar pela bola o mais próximo possível da meta de Gallese; o Peru vai apostar nos contra-ataques, esperando que eles se encerrem nos pés do seu Santo Guerrero.

Recorde de público no Brasileirão. Onde?

O domingo teve recorde de público no Brasileirão de 2015 e não foi naquele jogo que em outros tempos era conhecido como o Clássico dos Milhões.

Confira a bilheteria de cada jogo:

♦ Atlético Mineiro 1 x 0 Joinville: 55.987 pagantes

♦ Palmeiras 4 x 0 São Paulo: 29.233 pagantes

♦ Inter 1 x 0 Santos: 22.475 pagantes

♦ Vasco 1 x 0 Flamengo: 14.010 pagantes

♦ Coritiba 1 x 0 Cruzeiro: 12.395 pagantes

♦ Ponte Preta 2 x 1 Atlético Paranaense: 4.858 pagantes

♦ Goiás 1 x 2 Fluminense: 2.419 pagantes

Vale uma continha: a soma dos ingressos vendidos no Beira-Rio, na Arena Pantanal, no Couto Pereira, no Moisés Lucarelli e no Serra Dourada é de 56.157, somente 157 a mais do que os 55.987 vendidos no Mineirão.

Palmeiras vira em dois e acaba em quatro

Rafael Marques 286 xRafael Marques,  artilheiro do Palmeiras no Brasileirão, festeja os 4 a 0 sobre o São Paulo

O jogo começou equilibrado, com ligeiro predomínio são-paulino. Aos 18 minutos, Pato ate acertou o poste esquerdo de Fernando Prass.

Foi só o começo.

Aos 31, Egídio começou a aparecer no jogo. Da esquerda, rolou uma bola no meio da área para Leandro Pereira fazer 1 a 0.

Aos 40, Egídio conseguiu um escanteio. Robinho cobrou e, de cabeça, Victor Ramos fez 2 a 0.

Enquanto os palmeirenses faziam gols, os são-paulinos tocavam pacientemente a bola, tentando chegar à área de Prass.

Quem dá muito atenção aos números não vai entender o placar: foram 68% de posse do São Paulo, 32% do Palmeiras.

No segundo tempo, continuou o desequilíbrio, embora em nenhum momento o São Paulo tenha desistido do jogo. Pelo contrário, continuou tocando a bola como se não houvesse sempre um palmeirense à espreita para tomá-la e disparar rumo ao gol de Rogério Ceni.

E Egídio continuou desequilibrando. Parece que nasceu para jogar sob o comando de Marcelo Oliveira.

Aos 13, cruzou rasteiro para Rafael Marques fazer 3 a 0 e se firmar como artilheiro do Palmeiras no Brasileirão, agora com quatro gols.

Aos 26, fez um lançamento longo e cruzado para Cristaldo fechar a conta: 4 a 0 para o Palmeiras.

Rafael Marques resumiu a vitória:

– Conseguimos criar, marcar, e aproveitamos as oportunidades.

O São Paulo, que seria o líder do Brasileirão se tivesse vencido, agora é o ultimo do G-4, com os mesmos 17 pontos que o Grêmio, mas com a vantagem de um gol no saldo.

O Palmeiras é o décimo colocado, pelo menos até que se encerre Internacional x Santos, um dos jogos das 18h30.

Nos outros jogos da tarde, o Atlético Paranaense foi derrotado pela Ponte Preta em Campinas por 2 a 1  e já não pode ser encontrado no G-4. E o Cruzeiro perdeu novamente, desta vez para o Coritiba, por 1 a 0, permanecendo na metade inferior da tabela de classificação.

O Brasileirão embolou de vez: entre o líder Sport e a Ponte Preta, oitava colocada, a diferença é de apenas três pontos.