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Romário: “o mar sempre esteve, está e estará para peixe”

Romário no Twitter e no Facebook: fim do silêncio

Romário no Twitter e no Facebook: fim do silêncio

Ele andava calado nos últimos dias, o que  nunca foi de seu feitio, mas hoje tocou o trombone em suas contas no Twitter   e no Facebook,  e ilustrou a falação com a imagem reproduzida ao lado.

Entre outras coisas, disse Romário:

♦ O Brasil é um país de tantos absurdos, que eu não condeno aqueles que têm acreditado nestes roteiros sórdidos que estão sendo disseminados ao meu respeito. Peço apenas que aguardem a resposta do Ministério Público da Suíça. Aos contrários, que insistem em me atacar sem provas, já adianto: vão me pedir desculpas de novo. Sou responsável pelo que digo e escrevo, não pelo que as pessoas interpretam.

♦ Volto a afirmar: A conta Nº 032254AA, cujo extrato foi publicado na revista Veja com saldo de R$ 7,5 milhões, não é minha, NUNCA foi e, detalhe, eu não tenho conta nenhuma no banco BSI.

 Como principal interessado na verdade plena e porque me garanto, tive a iniciativa de acionar a Procuradoria Geral da República, para que eles provoquem uma investigação na Suíça (Protocolo PGR – 00306189/2015). O objetivo é esclarecer os fatos respondendo as seguintes perguntas e tudo mais que eles entenderem ser necessário:

1) A suposta conta bancária apontada pela revista VEJA, como sendo de minha no BSI, realmente existe? 2) Algum dia existiu? 3) Houve qualquer movimentação na suposta conta bancária?

♦ Reafirmo o que disse lá atrás: Não finjo ser decente e direito, eu sou. E o mar sempre esteve, está e estará para peixe.

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Ricardo Oliveira não é o problema

Ricardo Oliveira treina a mira na Fonte Nova – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Ricardo Oliveira treina a mira na Fonte Nova – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Ficou mais ou menos claro no 1 a 1 com a Argentina que Ricardo Oliveira não é a solução dos problemas ofensivos da Seleção Brasileira. Também não é o problema.

O problema não era o Fred?

Pois, depois das pífias atuações na Copa do Mundo de 2014, ele tem sido sempre solução no ataque do Fluminense. O problema da Seleção só mudou de nome.

Será a Seleção o grande problema?

Em parte, sim.

O Brasil se acostumou mal – melhor dizendo, se acostumou bem – com uma linhagem incomparável de grandes centroavantes que se encerrou com o fenômeno Ronaldo, teve antes Romário e Careca e poderia ter começado, se tão frágeis não fossem suas condições físicas, com o atleticano Reinaldo.

Sem um craque indiscutível para vestir a camisa 9, é melhor procurar novos e variados caminhos – como Dunga procurou no Monumental de Núñez ao se convencer de que, com um especialista fincado na área, o Brasil não escaparia da derrota nitidamente desenhada do primeiro até o 58º minuto do jogo com a Argentina.

Procurou e achou.

Ao trocar o estilo pouco participativo de um grande finalizador, como é o santista Ricardo Oliveira e continua sendo o tricolor Fred, pela movimentação de um meia/atacante, como é o alemão Douglas Costa e pode ser o francês Lucas ou até o russo Hulk, Dunga dá à Seleção a chance de jogar bola e não apenas disparar chutões da defesa em busca de alguém que lá na frente resolva a parada.

No futebol dos nossos dias, o jogo é jogado em todo o campo. Especialista, só o goleiro, que, mesmo assim, tem de saber sair jogando e deve reinar soberano em sua grande área, virtude que o jovem Alisson ainda não mostrou, mas essa é outra conversa. Estamos aqui falando do centroavante – talvez, mais apropriadamente, do fim do centroavante.

O centroavante é uma espécie em extinção, prenunciavam a Hungria de Hidegkuti em 1954, o Brasil de Tostão em 1970 e as várias Holandas que antecederam o fenômeno Van Basten. Em vários jogos da Copa de 2014, a campeã Alemanha  e a Holanda, terceira colocada, confirmaram: mais vale a versatilidade do que a especialização no arremate a gol.

O futebol é criação. A finalização não pode ser uma especialidade. É um fundamento técnico que se deve cobrar de todos que se aproximam do gol adversário. Foi bom que Lucas Lima, um tanto avesso à finalização, tenha feito o gol do empate com a Argentina. A Seleção precisa multiplicar os seus goleadores.

E tem de se preparar para tal realidade, escalando como parceiro de Neymar um atacante que também se movimente muito, participe do jogo em todo o campo e lhe faça companhia nas cercanias da área.

É mais ou menos o que Gabigol tem feito no Santos e no time olímpico que se prepara para a Rio 2016. Talvez, mais tarde, possa ser uma opção para Dunga fazer este time do Brasil jogar.

Não podemos, porém, esperar o futuro chegar. Amanhã, tem Peru.

Assim falou Romário

Romário: “É preciso agradecer ao FBI"

Romário: “É preciso agradecer ao FBI”

Pitacos de Romário em entrevista ao correspondente Éric Frosio, publicada hoje pelo jornal L’Équipe (para ler em francês, pagando € 0,99, clique aqui):

♦ Platini colaborou muitos anos com esta máfia na Fifa. Não digo que ele é corrupto, mas foi contaminado pelo sistema. Se for eleito, poderá manter tudo isto e a Fifa vai continuar sendo a merda que vemos hoje.

♦ É preciso agradecer ao FBI pelo trabalho que tem questionado os dirigentes da Fifa.

♦ O Brasil não tem nenhum jogador digno de vestir a camisa 9.

♦ As outras seleções são ainda piores do que o Brasil. Portanto, tenho certeza de que vamos nos classificar para a Copa.

Valdívia não é Romário

Valdívia:

Valdívia: “Quando não faço o gol, eu acho que não jogo bem”

Um dos destaques na vitória por 2 a 1 sobre o Sport na noite deste sábado, como tem sido em quase todos os jogos do Internacional, Valdívia saiu do Beira-Rio discordando dos elogios recebidos com um argumento muito peculiar:

Quando não faço o gol, eu acho que não jogo bem.

O mato-grossense Wanderson Ferreira de Oliveira, que está completando 21 anos neste domingo, é um meia veloz e habilidoso, conhecido nos campos de futebol como Valdívia graças à semelhança física com o meia chileno, mas se parece mais com o brasileiro Romário ao desdenhar dos elogios à sua boa atuação na vitória que, pelo menos temporariamente, mantém o Inter com chances de ainda chegar ao G-4 no Brasileirão.

Matador preciso e refinado, com mais de mil gols contabilizados na carreira, o atacante Romário podia limitar suas andanças à grande área e cercanias para decidir jogos, fáceis ou difíceis, do seu time e da Seleção. Quando resolvia trabalhar em todo o campo de ataque, o que era raro, transformava-se em craque completo, incomparável.

Quando voltou à Seleção em 26 de fevereiro de 1997, encerrando um distanciamento de dois anos e meio após a conquista do tetra nos Estados Unidos, Romário de Souza Faria multiplicou-se por todo o extenso gramado do Serra Dourada, fez e desfez, mandou no jogo, levando o público de 49.546 pagantes ao delírio na vitória sobre a Polônia por 4 a 2, com dois gols de Giovanni e dois do fenômeno Ronaldo.

Por pura coincidência, nos encontramos depois do jogo no elevador do hotel em que estávamos hospedados. Ainda entusiasmado com a exibição do mais atrevido Baixinho de nosso futebol, comentei:

– Que partida, Romário! Você estraçalhou.

– Mas não fiz gol – lamentou-se o craque.

Alguns meses depois, numa longa conversa antes de um jogo do Torneio da França em Lion, voltei a comentar aquela noite em Goiânia e Romário logo me interrompeu:

– Benevides, põe uma coisa em sua cabeça: eu nunca entro em campo para jogar bem. Entro em campo para fazer gol.

O meia Valdívia, com cinco gols marcados neste Brasileirão, não pode se dar a esse luxo.

Palmeiras e Vasco enfrentam tabus históricos

Depois de perder para o Inter, o Goiás, o Atlético Mineiro, o Coritiba e o Cruzeiro os últimos cinco jogos que disputou fora de casa, o Palmeiras visita hoje o Fluminense no Maracanã, às 19h30, obrigado a vencer para não sair da vizinhança do G-4.

A história do confronto também não favorece as pretensões palmeirenses. Na última vez que venceu o Fluminense pelo Brasileirão no Rio, o Palmeiras ainda tinha Edmundo no ataque. Foi em 2007.

É verdade, em compensação, que o retrospecto recente do Flu encoraja qualquer adversário: são cinco derrotas, duas em casa, e um empate.

Tem um cheirinho de empate no ar.

No Mineirão, depois de vencer os dois últimos jogos, o Vasco tentará um feito inédito a partir das 22 horas: emplacar a terceira vitória consecutiva neste Brasileirão.

O adversário é o Cruzeiro, que também faz uma campanha ruim e, se for derrotado hoje, pode até fechar a 26ª rodada no Z-4, dependendo dos resultados de Goiás, Figueirense e Coritiba. A esperança do atual bicampeão brasileiro é reeditar os bons momentos vividos em alguns jogos recentes, já sob o comando de Mano Menezes.

A história também joga contra o Vasco. A última vitória vascaína sobre o Cruzeiro no Mineirão aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2000 – 3 a 1, com direito a gol do atual senador Romário de Souza Faria.

O jogo foi pelas semifinais do Brasileirão, pois ainda não tinha sido adotada a fórmula dos pontos corridos; Jorginho, o técnico atual, era o lateral direito e o Vasco encerrou a temporada como campeão brasileiro.

Eram outros tempos.

Eurico vai ver a Segundona da Sibéria

O Vasco teve muito mais posse de bola, uns 60%, mas este talvez seja o problema: o time não sabe o que fazer com ela, principalmente quando chega à área adversária.

Perdeu vários gols até que, aos 48 minutos, Marcão aproveitou um contra-ataque e fulminou Martín Silva.

Resultado: 1 a 0 para o Figueirense no Maracanã e, no mínimo, mais duas rodadas na lanterna do Brasileirão.

São sete jogos seguidos sem uma única vitória, o sexto sem marcar um golzinho sequer.

Talvez por isso, Jorginho tenha apelado para a família Souza Faria e, aos 38 do segundo tempo, pôs Romarinho em campo. Neste time do Vasco, porém, nem papai Romário daria jeito.

Eurico Miranda vai acompanhar a Segundona de 2016 da Sibéria.

Isto é Romário em estado puro

Duas ou três coisas ditas por Romário ao repórter Rafael Andery, que você pode ler na revista Serafina que está nas bancas com a Folha de S.Paulo deste domingo, 26 de julho, ou simplesmente clicando aqui:

“Essa geração é uma merda. Tem o Neymar, o Neymar e o Neymar.”

“Tudo tem um limite. E o futebol brasileiro chegou ao seu.”

“Eu não tenho meia palavra, não levo três minutos pra falar uma coisa que pode ser falada em cinco segundos.”

Rafael Andery lhe lembra, a certa altura da conversa, que, como jogador, ele jamais tocaria a bola para um companheiro se tivesse 0,1% de chance de fazer um gol, e Romário não desconversa:

“Não daria o gol nem para a Ivy. Ela teria que esperar a próxima.”

Ivy, de 10 anos, é filha caçula e xodó de Romário, tem síndrome de Down e acompanhou a entrevista em Brasília.

Senado aprova MP do Futebol em votação simbolica

É significativo: a Medida Provisória que parcela em 20 anos as dívidas dos clubes de futebol com o governo federal foi aprovada pelo Senado em votação simbólica.

Três opiniões definem bem o simbolismo da medida.

 Bom Senso: “As medidas não resolvem tudo, mas dão o impulso inicial à mudança”.

Romário, que votou contra a Medida: “Muitas pessoas que defendem veementemente a MP hoje serão convocadas para prestar esclarecimentos na CPI do Futebol”.

Zezé Perrela, que também é senador sem jamais deixar de ser cartola: “Precisávamos dessa medida para tirar o clubes da situação de penúria em que eles estavam.”

A bola agora está com a presidente Dilma, que provavelmente sancionará a Medida aprovada pelo Câmara e pelo Senado.

Cada um com seu cardápio

A edição de julho da revista GQ traz uma entrevista com Rodrigo Paiva, que assessorou craques como Romário e Ronaldo e, por mais de uma década, trabalhou como diretor de comunicação da CBF.

Na edição digital, é possível ler um pequeno trecho do material impresso. Por exemplo:

GQ – Você foi assessor na CBF por 13 anos, e saiu meses antes do escândalo de corrupção vir à tona. A CBF é corrupta?

RODRIGO PAIVA – Seria leviano dizer se há ou não há corrupção lá. Quem tem de provar isso é a Justiça. Não vi, não vivi. Tenho minha opinião. Vou fazer uma analogia. Digamos que eu seja vegetariano, mas toda quinta-feira o pessoal do trabalho vá ao Porcão. Como eles sabem que eu não como carne, não me chamam. Então, não sei, nunca fui chamado.

Artilheiros fazem dobradinha contra presidente da CBF

Romário e Ronaldo 36Romário e Ronaldo retomam parceria dos campos e pedem que Del Nero deixe a CBF

Em tom menos estridente do que o do senador Romário, o fenômeno Ronaldo concedeu hoje uma entrevista coletiva e aderiu, sem subterfúgios, à campanha por mudanças imediatas na CBF:

– Adoraria que Del Nero renunciasse também. Ele não tem dado grandes exemplos. É evidente a relação com Marin. Seria bom momento para renunciar, mas vamos aguardar as investigações.

Não é será fácil para o presidente da CBF encarar esta dupla de ataque, protagonistas das Copas do Mundo de 1994 e 2002, as últimas conquistadas pelo futebol brasileiro.