Está explicado por que o Santos de Lucas Lima não desiste de repatriar Paulo Henrique Ganso: Dorival Júnior pensa em escalá-lo como segundo volante.
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Ricardo Oliveira não é o problema
Ficou mais ou menos claro no 1 a 1 com a Argentina que Ricardo Oliveira não é a solução dos problemas ofensivos da Seleção Brasileira. Também não é o problema.
O problema não era o Fred?
Pois, depois das pífias atuações na Copa do Mundo de 2014, ele tem sido sempre solução no ataque do Fluminense. O problema da Seleção só mudou de nome.
Será a Seleção o grande problema?
Em parte, sim.
O Brasil se acostumou mal – melhor dizendo, se acostumou bem – com uma linhagem incomparável de grandes centroavantes que se encerrou com o fenômeno Ronaldo, teve antes Romário e Careca e poderia ter começado, se tão frágeis não fossem suas condições físicas, com o atleticano Reinaldo.
Sem um craque indiscutível para vestir a camisa 9, é melhor procurar novos e variados caminhos – como Dunga procurou no Monumental de Núñez ao se convencer de que, com um especialista fincado na área, o Brasil não escaparia da derrota nitidamente desenhada do primeiro até o 58º minuto do jogo com a Argentina.
Procurou e achou.
Ao trocar o estilo pouco participativo de um grande finalizador, como é o santista Ricardo Oliveira e continua sendo o tricolor Fred, pela movimentação de um meia/atacante, como é o alemão Douglas Costa e pode ser o francês Lucas ou até o russo Hulk, Dunga dá à Seleção a chance de jogar bola e não apenas disparar chutões da defesa em busca de alguém que lá na frente resolva a parada.
No futebol dos nossos dias, o jogo é jogado em todo o campo. Especialista, só o goleiro, que, mesmo assim, tem de saber sair jogando e deve reinar soberano em sua grande área, virtude que o jovem Alisson ainda não mostrou, mas essa é outra conversa. Estamos aqui falando do centroavante – talvez, mais apropriadamente, do fim do centroavante.
O centroavante é uma espécie em extinção, prenunciavam a Hungria de Hidegkuti em 1954, o Brasil de Tostão em 1970 e as várias Holandas que antecederam o fenômeno Van Basten. Em vários jogos da Copa de 2014, a campeã Alemanha e a Holanda, terceira colocada, confirmaram: mais vale a versatilidade do que a especialização no arremate a gol.
O futebol é criação. A finalização não pode ser uma especialidade. É um fundamento técnico que se deve cobrar de todos que se aproximam do gol adversário. Foi bom que Lucas Lima, um tanto avesso à finalização, tenha feito o gol do empate com a Argentina. A Seleção precisa multiplicar os seus goleadores.
E tem de se preparar para tal realidade, escalando como parceiro de Neymar um atacante que também se movimente muito, participe do jogo em todo o campo e lhe faça companhia nas cercanias da área.
É mais ou menos o que Gabigol tem feito no Santos e no time olímpico que se prepara para a Rio 2016. Talvez, mais tarde, possa ser uma opção para Dunga fazer este time do Brasil jogar.
Não podemos, porém, esperar o futuro chegar. Amanhã, tem Peru.
Lucas Lima enquadra emoção do primeiro gol
Emocionado com o primeiro gol marcado pela Seleção, Lucas Lima passou o sábado recolhendo o autógrafo de todos os companheiros do 1 a 1 com a Argentina na camisa que usou no Monumental de Núñez:
– Vou fazer um quadro para pendurar lá em casa. Sempre sonhei com esse momento. Vai ficar eternizado.
Seleção escapa de desastre na Argentina
Rola a bola no Monumental de Núñez. O Brasil começa no sistema 10-Neymar. E tome bola esticada da linha de defesa para o ataque e sempre retomada pela Argentina, que explora a avenida Filipe Luís e vai criando pela direita de seu ataque sucessivas chances de finalização contra Alisson.
Até os 15 minutos, é como se o Brasil não tivesse meio de campo.
Como tem sido comum nos últimos jogos da Seleção, com exceção do bom primeiro tempo contra o Chile na abertura destas Eliminatórias, há um enorme vazio entre a linha do meio do campo e a entrada da área que a Argentina explora muito bem em suas manobras ofensivas.
Já são 25 minutos de jogo. Como é mesmo o nome do goleiro argentino?
E quem é aquele moço espigado, não tão moço assim, que veste a camisa 9 do Brasil e ainda não teve nenhum contato com a bola?
Passam-se mais dez minutos e, de tanto evoluir livremente pelo lado esquerdo da defesa brasileira, a Argentina faz 1 a 0: Higuaín, como se fosse ponta, cruza para Lavezzi, como se fosse centroavante, tocar para as redes. Alguém viu Filipe Luís por aí? Procurando-o, David Luiz nem viu Lavezzi.
Daqui a pouco, acaba o primeiro tempo e a gente vai continuar sem saber quem é o moço da camisa 9 amarela e como é o nome do goleiro argentino.
Acabou. E quase a Argentina faz 2 a 0 logo aos 2 minutos do segundo. Daniel Alves impediu o primeiro arremate de Banega, o poste direito de Allisson salvou o segundo. É como já disse um certo Francisco: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro.
É preciso, porém, que Neymar ajude. Ninguém ganha jogo sozinho, nem a Divina Providência.
Aos 8, o capitão finalmente aparece no jogo e arrisca de fora da área um chute que assusta Romero. Pelo menos, a gente já sabe o nome do goleiro argentino.
Aos 11, Dunga tira o moço da camisa 9 e bota em campo Douglas Costa, com a 7.
Os céus reconhecem o esforço brasileiro para mudar as coisas. Um minuto depois, Neymar estica a bola para Daniel Alves na direita. O lateral cruza com veneno e Douglas Costa cabeceia no travessão. A bola sobra para Lucas Lima, que, de canhota, emenda para o gol: 1 X 1.
– Eu chutei para o chão procurando dificultar o goleiro – explicaria, mais tarde, o craque santista.
Agora, sim. Aos poucos, o jogo fica mais equilibrado.
Com um cartão amarelo, Lucas Lima é substituído por Renato Augusto aos 18 minutos. O meio de campo do Brasil, mais consistente, passa a tocar a bola, a Argentina se encolhe um pouco, Willian finalmente aparece nas jogadas de ataque.
Depois do primeiro tempo desastroso, o 1 a 1 acabou sendo um bom negócio para a Seleção, mais uma vez prejudicada, nos últimos minutos, por repetidas mancadas de David Luiz, que recebeu o cartão vermelho após duas faltas violentas e estará fora do jogo contra o Peru na terça-feira em Salvador. Talvez não seja má notícia.
A torcida quer saber
Se o Santos quer tanto o retorno de Paulo Henrique Ganso em 2016, como se tem insistentemente falado nas últimas horas, a torcida deve entender que Lucas Lima está de saída para jogar no futebol europeu, como vem dizendo o empresário Wagner Ribeiro?
Um dia não resolve problema de Corinthians e Santos
A CBF informa que adiou para o dia 19, quinta-feira, os jogos Vasco x Corinthians e Santos x Flamengo, marcados anteriormente para o dia 18, apenas 24 horas depois de Brasil x Peru em Salvador.
O Corinthians tem quatro jogadores na Seleção – Cássio, Gil, Elias e Renato Augusto – e o Santos tem dois – Lucas Lima e Ricardo Oliveira.
O adiamento é mais do que justificado, mas insuficiente, pois o intervalo entre o fim de Brasil x Peru e começo dos dois jogos do Brasileirão será de menos de 48 horas.
Pergunte a um fisiologista o que isso significa para a musculatura dos jogadores…
O problema é que a CBF cuida mais do fisiologismo do que da fisiologia.
Rogério Ceni será canonizado se o São Paulo for à final
O torcedor são-paulino talvez se lembre de que seu time perdeu para os reservas do Ceará por 2 a 1, no Morumbi, o primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil e deu o troco uma semana depois vencendo em Fortaleza por 3 a 0.
E daí?
É exatamente o placar que o São Paulo precisa fazer nesta quarta-feira, 28, em Santos para chegar à final da competição.
Não se trata, então, de sonho impossível, há de pensar o tricolor mais animado.
Impossível não é, mas a Vila Belmiro não é o Castelão e o Santos de Vanderlei, Renato, Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabigol não é o Ceará de Luís Carlos, Tiago Cametá, Wescley, Carlão e Siloé.
Sofrer três gols na Vila é coisa que nesta temporada só aconteceu ao Santos contra o Grêmio, pela 11ª rodada do Brasileirão, jogo em que Geuvânio foi expulso aos 28 minutos do primeiro tempo por ter retornado ao campo após entender erradamente uma confusa sinalização do árbitro Felipe Gomes da Silva.
O placar do jogo foi 3 a 1, o suficiente hoje para levar para os pênaltis a briga pela vaga nas finais da Copa do Brasil, e o técnico do Santos ainda era Marcelo Fernandes.
Fazer três gols fora de casa nesta temporada, além dos 3 a 0 no Castelão, é algo que o São Paulo só conseguiu contra a Penapolense, pelo Paulistão, e contra o Vasco, em Brasília, pela 12ª rodada do Brasileirão. Era o Vasco de Celso Roth, e o São Paulo de Juan Carlos Osorio lhe enfiou 4 a 0.
Desde aquela derrota para o Grêmio em 5 de julho, o Santos venceu todos os 14 jogos que disputou na Vila – 11 pelo Brasileirão, três pela Copa do Brasil. Aliás, em 11 jogos nesta Copa do Brasil, o Santos empatou apenas um, com o Maringá, e venceu os outros dez, incluindo os dois com o Corinthians.
Nos 32 jogos que fez em casa em 2015, o Santos só não marcou gol em um, justamente contra o São Paulo, em 11 de fevereiro, pelo Paulistão. Foi 0 a 0. Muricy Ramalho ainda era o técnico tricolor.
Campeão da Libertadores, campeão mundial de clubes, três vezes campeão brasileiro, o goleiro do São Paulo jamais conquistou o título da Copa do Brasil. É por isso que Alan Kardec, falando por muitos de seus companheiros, prometeu há poucos dias:
– Vamos jogar por nós, pela torcida e pelo Rogério. Um título como o da Copa do Brasil marca a vida da gente.
Se o São Paulo reverter hoje a desvantagem na Vila Belmiro, Doriva e comandados entrarão para a história e Rogério Ceni será canonizado antes de pendurar as luvas.
É mais fácil o Vasco escapar ao rebaixamento no Brasileirão. Muito mais fácil.
Santos complica a vida no Brasileirão
É impressionante, tanto quanto renitente, a incompetência do Santos para fazer valer sua força ofensiva fora de casa.
Foi o que se viu mais uma vez no começo da noite em Florianópolis. Pelo que não jogou no primeiro tempo e pelo pouco que mostrou no segundo, o Santos até pode comemorar o 0 a 0 com o Figueirense.
E deve agradecê-lo em boa parte ao goleiro Vanderlei, que fez duas ou três defesas salvadoras ao longo dos 90 minutos de algum suor e pouca inspiração dos dois times.
Foi o sétimo empate do Santos como visitante em 16 jogos neste Brasileirão, com apenas uma vitória e nove derrotas. Está explicado por que corre sério risco de cair fora do G-4 ainda nesta noite. Basta que o Palmeiras vença o Sport.
Mesmo que se mantenha em quarto lugar, agora com 50 pontos, o Santos complicou muito a sua vida no campeonato.
Em Porto Alegre, o Inter venceu o Joinville por 1 a 0 e também chegou aos 50 pontos, igualmente com 14 vitórias, atrás apenas no saldo de gols. A diferença é grande: o Santos tem 15 de saldo, o Inter tem um de déficit.
Além do Palmeiras, que pode ultrapassá-lo daqui a pouco, o Santos pode ser alcançado na pontuação por mais dois perseguidores, ambos ainda com 47 pontos, no domingo – o São Paulo, que pegará o Coritiba no Couto Pereira, e a Ponte Preta, que enfrentará o vice-líder Atlético Mineiro no Independência.
Para o Santos, pior ainda do que o resultado no Orlando Scarpelli talvez seja a demonstração clara de que Lucas Lima começar a dar sinais de que lhe está pesando fisicamente a maratona de jogos pelo time e pela Seleção e de que o garoto Geuvânio voltou totalmente fora de ritmo.
São fatores que podem pesar até nos jogos finais da Copa do Brasil.
O problema do Brasil é a williandependência
Willian acabou com qualquer veleidade venezuelana de vir a aprontar alguma graça no Castelão logo no primeiro minuto do jogo. Contou com a colaboração do goleiro Baroja, como estava no script. Baroja sempre colabora com os adversários.
O 1 a 0 deu tranquilidade à Seleção, mas não serviu para lhe dar um mínimo de fluência em campo. O Brasil foi melhor durante quase todo o primeiro tempo, mas mostrou um futebol de soluços, marcado por quatro ou cinco boas arrancadas, algumas tentativas frustradas de bola em profundidade, pouca troca de passes e muita pressa em se livrar da bola.
O que fez a diferença, além de mais uma boa atuação de Willian, foi a disparidade técnica entre os dois times.
Aos 41, Willian fez 2 a 0, desta vez com a colaboração efetiva do companheiro Oscar, que espertamente deixou passar a bola rolada da esquerda para o meio da área pelo lateral Filipe Luis. Willian dominou a bola e, com mais precisão do que força, colocou-a no canto direito de Baroja.
Willian 2 x 0 Venezuela. Parecia que a fatura estava liquidada, tanto que um venezuelano lhe foi pedir a camisa 19 antes que ele descesse para o vestiário no intervalo.
E o Brasil voltou um pouco mais elétrico. Aos 16, depois de uma tabela com Ricardo Oliveira, Oscar invadiu a área venezuelana pela meia esquerda e poderia ter feito 3 a 0 se não optasse por cortar para dentro a bola que deveria ter chutado de canhota.
O castigo veio, três minutos depois, no terceiro escanteio cobrado pelos venezuelanos com algum perigo para a defesa brasileira. O estreante Alisson já tinha feito uma boa defesa numa bola cabeceada por Seijas, mas, aos 19 minutos, também de cabeça, Christian Santos diminuiu a vantagem brasileira para 2 a 1.
Vaiado pela torcida, Oscar foi substituído por Lucas Lima. O Brasil ganhou novo ritmo, passou a mostrar a fluência ofensiva que não tinha e fez 3 a 1 aos 28 minutos – gol de Ricardo Oliveira, aproveitando cruzamento de Douglas Costa após receber boa bola de Lucas Lima.
Douglas Costa já estava marcado para sair. Saiu e entrou Kaká, pedido em coro pela animada gente cearense que não chegou a lotar o Castelão.
Não foi uma noite brilhante, mas a Seleção sai do Ceará de bem com a torcida.
Ou agora vão dizer que o problema do Brasil é a williandependência?
Ainda bem que Dunga não é mais aquele
O gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri foi um volante com recursos técnicos que muita gente não reconhece e é uma pessoa mais bem humorada no dia a dia do que muita gente acha. Nunca teve, porém, jogo de cintura – nem no campo nem na vida. Talvez por isso muitos confundam com dureza o que é apenas falta de malemolência.
De Dunga, como é conhecido o atual treinador da Seleção, não se esperem grandes surpresas, principalmente na escolha dos jogadores para uma competição oficial.
Era assim, mas parece que Dunga não é mais aquele. Que bom! Um certo jogo de cintura não faz mal a ninguém.
Dunga chamou Renato Augusto para a Seleção que vai enfrentar o Chile e a Venezuela nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018. Fez muito bem, pois o meia do Corinthians é um dos principais destaques do futebol brasileiro jogado em qualquer parte do vasto no mundo da bola.
O surpreendente, segundo o molde Dunga de ser e trabalhar, é que Renato Augusto tenha sido convocado diretamente para dois jogos oficiais de uma competição decisiva para o futuro do nosso futebol. Isso é coisa que Dunga não fazia. Tinha método em sua insistência: primeiro, o teste; mais tarde, a efetivação.
Com Renato Augusto e/ou Lucas Lima na Seleção, podemos acreditar que aquele meio de campo sem jogo de cintura e sem inspiração que nos levou ao fracasso na Copa do Mundo e na Copa América é coisa do tempo em que Dunga ainda era aquele e até lembrava um pouco o Felipão.
Agora que Dunga não é mais aquele, esperamos um time mais inspirado e criativo no mês que vem, contra o Chile no dia 5 e contra a Venezuela no dia 13.
Os 23 de Dunga
Goleiros
Jefferson – Botafogo
Marcelo Grohe – Grêmio
Alisson – Internacional
Zagueiros
David Luiz – Paris Saint Germain
Miranda – Inter de Milão
Marquinhos – Paris Saint Germain
Gil – Corinthians
Laterais
Fabinho – Monaco
Rafinha – Bayern de Munique
Filipe Luis – Atlético de Madrid
Marcelo – Real Madrid
Volantes e Meias
Luiz Gustavo – Wolfsburg
Fernandinho – Manchester City
Elias – Corinthians
Renato Augusto – Corinthians
Lucas Lima – Santos
Oscar – Chelsea
Willian – Chelsea
Philippe Coutinho – Liverpool
Atacantes
Firmino – Liverpool
Hulk – Zenit
Lucas – Paris Saint Germain
Douglas Costa – Bayern de Munique