
Willian, Lucas Lima e Neymar: Brasil reage no fim – Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Rola a bola no Monumental de Núñez. O Brasil começa no sistema 10-Neymar. E tome bola esticada da linha de defesa para o ataque e sempre retomada pela Argentina, que explora a avenida Filipe Luís e vai criando pela direita de seu ataque sucessivas chances de finalização contra Alisson.
Até os 15 minutos, é como se o Brasil não tivesse meio de campo.
Como tem sido comum nos últimos jogos da Seleção, com exceção do bom primeiro tempo contra o Chile na abertura destas Eliminatórias, há um enorme vazio entre a linha do meio do campo e a entrada da área que a Argentina explora muito bem em suas manobras ofensivas.
Já são 25 minutos de jogo. Como é mesmo o nome do goleiro argentino?
E quem é aquele moço espigado, não tão moço assim, que veste a camisa 9 do Brasil e ainda não teve nenhum contato com a bola?
Passam-se mais dez minutos e, de tanto evoluir livremente pelo lado esquerdo da defesa brasileira, a Argentina faz 1 a 0: Higuaín, como se fosse ponta, cruza para Lavezzi, como se fosse centroavante, tocar para as redes. Alguém viu Filipe Luís por aí? Procurando-o, David Luiz nem viu Lavezzi.
Daqui a pouco, acaba o primeiro tempo e a gente vai continuar sem saber quem é o moço da camisa 9 amarela e como é o nome do goleiro argentino.
Acabou. E quase a Argentina faz 2 a 0 logo aos 2 minutos do segundo. Daniel Alves impediu o primeiro arremate de Banega, o poste direito de Allisson salvou o segundo. É como já disse um certo Francisco: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro.
É preciso, porém, que Neymar ajude. Ninguém ganha jogo sozinho, nem a Divina Providência.
Aos 8, o capitão finalmente aparece no jogo e arrisca de fora da área um chute que assusta Romero. Pelo menos, a gente já sabe o nome do goleiro argentino.
Aos 11, Dunga tira o moço da camisa 9 e bota em campo Douglas Costa, com a 7.
Os céus reconhecem o esforço brasileiro para mudar as coisas. Um minuto depois, Neymar estica a bola para Daniel Alves na direita. O lateral cruza com veneno e Douglas Costa cabeceia no travessão. A bola sobra para Lucas Lima, que, de canhota, emenda para o gol: 1 X 1.
– Eu chutei para o chão procurando dificultar o goleiro – explicaria, mais tarde, o craque santista.
Agora, sim. Aos poucos, o jogo fica mais equilibrado.
Com um cartão amarelo, Lucas Lima é substituído por Renato Augusto aos 18 minutos. O meio de campo do Brasil, mais consistente, passa a tocar a bola, a Argentina se encolhe um pouco, Willian finalmente aparece nas jogadas de ataque.
Depois do primeiro tempo desastroso, o 1 a 1 acabou sendo um bom negócio para a Seleção, mais uma vez prejudicada, nos últimos minutos, por repetidas mancadas de David Luiz, que recebeu o cartão vermelho após duas faltas violentas e estará fora do jogo contra o Peru na terça-feira em Salvador. Talvez não seja má notícia.