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Del Nero sai da Fifa e Ronaldo pede que deixe também CBF

Marco Polo Del Nero não faz mais parte do Comitê Executivo da Fifa.

Desgostoso com o resto do mundo desde que o parceiro José Maria Marin e vários outros dirigentes do futebol internacional foram presos em Zurique, a ponto de se recusar a sair do Brasil até para ir ao Paraguai, o presidente da CBF se reuniu hoje de manhã no Rio com dirigentes da Conmebol para acertar que seu vice Fernando Sarney o substituirá nos altos escalões da Fifa.

Agora vão pipocar os pedidos para que Del Nero saia também da CBF. Ronaldo, o Fenômeno, abriu a lista:

– Eu acho que ele deve sair. Ele tem evitado ir aos jogos, parece que está fugindo de alguma coisa.

Do que fugiria o presidente Marco Polo Del Nero?

Talvez o FBI saiba.

Atualização

Somente às 15h57, o site da CBF  publicou a informação, em Nota Oficial:

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, comunica que solicitou, nesta quinta-feira (26), junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) o seu desligamento do Comitê Executivo da FIFA. Indicou para a sua vaga o vice-presidente da CBF, Fernando Sarney, cujo nome foi aprovado por unanimidade na reunião desta manhã.

Del Nero informa também que permanecerá com sua cadeira no Comitê Executivo da Conmebol e que, neste momento, optou por dar atenção integral aos debates e temas do futebol brasileiro.

 Há pouco mais de um mês, no dia 11 de outubro, em outra Nota Oficial  a CBF tinha publicado:

Não procede a informação que Marco Polo Del Nero tenha ameaçada sua posição no Comitê Executivo da FIFA.

Procedia, confirmou-se hoje. Naquela Nota, a CBF dizia ainda:

Não há nenhuma prova de que Marco Polo Del Nero seja investigado pelo FBI. Vale lembrar, quando existente, uma investigação não significa uma condenação.

Aguardam-se novas Notas Oficiais.

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Copa América vai festejar os 100 anos nos EUA

Atenção, atenção: a alta cartolagem da Conmebol e da Concacaf reuniu-se nesta sexta-feira em Miami e confirmou a realização da edição de 100 anos da Copa América no ano que vem nos Estados Unidos.

Em comunicado conjunto, as confederações informam que a competição terá “uma estrutura totalmente nova para cuidar das operações e das finanças do torneio”.

Tradução: o pessoal que já foi pego pelo FBI está fora.

Os tempos são outros, prometem Conmebol e Concacaf: “Uma melhor estrutura de controle vai proporcionar uma maior prestação de contas e transparência do evento”.

E mais: “Todas as partes envolvidas na Copa América Centenário concordaram em formar um novo Comitê Executivo, composto por dois representantes da Conmebol, dois representantes da Concacaf  e um representante de futebol da U.S. Soccer, para gerenciar operações e finanças do torneio no dia a dia.”

Antes mesmo da reunião em Miami, as confederações já tinham prometido que, “conjuntamente com o operador local do torneio, vão identificar novos sócios para vender os direitos comerciais utilizando um processo novo e transparente”.

Novos processos e transparência são promessas para o futuro. Por enquanto, nem o FBI sabe quem vai operar localmente o torneio. Talvez desconfie.

Assim falou Romário

Romário: “É preciso agradecer ao FBI"

Romário: “É preciso agradecer ao FBI”

Pitacos de Romário em entrevista ao correspondente Éric Frosio, publicada hoje pelo jornal L’Équipe (para ler em francês, pagando € 0,99, clique aqui):

♦ Platini colaborou muitos anos com esta máfia na Fifa. Não digo que ele é corrupto, mas foi contaminado pelo sistema. Se for eleito, poderá manter tudo isto e a Fifa vai continuar sendo a merda que vemos hoje.

♦ É preciso agradecer ao FBI pelo trabalho que tem questionado os dirigentes da Fifa.

♦ O Brasil não tem nenhum jogador digno de vestir a camisa 9.

♦ As outras seleções são ainda piores do que o Brasil. Portanto, tenho certeza de que vamos nos classificar para a Copa.

Presidente diz que não larga CBF, mas há quem duvide

Informa a CBF em “nota de esclarecimento”  postada há alguns minutos em seu site site:

– O presidente Marco Polo Del Nero esclarece que jamais cogitou ou externou a quem quer que seja a possibilidade de se licenciar do exercício da presidência da Confederação Brasileira de Futebol.

E diz mais a nota:

– O dirigente reitera que cumprirá integralmente o mandato de quatro anos para o qual foi democraticamente eleito por federações e clubes.

Sobre esta segunda parte, existem dúvidas entre dirigentes de clubes e de federações, jornalistas que acompanham as investigações na Fifa e até altos funcionários do FBI.

O empresário sugere: pergunte ao presidente

Diálogo entre o ótimo repórter Martín Fernandez e o empresário José Margulies, mais conhecido como José Lázaro, um dos indiciados pelo FBI no inquérito sobre corrupção na Fifa:

 – O senhor está sendo procurado, foi citado na investigação…
Estou citado, mas não tem nada contra mim.

– O senhor é inocente?
– Estou considerado como um facilitador, mas não tem nada contra mim.

– A prisão do Marin e dos demais o surpreendeu?
Em parte, sim.

– O senhor acreditava que não havia motivo para eles serem presos?
– Eu não sabia que estavam investigando isso.

– O senhor pode colaborar com as investigações?
Não sei. Depende, depende.

– O senhor disse que era um facilitador. Que tipo de trabalho o sr. fazia?
Não sei, tenho que ver o processo, estou esperando para ver o processo. Não tem nada contra mim.

– Marco Polo Del Nero estava envolvido?
Não sei. Pergunte para ele.

A entrevista inteira foi  publicada há pouco no GloboEsporte.com. Clique aqui   para ler.

Que autoridade tem a Uefa para censurar a torcida?

A Uefa resolveu multar em 30 mil euros o Barcelona por conta das manifestações de seus torcedores favoráveis à independência da Catalunha durante a final da Liga dos Campeões da Europa em Berlim no dia 6 de junho.

Será que vai multar também o treinador  Pep Guardiola, que há dois dias assinou uma lista em apoio à independência da Catalunha?

É inadmissível que entidades esportivas censurem manifestações pacíficas de torcedores e esportistas.

Aliás, a Uefa deveria estar mais preocupada com as frequentes manifestações racistas em estádios europeus e com o que se anda revelando em federações e confederações de futebol, inclusive na Fifa, depois que o FBI resolveu entrar em campo.

EUA investigam empresas que se dão bem com a bola

Parece que os EUA estão querendo escarafunchar de verdade o mercado do futebol, posto sob suspeita desde que o FBI desencadeou as investigações que já resultaram na prisão de vários dirigentes e agentes ligados à Fifa.

A Comissão de Valores Mobiliários norte-americana (Securities and Exchange Commission, SEC em inglês) estaria examinando contratos de grandes empresas de capital aberto que cultivam um bom relacionamento com o mundo da bola.

A informação é da repórter Sarah N. Lynch, da agência Reuters, colhida em off e não confirmada oficialmente pela SEC. Nem desmentida.

A Nike, por exemplo, já avisou preventivamente que “está comprometida em cooperar com qualquer investigação do governo sobre o assunto Fifa”.

Blatter quer uma vaguinha no time do céu

Em entrevista exclusiva à revista alemã Bunte, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que se expressa com fluência em dez línguas, fala do inferno figurado em que está vivendo desde que o FBI resolveu entrar no mundo da bola:

– A minha fé me deu força nos últimos tempos. Sou uma pessoa religiosa e rezo também. Eu tenho um crucifixo dourado abençoado pelo Papa Francisco. Acredito que vou para o céu um dia, mas também acho que não há inferno. Discordo do Papa nesse ponto.

Além de desacreditar no inferno dos católicos, Blatter diz que não vai à final do Mundial Feminino no Canadá “por razões pessoais”. É o que já tinha dito também o seu advogado.

Para ler no original a entrevista, cujo título é Eu não sou corrupto ou, em bom alemão, Ich bin nicht korrupt, clique aqui.

É uma ironia que Suárez não dispute a Copa América

Suárez e Chiellini 136Um ano depois de morder Chiellini na Copa do Mundo, Suárez não pode jogar a Copa América

O Uruguai fez quatro jogos na Copa do Mundo de 2014: perdeu para a Costa Rica, venceu a Inglaterra e a Itália na primeira fase, e perdeu para a Colômbia nas oitavas de final.

Terá sido mera coincidência que tenha contado com Luis Suárez nas duas vitórias e jogando sem o maior craque uruguaio das últimas décadas nas duas derrotas?

O Uruguai é o atual campeão da Copa América, tendo conquistado o título de 2011 na Argentina, que Suárez e companhia trataram de tirar da competição logo nas quartas de final.

Vice-artilheiro e melhor jogador em 2011 da mais antiga competição entre seleções de futebol em todo o mundo, o uruguaio Luis Alberto Suárez Díaz tem 28 anos, idade que costuma marcar o apogeu técnico dos grandes craques.

Seria certamente candidato ao troféu de craque da Copa América de 2015, apesar da concorrência nada desprezível do argentino Messi, do brasileiro Neymar, seus parceiros no Barcelona, e do colombiano James Rodríguez, seu rival do Real Madrid.

Acontece que Luisito Suárez, o extraordinário atacante que tanto faz gols como os oferece em precisas assistências aos companheiros de time, não vai disputar a Copa América no Chile.

Suárez está proibido pela Fifa de jogar com a camisa uruguaia, para alegria dos jamaicanos, que daqui a pouco enfrentarão atuais campeões, e em seguida de argentinos e paraguaios, sem contar os adversários que possam vir a partir das oitavas de final.

Lembra-se?

Na Copa de 2014, já no final do 1 a 0 sobre a Itália, num entrevero com o zagueiro Chiellini, Suárez mordeu o seu ombro e, como não era a primeira fez que cometia gesto tão primitivo em campo, foi julgado pelo comitê disciplinar da FIFA, embora o juiz da partida não tenha sequer visto o lance, e suspenso por nove jogos da seleção em competições internacionais, entre outras penas igualmente exageradas.

E assim Suárez pode ser campeão europeu pelo Barcelona, mas não pode defender o título americano de seleções pelo Uruguai.

Sai perdendo não somente a seleção uruguaia, mas a Copa América.

Não deixa de ser uma ironia histórica que uma mordida num adversário tire dos campos um dos maiores craques da atualidade nesses dias em que o FBI escancarou para o mundo que a grossa flor da cartolagem também vivia de morder. Em sentido figurado, claro.