Arquivo diário: 16 de março de 2015

O Cruzeiro não é mais aquele

Sem fugir ao estilo discreto de sempre, Marcelo Oliveira deixou escapar, ao participar da estreia do programa Seleção SporTV, uma verdade que também aflige a torcida do Cruzeiro após a saída de Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, Lucas Silva, Marcelo Moreno, Egídio, entre outros, no começo da temporada: “E nem sempre conseguimos trazer aqueles que pretendíamos”.

Ou seja: o Cruzeiro, que ainda tem Dedé no estaleiro, não é mais aquele das fulgurantes campanhas de 2013 e 2014.

Quer saber quem é o campeão de 1987? Pergunte ao STF

O Supremo Tribunal Federal, que evidentemente tem questões muito mais sérias para tratar, pode ter de decidir nos próximos tempos o campeão brasileiro de 1987: Sport ou Flamengo?

A bola lhe está sendo passada pelo Superior Tribunal de Justiça, que proclamou campeão o time do Recife, mas deu ao clube carioca o direito de recorrer ao STF.

Há uma pequena complicação, registra hoje o site Migalhas, especializado em questões jurídicas: “Ocorre que, no campo Supremo, nossos comentaristas esportivos verificaram um possível impedimento. Marco Aurélio (Mello) e (Luís Roberto) Barroso, flamenguistas de longa data, podem ter de julgar o recurso do rubro-negro carioca. E aí, migalheiro, a regra é clara…”

A Libertadores é que é o x do problema

Com exceção do Corinthians, que não saiu do 0 a 0 com o Red Bull, os aspirantes brasileiros ao título da Libertadores de 2015 que jogaram pelos campeonatos estaduais no fim de semana venceram seus compromissos: o São Paulo quase todo reserva bateu a Ponte Preta, de virada, por 2 a 1; o Atlético Mineiro goleou a URT por 4 a 0; o  Internacional sofreu, mas venceu o Brasil de Pelotas por 2 a 0.

E daí?

Vencer os jogos contra os pequenos nos campeonatos estaduais é bem fácil, encarar a Libertadores é que é o x do problema.

Nesta terça, em Montevidéu, o Corinthians, líder do Grupo 2, com duas vitórias em dois jogos, pegará o Danúbio, lanterninha que ainda não saiu do zero. Pode ser uma moleza. Pode.

Na quarta, o São Paulo receberá no Morumbi o San Lorenzo, atual campeão, e vai precisar mostrar o futebol que ainda está devendo para desempatar de vez a briga pela segunda vaga no Grupo 2. Parada difícil.

E o Internacional enfrentará o Emelec no Equador em jogo que pode valer a liderança ou empurrar o perdedor para o fundão do Grupo 4. Disputadas duas rodadas, os quatro times do grupo têm os mesmos três pontos. Outra parada difícil.

Ainda na quarta, o Atlético Mineiro, lanterninha do Grupo 1, tendo perdido os dois primeiros jogos, terá de vencer o Santa Fé na Colômbia para continuar respirando na competição. Parada dificílima.

Na quinta-feira, o Cruzeiro, que fez apenas dois pontos nos dois primeiros jogos, chegará à liderança isolada do fraquinho Grupo 3 se vencer na Venezuela o lanterna Mineros por dois gols ou mais de diferença. Parada aparentemente fácil. Aparentemente.

A situação incômoda em que estão quatro das cinco equipes brasileiras nesta fase de grupos que ainda não chegou sequer à metade é reveladora, em parte, do estágio atual do nosso futebol, mas também de um calendário perverso impingido pela Conmebol. A Libertadores começa nos primeiros dias de fevereiro, quando os times brasileiros estão encerrando a (curta) fase de preparação para a temporada. É um absurdo.

Os clubes precisam discutir não apenas o calendário nacional, mas também o continental. Os clubes têm de mandar no futebol.

Ucrânia pede boicote à Copa na Rússia

Em visita a Berlim, Petro Poroshenko pede que os países amigos boicotem a Copa do Mundo de 2018 se a Rússia não retirar suas tropas do território ucraniano.

Em entrevista ao jornal alemão Bild (para ler em alemão, clique aqui), o presidente da Ucrânia jura que não gostaria de misturar futebol e política, mas lamenta que o Shakhtar tenha de jogar a mais de mil quilômetros da sua sede  porque Donetsk está ocupada por separatistas pró-Rússia. E proclama: “Enquanto houver tropas russas na Ucrânia, acho que a Copa naquele país é impensável”.

Poroshenko pode até ter razão, mas não terá apoio fácil.