Embora tenha levado dois gols em Capivari, tantos quantos sofrera nos nove jogos anteriores, o Corinthians manteve a invencibilidade neste Paulistão e, com 26 pontos em apenas dez rodadas, lidera com folga o Grupo 2 e está cada vez mais perto da classificação matemática para as quartas de final.

Tite até está pensando em poupar todo o time no jogo da terça contra a Portuguesa.

Nos 3 a 2 sobre o Capivariano, o Corinthians foi ajudado pela arbitragem. Guilherme Ceretta de Lima expulsou o goleiro Douglas Friedrich por impedir com as mãos,  fora da área, um gol de Renato Augusto aos 24 do primeiro tempo, mas, no início da jogada, o meia fizera falta no lateral Oliveira. O juiz não viu. Com 11 contra 11, o placar não tinha saído do zero.

No Morumbi, diante de 7.843 testemunhas, o São Paulo quase todo reserva fez 3 a 0 no Marilia. Em tarde inspirada dos garotos Boschilia e Ewandro, ficou a dois pontinhos de garantir matematicamente uma das duas vagas do Grupo 1 nas quartas.

Bem que a torcida tricolor gostaria de conquistar a classificação na quarta-feira, contra o Palmeiras, no Allianz Parque.

Não é algo que os palmeirenses possam aceitar. Depois do 1 a 0 sobre o São Bernardo, o time também lidera seu grupo, o 3, nove pontos à frente do Botafogo, segundo colocado, mas tem de derrotar o São Paulo para encerrar o tabu  de mais de um ano sem vencer um clássico regional.

Já são 11 jogos sem vitória contra os grandes paulistas desde que, em fevereiro de 2014, o Palmeiras venceu exatamente o São Paulo. Se pretende realmente disputar o título de 2015, o Palmeiras precisa mostrar que é grande. Não basta bater nos pequenos.

Uma mancada monumental do goleiro Martin Silva e um pênalti bobo cometido pelo atabalhoado Guinazu decidiram o clássico que levou 51.085 pagantes ao Maracanã. Alecsandro aproveitou a dupla bobeira dos vascaínos e fez os gols que deram a vitória ao Flamengo de Vanderlei Luxemburgo, melhor tecnicamente e mais equilibrado taticamente do que o Vasco de Doriva. Gilberto, sempre ele, fez o gol vascaíno.

Os 2 a 1 tiram o Vasco da liderança e o empurram para o quarto lugar, o degrau mais baixo no quarteto que, a esta altura, disputaria as semifinais do Campeonato Carioca.

O novo líder é o Botafogo, que venceu o Cabofriense por 1 a 0 e chegou a 28 pontos, dois a mais do que o trio Madureira, Flamengo e Vasco, postos nesta ordem de classificação pelo saldo de gols.

O público total de 56.020 pessoas é o maior do futebol brasileiro em 2015.  Não foi o único recorde da noite no Maracanã: depois de ensaiar uma batalha campal nos últimos minutos do jogo, os vascaínos Guinazu e Bernardo e os rubro-negros Paulinho e Anderson Pico foram expulsos.

Você se lembra de quando Flamengo x Vasco era tratado como o clássico dos milhões ou clássico das multidões?

Tudo indica que o fenômeno estará de volta no começo da noite. Embora o Campeonato Carioca continue insosso e disputado quase secretamente, com pouco mais de 4 mil pagantes por jogo, o Flamengo x Vasco deste domingo promete lotar o Maracanã.

Antes que as bilheterias reabrissem hoje de manhã, 42.548 ingressos já tinham sido vendidos. No total, foram postos 56.678 ingressos à disposição dos torcedores .

Uma vitória do Flamengo, quarto colocado na tabela de classificação, com 23 pontos em dez rodadas, pode embolar a briga pelo título da Taça Guanabara – honraria que cabe ao vencedor desta primeira fase do Campeonato Carioca. Mesmo perdendo hoje, o Fla ficará entre os quatro que passarão às semifinais na disputa do título carioca de 2015.

Se vencer, o Vasco chegará a 29 pontos e continuará liderando a competição. O time comandado por Doriva é o único que ainda não perdeu neste Campeonato Carioca, o que quer dizer pouca coisa.

O campeonato é “péssimo”, segundo a precisa avaliação do carioca Romário aos repórteres Bernardo Itri e Paulo Passos, da Folha de S.Paulo:

– Tecnicamente, todos os times do Rio são muito ruins. De um a dez, é no máximo 4 para o melhor. Vasco é o primeiro, mas é o primeiro dos ruins. É o melhor entre os piores.

Aliás, o craque e ídolo das duas torcidas estará no Maracanã em companhia de 50 crianças com síndrome de down que vão entrar em campo com os jogadores.

Astros como Iniesta, Mascherano, Rakitic, Kroos, Marcelo, Isco e Modric são meros coadjuvantes do Barcelona x Real Madrid que, logo mais, atrairá todas as atenções do mundo da bola para o Camp Nou. O clássico espanhol é tratado pela mídia mundial como um embate entre os fantásticos trios ofensivos de um e de outro – Messi, Suárez e Neymar, do Barça, versus Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo, do Real.

Uma coisa é o show, outra é o jogo. O espanhol Diego Torres fez as contas na edição de quinta-feira do jornal El País  para chegar à conclusão: “Real e Barça melhoram sem os trios”.

Será? Vamos às contas e às conclusões do jornalista:

• “Pelo menos até agora, as estatísticas revelam mais problemas do que soluções quando atuam os trios ofensivos. Tanto o Barça como o Real marcam menos gols e ganham menos jogos quando atuam todos os seus goleadores.”
• “Nas 15 partidas do campeonato em que Messi, Suárez e Neymar não atuaram juntos, o Barcelona marcou 3,1 gols de média e obteve 80% de vitórias. Quando os três foram titulares, a média caiu para 2,7 gols por jogo e o índice de vitórias baixou para 75%.”
• “Nas sete vezes em que Bale, Benzema y Cristiano não estiveram juntos, o Real chegou à média de 3,6 gols por jogo e conseguiu  86% de vitórias. Quando os três entraram em campo desde o início, a média de gols caiu para 2,6 por jogo e o percentual de vitórias  baixou para 75%.”

É o que dizem os números. Mais tarde, veremos o que dirão em campo os superastros Messi, Suárez, Neymar, Benzema, Bale e Cristiano Ronaldo.