Declaração do doutor Roberto Hallal ao repórter Ricardo Napolitano, do jornal O Dia sobre as vaias da torcida vascaína que levaram o jogador Bernardo às lágrimas durante os 3 a 2 sobre o Rio Branco do Acre, em São Januário, na noite da quarta-feira, 15 de abril, pela Copa do Brasil.
– Falam de injúria racial, mas esquecem que o que mais se pratica em estádios de futebol é o assédio moral, que é tão grave quanto o racismo. E o jogador não é preparado para isso. É desse tipo de coisa que surge a depressão, o desânimo com a profissão, o luto, que é um termo que utilizamos na área.
Bernardo é aquele meia que chegou ao Vasco em 2011 e, embora talentoso, nunca se firmou na equipe, passou uma temporada no Santos e outra no Palmeiras sem mostrar muito serviço, voltou para São Januário e continua sendo apenas a promessa que pintou nos juniores do Cruzeiro. É mais chegado às baladas do que aos treinos.
Roberto Hallal é aquele psicanalista que, após cuidar do botafoguense Jobson, apareceu ao seu lado numa entrevista coletiva em março de 2012 para anunciar:
– A situação do Jobson é promissora. O estado dele me faz ter a certeza de que vale a pena investir no ser humano. Se continuar como está, que o Neymar se prepare para ter um novo companheiro no ataque da Seleção.
