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Doriva não é o único a perder o sono com o Vasco

Doriva contra Bota 1Doriva tenta, contra o Botafogo, interromper  jejum vascaíno de 12 anosImagem: Beneclick

Não foi exatamente o time que venceu o Botafogo numa noite de quinta-feira e conquistou antecipadamente o título carioca de 1970, mas estes eram os titulares do técnico Tim naquela temporada: Andrada; Fidélis, Moacir; Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luiz Carlos; Valfrido, Silva e Gilson Nunes.

Com a gloriosa exceção do goleiro Andrada e do ponta de lança Silva, eram majoritariamente jogadores medianos, alguns ruins de doer. Não é um time que dê saudade aos vascaínos, mas foram estes onze que encerraram um jejum de 12 anos, pois o último título carioca tinha sido conquistado em 1958.

Naquele 17 de setembro de 1970, o Maracanã recebeu 59.110 pagantes para ver a vitória vascaína por 2 a 1 sobre um adversário que contava com o zagueiro Leônidas, o volante Nei Conceição e dois atacantes fora de série – Jairzinho e Paulo Cesar Caju, campeões do mundo no México três meses antes.

Não é difícil imaginar as dificuldades do mitológico Tim para armar aquele Vasco contra um adversário que lhe era tão superior tecnicamente.

Grande craque nos anos 1930/40, Elba de Padua Lima era um técnico tão excepcional que tinha dado ao Bangu o título carioca de 1966 e levaria a seleção do Peru a disputar em 1982 sua última Copa do Mundo, mas sofreu muito com aquele Vasco de 1970.

Conta-se que, certa madrugada, encontrando-o diante dos botões espalhados na mesa de jantar em que costumava ensaiar variações antes de treiná-las com os jogadores em campo, sua filha não se conteve:

– Papai, vem dormir, já está tarde demais…

– Minha filha, você diz isso porque não sabe o que é treinar um time com o Valfrido de centroavante!

Sem comparar o técnico atual a Tim, que era incomparável, nem os atacantes atuais ao Valfrido, fico imaginando quantas noites de sono tem custado a Doriva comandar este Vasco que hoje encara o Botafogo na tentativa de outros 12 anos de jejum.

Doriva não é o único que perde o sono com este Vasco tão mediano que vem comandando competentemente desde o começo do ano. Aqui em casa mesmo, há mais de um vascaíno insone.