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Flamengo de Muricy é a esperança do futebol carioca

Muricy Ramalho no Fla: "O clube está pronto para crescer"

Muricy Ramalho no Fla: “O clube está pronto para crescer”

Não se pode dizer que a primeira gestão de Eduardo Bandeira de Mello tenha feito sucesso no futebol: 12º colocado no Brasileirão de 2015, décimo em 2014, 16º em 2013, o Flamengo patina na mediocridade geral em que se afundou o futebol carioca nas últimas temporadas.

Tendo perdido o apoio do ídolo Zico ao longo do primeiro mandato, Bandeira se reelegeu nesta segunda-feira com a promessa de que vai recolocar o Flamengo no topo do futebol brasileiro. Começou bem ao confirmar o que todo mundo já sabia: Muricy Ramalho vai comandar o trabalho de ressurreição do futebol rubro-negro.

Com as contas em dia e as dívidas devidamente equacionadas, pelo menos segundo os seus dirigentes, o Flamengo teria fôlego para montar um time mais forte em 2016, construir finalmente um centro de treinamento, modernizar a precária estrutura do departamento de futebol e voltar a sonhar com títulos.

Muricy Ramalho está animado, talvez até demais:

– O Flamengo não atrasou salário nenhum dia esse ano. A parte administrativa está estruturada, a parte da dívida está estruturada. O clube está pronto para crescer. Me falaram que a estrutura do CT não é boa, mas nós vamos melhorar isso. Com certeza, o Flamengo em pouco tempo será fortíssimo em termos de estrutura e títulos. O Flamengo é grande, quem não quer dirigir o Flamengo? Por isso aceitei esse desafio. É um gigante do futebol mundial, tem uma gestão profissional e muito séria.

Se conseguir tempo e tranquilidade para realizar os sonhos do clube que demitiu três treinadores na atual temporada, Muricy estará ajudando todo o futebol carioca, que chega ao fim de 2015 com o Vasco rebaixado, o Flamengo e o Fluminense colocados na metade inferior da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, abaixo de todos os seus concorrentes de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.

O quadro esportivo é tão grave que a melhor notícia do ano é botafoguense: a conquista do título da Segundona.

A crise técnica se reflete fora de campo, claro.

A torcida do Flamengo não tem negado força do time, tanto que, em casa, é responsável pela segunda melhor média de público no Brasileirão: 30.962 pagantes por jogo, apenas 3.187 a menos do que o campeão Corinthians. Acontece, porém, que o Corinthians faturou quase R$ 39 milhões nas bilheterias; o Fla, pouquinho mais de R$ 26 milhões. Os jogos do Corinthians têm 73% dos assentos vendidos; os do Flamengo, 41%.

Bem mais grave é a situação do Fluminense, com média de 16.351 pagantes por jogo em casa, e do Vasco, com apenas 12.874.

Ou Muricy muda as coisas no Flamengo e o Flamengo dá partida numa mudança radical na gestão dos clubes do Rio ou o futebol carioca vai virar logo, logo uma mera referência histórica.

Ou Muricy salva o Fla ou o futebol carioca vai pro beleléu.

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O novo mapa da elite

A única região que não emplacou nenhum time no Brasileirão de 2015 foi o Norte. Em 2016, com o rebaixamento do Goiás, o Centro-Oeste também ficará fora da mais importante competição do futebol brasileiro.

O Nordeste, representado exclusivamente pelo Sport em 2015, terá o reforço de Santa Cruz e Vitória, vindo da Série B.

O Sul, que participou de 2015 com oito representantes, perderá duas vagas – as dos rebaixados Figueirense e Joinville.

O Sudeste perderá o Vasco em 2016, mas terá de volta o Botafogo e ganhará mais um representante vindo da Série B, o América Mineiro.

Assim, de Sul a Nordeste, o  Brasileirão de 2016 terá dois times gaúchos, dois catarinenses, dois paranaenses, cinco paulistas, três cariocas, três mineiros, um baiano e dois pernambucanos

CBF paga bem ao presidente e premia mal os campeões

O Botafogo resolveu repassar ao elenco todo o prêmio que recebeu da CBF como campeão da Série B.

No total, R$ 400 mil.

É o equivalente a dois meses de ‘salário’ do presidente da CBF.

– O valor chega a ser ridículo – reclama o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, referindo-se ao prêmio, claro, e não ao ‘salário’ do cartola-mor.

Com os times do Rio em campo, placar em branco

O Madureira vai hoje à cidade mineira de Muriaé enfrentar o Tombense pela 11ª rodada da Série C como uma incumbência muito especial: marcar pelo menos um golzinho para que não passem totalmente em branco os ataques dos oito times do Rio que se espalham pelas quatro divisões do Campeonato Brasileiro.

Fluminense, Vasco e Flamengo, da Série A, Botafogo e Macaé, da Série B, Duque de Caxias e Volta Redonda, da Série D, não fizeram um gol sequer nos jogos do fim de semana.

Aliás, o melhor resultado futebol do Rio no sábado e no domingo foi o 0 a 0 entre Vasco e Joinville no Maracanã. Os outros seis times perderam seus jogos.

Atualização

E não é que o atacante Léo Ferreira entrou no jogo aos 22 do segundo tempo e aos 32 marcou para o Madureira o gol de empate com o Tombense?

O 1 a 1 deixa o time carioca a oito pontos da faixa de classificação para as quartas de final da Série C, mas pelo menos salva a honra dos atacantes do Rio, que tinham passado em branco nos sete jogos do fim de semana.

O que significa a volta de Ricardo Gomes

Auxiliar e depois substituto de Ricardo Gomes nas últimas temporadas em que o Vasco deu alegria aos seus torcedores, Cristóvão Borges define melhor do que ninguém o que significa a volta do antigo parceiro ao trabalho, agora no comando técnico do Botafogo:

– Nada melhor do que o retorno do Ricardo no momento em que tanto se fala da reestruturação do futebol brasileiro. Ele tem uma inteligência acima da média e uma visão diferenciada do esporte. Todos ganham com isso. É um presente ao futebol.

Você pode ler o depoimento do atual técnico do Flamengo ao repórter  Vinicius Castro, do UOL, clicando aqui.  Vale a pena.

Palmeiras fatura mais do que Fla, Bota, Vasco e Flu juntos

O Palmeiras já arrecadou R$ 42.387.675,00 na bilheteria em 2015.

É mais do que a soma da arrecadação bruta de Flamengo, Botafogo, Vasco e  Fluminense – exatos R$ 41.127.082,00.

As contas, detalhadas por Rodolfo Rodrigues em seu blog Futebol em Números, no UOL, deveriam fazer certos dirigentes esquecer as picuinhas e pensar mais no futebol carioca.

Botafogo apanha e cartolas se vingam nos técnicos

Renê Simões: demitido após sai da Copa do Brasil

Renê Simões: demitido após sair da Copa do Brasil

O Botafogo, você já sabe, perdeu ontem para o Cricíúma a vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil.

Pelo que se entende do comportamento dos diretores do clube, a culpa foi dos técnicos.

Em primeiro lugar, de Argel Fucks, que ousou armar o seu Criciúma para vencer no Engenhão. Encerrado o jogo, que teve de acompanhar da tribuna pois está suspenso, Argel só não foi agredido pelo dirigente Antonio Carlos Mantuano porque os seguranças do Botafogo contiveram o valentão.

Nem 24 horas se passaram e o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, também resolveu entrar em ação, demitindo o próprio treinador, Renê Simões, como se ele fosse o culpado pela derrota. A demissão foi acompanhada por uma curiosa justificativa:

O clube agradece pelos serviços prestados desde o início do ano, como a formação da equipe, o título da Taça Guanabara e a liderança do Campeonato Brasileiro da Série B, mas entende que o momento é de mudança visando alcançar os objetivos na temporada.

Renê Simões comandou o Botafogo em 38 jogos – 22 vitórias, oito empates e oito derrotas, ou seja, 65% de aproveitamento.

É um índice que deixaria o Bota em quinto lugar no Brasileirão de 2015 e, na edição de 2014, o teria feito vice-campeão e não vice-lanterna, como acabou sendo, com apenas 29% de aproveitamento.

Bate-boca esclarecedor: o Botafogo é ruim ou muito ruim?

O apresentador André Rizek fez a avaliação no programa Redação SporTV:

– O time do Botafogo é ruim, mas raçudo.

O treinador Renê Simões pediu direito de resposta:

– O time do Botafogo não é ruim, nem muito ruim. É um ótimo time para a Série B.

Ou seja: o time do Botafogo é de segunda, com a gloriosa exceção do goleiro Jefferson.

Muito pouco para uma equipe que em encarnações passadas teve Nilton Santos, Didi, Garrincha e Zagallo e chegou a reencarnar em Jairzinho e Paulo César Caju.

Um fim de semana de campeões em todo o mundo da bola

Daqui a pouco, sai o campeão paulista. A Vila Belmiro espera a decisão do título na cobrança de pênaltis, após o Santos ter vencido o Palmeiras por 2 a 1 nos 90 minutos de bola em movimento.

Rafael Silva: um gol em cada jogo da decisão

Rafael Silva: um gol em cada jogo da decisão carioca

No Rio, a festa já se espalhou pela cidade. Depois de 12 anos de jejum, o torcedor pode comemorar: ao vencer o Botafogo por 2 a 1 no Maracanã, de novo com um gol já nos descontos, o Vasco é novamente campeão carioca. Rafael Silva, que garantira o 1 a 0 no primeiro jogo, abriu o caminho da vitória no finalzinho do primeiro tempo, Gilberto fechou o placar depois que o Botafogo tinha chegado ao empate aos 29 do segundo.

Em Varginha, a valente e bem montada Caldense não resistiu à superioridade técnica do Atlético, que venceu a finalíssima por 2 a 1 e volta a dar atenção à Libertadores da América com a faixa de campeão mineiro no peito.

Em Porto Alegre, no Beira-Rio, o Internacional venceu por 2 a 1 e ficou com a ‘Copa do Mundo’ que o Grêmio estava disputando. Talvez isso conte mais para os colorados do que o pentacampeonato gaúcho. E Felipão perdeu pela primeira vez uma final para o Inter, que agora vai cuidar da vida na Libertadores.

E em Salvador se deu o milagre que nem os torcedores do Bahia esperavam, tanto que apenas 20.904 pagaram ingresso para comemorar os 6 a 0 sobre o Vitória da Conquista na Fonte Nova. E assim, depois de perder o primeiro jogo por 3 a 0, o vice da Copa do Nordeste se sagrou campeão baiano.

Fora do país do futebol, dois grandes europeus também se sagraram campeões nacionais neste fim de semana.

Na Inglaterra, com três rodadas de antecedência, o Chelsea conquistou o título ao derrotar por 1 a 0 o Crystal Palace e assim compensa em parte a frustração pela eliminação precoce da Liga dos Campeões da Europa.

No sábado, faltando quatro rodadas para o final do campeonato, os italianos conheceram a nova campeã, velha campeã, aliás, pois se trata da tetracampeã Juventus. Bastou-lhe a vitória por 1 a 0 sobre a Sampdoria, em Gênova. Agora, a Juve está livre para se dedicar apenas aos duros embates com o Real Madrid pela vaga na final da Liga dos Campeões.

As defesas dão o tom às finais

Mais do que fazer gols, evitá-los foi a receita do sucesso dos finalostas nos mais importantes campeonatos estaduais do país do futebol.

É o que mostram os números dos times que levam vantagem nas finalíssimas deste domingo, 3 de maio:

  • Em Minas, a Caldense sofreu apenas quatro gols nos 14 jogos disputados até agora; o Atlético sofreu nove.
  • Em São Paulo, o Palmeiras levou 12 gols em 18 jogos; o Santos, 14.

O Campeonato Carioca parece uma leve exceção: Vasco e Botafogo empatam em número de gols sofridos, cada qual com 13 em 18 jogos.

Não se esqueça, porém, que o Vasco levou cinco gols do Friburgense, ainda na primeira fase – aquilo que os economistas gostam de chamar ‘um ponto fora da curva’.  Dado o desconto estatístico, é claramente do Vasco a melhor defesa carioca ao longo do campeonato.

Que se cuide, então, o Internacional ao receber o Grêmio no Beira-Rio. Na única final em que nenhum time entra com vantagem, o confronto das defesas pode ser crucial: em 18 jogos, os colorados sofreram 12 gols; os gremistas, somente nove.