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Esqueça os 7 a 1, o problema é outro

De longe, tendo acompanhado a Copa do Mundo apenas pela tevê, Sir Alex Ferguson, o treinador que comandou o Manchester United por mais tempo do que Neymar tem de vida e Rogério Ceni tem de bola,  enxerga melhor o verdadeiro problema do futebol brasileiro dentro de campo do que muita gente por aqui.

Em entrevista a Alex Sabino, publicada hoje na edição impressa da Folha, Ferguson mata a charada em dois parágrafos ao falar de Alemanha 7 x 1 Brasil na semifinal de 2014:

Os alemães criaram uma escola, uma identidade de jogo, o que todas as seleções deveriam buscar e um dia foi a marca do Brasil.

Se me pergunta sobre o Brasil, eu acho que a preocupação deveria ser com isso, não com a derrota. Aquilo foi um acidente, um grande acidente.

PF investiga superfaturamento em arena da Copa

Informações do Diário de Pernambuco, postadas há pouco, exatamente às 10h40, em seu site:

♦A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação Fair Play, que apura superfaturamento na construção da Arena Pernambuco, no município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. A obra foi construída pela empreiteira Odebrecht, que é alvo de buscas em São Paulo, assim como o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas de Pernambuco.

♦ O custo inicial da construção do estádio era R$ 530 milhões, mas, no fim das contas, a obra saiu por R$ 700 milhões. Informações preliminares dão conta que os serviços estariam inflados em, pelo menos, R$ 42,8 milhões.

Em seu site, a PF informa:

♦ As provas reunidas na investigação indicam a formação de organização criminosa voltada à corrupção de agentes públicos, à obtenção, mediante fraude, de financiamento e à fraude em licitações.

Uma noite de sofrimento para Tata Martino

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Pelo que se ouviu na entrevista coletiva, não será uma noite de alegria para o argentino Tata Martino:

– Não queria pegar o Paraguai. São muitas coisas em comum, muitos sentimentos, várias coisas juntas. Foi um processo longo, duas Copas Américas, um Mundial, uma relação antiga com vários jogadores. Muitos deles foram treinados por mim. Ajudei-os a crescer como jogadores e eles me ajudaram a crescer como treinador. Tiveram uma grande influência em tudo o que acontece na minha carreira.

São palavras sinceras do treinador que comandou a seleção paraguaia por quase cinco anos e a conduziu à sua melhor campanha em uma Copa do Mundo, chegando às quartas de final na África do Sul em 2010.

O problema é que hoje, no comando da seleção argentina, ele tem de enfrentar o Paraguai pela segunda vez nesta Copa América, agora valendo uma vaga na final, contra o Chile.

E do lado paraguaio, há quem não esteja tão sensibilizado assim com o drama vivido pelo argentino. O atacante Haedo Valdez, em entrevista ao site da Conmebol, dá a medida da disposição paraguaia para o confronto das 20h30 em Concepción:

– O Paraguai tem de jogar de igual para igual com a Argentina na semifinal e não se mostrar inferior, como ocorreu na fase de grupos. Contra o Brasil encaramos de outro jeito, jogamos de igual para igual.

Se jogar como jogou no primeiro tempo do 2 a 2 com os paraguaios em La Serena, pela  rodada de abertura do Grupo B, a Argentina estará garantida na final de sábado em Santiago. Se recair na bobeira que a dominou no segundo tempo, a equipe atual de Tata Martino continuará em Concepción para disputar com o Peru na sexta-feira o terceiro lugar desta Copa América.

A seleção argentina é muito, muito superior à paraguaia, principalmente no meio de campo e no ataque, mas curiosamente marcou apenas quatro gols nos quatro jogos disputados até agora na Copa América e não sai do 0 a 0 em jogos decisivos, como o desta noite, desde as semifinais da Copa do Mundo de 2014.

De lá para cá, empatou por 0 a 0 com a Holanda em 120 minutos de bola em movimento, perdeu por 1 a 0 para a Alemanha em outros 120 e, já na Copa América, empatou por 0 a 0 com a Colômbia o jogo das quartas de final.

Talvez Tata Martino devesse se preocupar mais com Messi, Agüero, Pastore, Di Maria, Lavezzi e Tévez do que com seus antigos pupilos paraguaios.