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Firmino precisa jogar

Firmino: um novo parceiro para Neymar - Foto: Rafael Ribeiro/CBFFirmino: um novo parceiro para NeymarFoto: Rafael Ribeiro/CBF

Ainda em Paris, embora sem muita ênfase, Dunga chegou a dizer que escalará hoje um time bem diferente daquele que venceu a França por 3 a 1.

Já em Londres, após o treino de ontem no Emirates Stadium, disse apenas que ainda está estudando as mudanças na escalação e se recusou a anunciar o time que enfrentará o Chile logo mais.

Há razões, principalmente de ordem física, para mexer no time. Afinal, o intervalo entre os dois amistosos é de apenas 64 horas.

Isso não deveria impedir, porém, a repetição em Londres de uma experiência que deu certo em Paris.

Ao reassumir o comando técnico da Seleção, Dunga trocou Fred por Diego Tardelli como parceiro de Neymar no ataque. O Brasil passou a jogar sem um típico camisa 9, como tão bem faz a Alemanha quando escala Thomas Muller. E ganhou, nos amistosos disputados até agora, fluência e maior volume de jogo do meio de campo em diante.

A escalação de um típico centroavante como referência no ataque é um modelo ofensivo que se justifica cada vez menos no futebol de nossos dias, a não ser que o técnico disponha de fenômenos da área como Ronaldo ou Romário.

O centroavante é uma espécie em extinção, como prenunciavam a Hungria de Hidegkuti em 1954, o Brasil de Tostão em 1970 e as várias Holandas que antecederam o fenômeno Van Basten.

Na Copa do Mundo de 2014, por exemplo,  seleções como a holandesa e a alemã também mostraram que mais vale a versatilidade do que e a especialização no arremate a gol.

O futebol é criação. A finalização não pode ser uma especialidade. É um fundamento técnico que se deve cobrar de todos que se aproximam do gol adversário.

A Seleção de Felipão não se preparou para tal realidade e o modelo que tinha funcionado na Copa das Confederações acabou não dando certo nos jogos do Mundial. Às vezes, o Brasil passava a impressão de entrar em campo com um jogador a menos, tal era o isolamento de Fred na linha de frente.

Dunga acertou ao mudar o figurino ofensivo da Seleção, optando pela versatilidade de Tardelli. Sem poder contar com ele contra a França e logo mais contra o Chile, acertou de novo ao escolher como substituto o meia Roberto Firmino, que tem faro de gol e finaliza com precisão, mas também se movimenta por todo o ataque e troca naturalmente de posição com Neymar, Willian e Oscar.

Nos 3 a 1 sobre a França, Firmino se saiu muito bem e mostrou que pode ser mais do que o substituto de Tardelli. Pode até brigar com ele pela vaga de titular  na Copa América que será disputada no Chile a partir de 11 de junho, até porque tem 23 anos e Tardelli chegará aos 30 em maio.

Como a Seleção fará hoje em Londres o último jogo antes da convocação para a Copa América, nada mais indicado do que repetir a dupla que deu certo em Paris. Neymar quer jogar, Firmino precisa jogar.

E o Brasil de Dunga vence pela sétima vez

Brasil x França - Stade de France Neymar festeja virada brasileira no Stade de FranceFoto: Rafael Ribeiro/CBF

Logo aos 7 minutos, o Brasil levou um susto pelo alto, relembrando 1998, e pelo alto levou o primeiro gol aos 21 em cabeçada certeira do zagueiro Varane.  Não que a França fosse melhor em campo, mas as jogadas de bola levantada na área, claramente ensaiadas, são sempre perigosas.

Aos 40, após uma boa troca de bola com Firmino, Oscar invadiu a área francesa e, de biquinho, decretou o empate. O 1 a 1 era o mínimo que a Seleção merecia. Embora sem brilho, em jornada muito discreta de Neymar, procurou mais o jogo e o gol do que Les Bleus, muito organizados na defesa, mas pouco criativos no ataque.

Acontece que Neymar sempre pode ser Neymar. Aos 11 minutos do segundo tempo, uma saída rápida da defesa, com precisa troca de passes entre os jogadores do meio de campo, encerrou-se com a bola enfiada por Willian para Neymar, de dentro da área, bombardear o goleiro Mandanda e fazer 2 a 1 para o Brasil.

A França acordou, perdeu duas oportunidades seguidas de empatar o jogo, mas insistiu demais nas bolas altas e acabou entregando o contra-ataque aos brasileiros. Num deles, mandou para escanteio um chute de Oscar. Escanteio cobrado, aos 23 minutos, Luiz Gustavo foi lá em cima e, de cabeça, fez 3 a 1. Não é pelo alto que estes franceses gostam de jogar?

Em seguida, pelo chão, quase Willian faz o quarto. Seria um exagero.

E assim já são sete vitórias do Brasil em sete jogos na nova era Dunga.

Sete? Desde a Copa, não é número que a gente deva ficar remoendo, né?