Bobo ele não é, tanto que caiu fora do Vasco ligeirinho em 2012, bem antes de se tornar irreversível o rebaixamento para a Segundona, e foi dar forma ao Cruzeiro bicampeão brasileiro que hoje joga, pela sobrevivência na Libertadores, contra o Universitario Sucre, o líder do Grupo 3.
Neste 21 de abril, data historicamente importante para todos os brasileiros, mais significativa ainda para os mineiros, o mineiríssimo Marcelo Oliveira corre um sério risco, formulado há décadas pelo Brasileiro Otto Glória em uma de suas passagens pelo futebol português: “Quando o time ganha, o técnico é bestial. Quando o time perde, o técnico é uma besta.”
Os 90 minutos de bola em movimento no Mineirão, no começo da noite, podem encerrar a admiração da torcida cruzeirense e transformar seu bestial treinador numa besta de passado e DNA atleticanos. Faz parte do torcedor essa absurda intolerância ante os resultados negativos.
Não é só por isso que Marcelo Oliveira se sente obrigado a vencer o jogo das 20h30 e fechar em primeiro lugar a briga no Grupo 3 por duas vagas nas oitavas de final da Libertadores. Uma derrota ou até mesmo um empate põem em risco a classificação, pois o Huracán, um ponto atrás do Cruzeiro, jogará no mesmo horário contra o fraquinho Mineros de Guayana.
Marcelo sabe muito bem os riscos que corre 48 horas depois de perder para o Atlético a vaga nas finais do Campeonato Mineiro:
– Falei com os jogadores que agora é uma questão de honra fazer um jogo forte aqui. Esse absurdo de jogar domingo e na terça vai recair sobre a comissão técnica e o técnico. Então, é questão de honra, de briga, poder fazer uma boa partida.
Mais do que fazer uma boa partida, porém, o Cruzeiro tem de vencer.

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