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Uruguai x Chile ou Cavani x Jara?

Jara x Cavani @1711@@@Uruguai x Chile, às 21 horas (de Brasília), pode definir nesta terça-feira muita coisa na ordem de classificação das Eliminatórias Sul-Americanas, até mesmo a liderança se os chilenos vencerem em Montevidéu e, muito pouco provável, o Equador perder para a Venezuela em Ciudad Guayana.

Com sete pontos ganhos nas três primeiras rodadas, dois a menos do que o Equador, o Chile é o vice-líder da competição, à frente do Uruguai, que tem seis. Uma vitória uruguaia em casa inverterá as posições e deixaria o Brasil em condições de  igualar a pontuação dos chilenos.

É disso que deveríamos estar falando, mas o que mais chama a atenção da mídia no jogo do Centenário é o reencontro entre o uruguaio Cavani e o chileno Jara, protagonistas na Copa América de uma cena que, no dia seguinte a Chile 1 x 0 Uruguai, valeu a bem humorada manchete do jornal La República:

Meteram-nos o dedo e a mão

A capa do jornal, reproduzida acima, explica a primeira parte da manchete. A segunda se refere à atuação do árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci. Aquele 1 a 0 tirou o Uruguai da Copa América e pavimentou o caminho do Chile rumo ao título.

Expulso naquele jogo após revidar de leve a provocação do chileno, o uruguaio Cavani garante que já esqueceu o que aconteceu:

– Está superado. Eu também já cometi erros na vida.

Jara também contemporiza:

– Talvez isso seja o assunto das pessoas antes da partida, que certamente será diferente e jogada com muito mais intensidade.

Óscar Tabárez, treinador uruguaio, não gostou de ouvir, na entrevista coletiva que concedeu após o treino de ontem, uma pergunta sobre o episódio:

– É verdade que vocês querem continuar falando sobre isso? Me nego a comentar, já ouvi bobagens demais.

Aguero é o protagonista de Argentina 1 x 0 Uruguai

No gol de Aguero, sete uruguaios de olho em três argenitnos

No gol de Aguero, oito uruguaios de olho em três argenitnos

Valeu pela meia hora final.

Depois que Aguero, o destaque da partida, fez 1 a 0 para a Argentina aos 11 minutos do segundo tempo, o Uruguai descobriu que também precisava jogar, e o que até então era um exercício solo dos argentinos passou a ser um confronto entre as duas tradicionais escolas do futebol sul-americano.

Ficou claro desde o início que era pura balela de Óscar Tabárez aquele papo de que o Uruguai não ia se prender à defesa. O gol de Aguero, que se antecipou à marcação e cabeceou para as redes a bola cruzada por Zabaleta, é um bom retrato do que foi a partida até ali: além do ótimo goleiro Muslera, sete uruguaios guardavam a área contra apenas três argentinos.

Os argentino tinham, então, 70% da posse de bola. Parecia jogo de time grande contra pequeno.

Depois do 1 a 0, o Uruguai foi à luta e teve de jogar de igual para igual, pois o time não tem velocidade suficiente para optar pelos contra-ataques, a arma predileta dos times que enfrentam a Argentina. E, atacando, os uruguaios criaram boas chances de gol e poderiam ter saído com um empate.

Foi justa, no entanto, a vitória argentina na noite de Aguero como protagonista e Lionel Messi como coadjuvante.

Agora, empatada em primeiro lugar no Grupo B da Copa América com o Paraguai, a Argentina vai descontar na Jamaica as dificuldades que sofreu os dois primeiros jogos, deixando para uruguaios e paraguaios decidirem entre si quem fechará a primeira fase em segundo lugar.

Argentina x Uruguai: os professores escondem o jogo

Martino x Tabarez: jogo de disfarces

Martino x Tabárez: jogo de disfarces antes da partida decisiva em La Serena

Se a História ganhasse jogo, o Uruguai já teria uma noite de tranquilidade assegurada em La Serena.

Campeã em 15 das 43 edições da Copa América, líder do Grupo B nesta 44ª edição após vencer a Jamaica por 1 a 0, a Celeste vai encarar a Argentina, que ganhou o título 14 vezes e agora, após o 2 a 2 na estreia, está empatada com o Paraguai na vice-liderança do grupo.

Como nem sempre a qualidade do futebol se reflete no placar, é bom lembrar que a Argentina jogou bem melhor do que o Uruguai na primeira rodada. O empate com os paraguaios deveu-se mais a um certo fastio de suas estrelas após as facilidades encontradas na primeira metade do jogo e aos renitentes problemas de sua defesa do que à falta de organização e criatividade nas manobras de ataque. Os uruguaios, ao contrário, ficaram em dívida com o futebol no 1 a 0 sobre os jamaicanos.

Óscar Tabárez jura que não, mas dificilmente o Uruguai abdicará de jogar fechadinho hoje à noite, defendendo o 0 a 0 que o deixará em ótimas condições para seguir em frente na Copa América, principalmente se na partida anterior o Paraguai não conseguir vencer a Jamaica.

Da Argentina, espera-se volúpia igual à mostrada no primeiro tempo contra o Paraguai, com mais cuidados defensivos, é claro. Se Tabárez diz que não buscará o empate e “se isso acontecer, será por conta do desenrolar do jogo”, Gerardo Martino faz, curiosamente, discurso quase inverso:

– Não vivemos esse jogo contra o Uruguai como se estivéssemos jogando as quartas de final ou a semifinal. As partidas decisivas começam mais para frente.

Os professores estão escondendo o jogo. Espera-se que os jogadores mostrem tudo em campo.