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Rogério Ceni será canonizado se o São Paulo for à final

Rogério Ceni: sonho quase impossível na Vila

Rogério Ceni: sonho quase impossível na Vila

O torcedor são-paulino talvez se lembre de que seu time perdeu para os reservas do Ceará por 2 a 1, no Morumbi, o primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil e deu o troco uma semana depois vencendo em Fortaleza por 3 a 0.

E daí?

É exatamente o placar que o São Paulo precisa fazer nesta quarta-feira, 28, em Santos para chegar à final da competição.

Não se trata, então, de sonho impossível, há de pensar o tricolor mais animado.

Impossível não é, mas a Vila Belmiro não é o Castelão e o Santos de Vanderlei, Renato, Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabigol não é o Ceará de Luís Carlos, Tiago Cametá, Wescley, Carlão e Siloé.

Sofrer três gols na Vila é coisa que nesta temporada só aconteceu ao Santos contra o Grêmio, pela 11ª rodada do Brasileirão, jogo em que Geuvânio foi expulso aos 28 minutos do primeiro tempo por ter retornado ao campo após entender erradamente uma confusa sinalização do árbitro Felipe Gomes da Silva.

O placar do jogo foi 3 a 1, o suficiente hoje para levar para os pênaltis a briga pela vaga nas finais da Copa do Brasil, e o técnico do Santos ainda era Marcelo Fernandes.

Fazer três gols fora de casa nesta temporada, além dos 3 a 0 no Castelão, é algo que o São Paulo só conseguiu contra a Penapolense, pelo Paulistão, e contra o Vasco, em Brasília, pela 12ª rodada do Brasileirão. Era o Vasco de Celso Roth, e o São Paulo de Juan Carlos Osorio lhe enfiou 4 a 0.

Desde aquela derrota para o Grêmio em 5 de julho, o Santos venceu todos os 14 jogos que disputou na Vila – 11 pelo Brasileirão, três pela Copa do Brasil. Aliás, em 11 jogos nesta Copa do Brasil, o Santos empatou apenas um, com o Maringá, e venceu os outros dez, incluindo os dois com o Corinthians.

Nos 32 jogos que fez em casa em 2015, o Santos só não marcou gol em um, justamente contra o São Paulo, em 11 de fevereiro, pelo Paulistão. Foi 0 a 0. Muricy Ramalho ainda era o técnico tricolor.

Campeão da Libertadores, campeão mundial de clubes, três vezes campeão brasileiro, o goleiro do São Paulo jamais conquistou o título da Copa do Brasil. É por isso que Alan Kardec, falando por muitos de seus companheiros, prometeu há poucos dias:

– Vamos jogar por nós, pela torcida e pelo Rogério. Um título como o da Copa do Brasil marca a vida da gente.

Se o São Paulo reverter hoje a desvantagem na Vila Belmiro, Doriva e comandados entrarão para a história e Rogério Ceni será canonizado antes de pendurar as luvas.

É mais fácil o Vasco escapar ao rebaixamento no Brasileirão. Muito mais fácil.

O Corinthians tem de perder

A bola começa a rolar às 19h30:

♦ No Independência, para não correr o risco de perder o Corinthians de vista, o vice-líder Atlético Mineiro tem de vencer o Avaí, afundando-o mais ainda no Z-4, que pode até ser ocupado exclusivamente por equipes catarinenses e o Vasco, que já é sócio remido, quando esta 24ª se encerrar amanhã à noite.

♦ No Beira-Rio, o Palmeiras não pode perder se quiser continuar alimentando o sonho de voltar ao G-4 e o Internacional tem de vencer para sonhar com algum conforto no meião da tabela;

♦ No Moisés Lucarelli, a Ponte Preta tenta se afastar um pouco mais do Z-4 e o Vasco quer apenas se livrar de mais uma vergonha;

Em seguida, às 21 horas, no Orlando Scarpelli, para não retomar o caminho do Z-4, o Figueirense tem de interromper a caminhada do Atlético Paranaense rumo ao G-4.

Tite orienta Cássio para enfrentar o Grêmio - Foto: Agência Corinthians

Tite orienta Cássio para enfrentar o Grêmio – Foto: Agência Corinthians

É às 22 horas que o bicho vai pegar em várias frentes deste Brasileirão que ainda tem o Corinthians como o grande favorito e o Atlético Mineiro e o Grêmio como únicos adversários a ameaçar este favoritismo que se mede em cinco pontos de vantagem sobre o vice-líder e 15 rodadas de invencibilidade.

Pois é no Itaquerão que se dará o mais importante confronto da 24ª rodada. Tendo vencido os últimos nove jogos lá disputados, o Corinthians de Tite vai receber o Grêmio de Roger Machado, invicto há sete rodadas.

Um empate em Itaquera faria a alegria do Atlético Mineiro, desde que tenha vencido o Avaí, e devolveria alguma graça ao pódio, que assim ficaria: Corinthians, com 51 pontos; Atlético Mineiro, com 48; Grêmio, com 45.

O horário das 22 horas ainda reserva dois espetáculos promissores, estrelados por coadjuvantes com algum destaque no Brasileirão:

♦ Na Vila Belmiro, onde até agora só foi derrotado pelo Grêmio, tenso vencido os seis jogos seguintes, o Santos de Dorival Júnior recebe o inconstante São Paulo de Juan Carlos Osorio, que precisa desesperadamente da vitória para se segurar no G-4.

♦ No Couto Pereira, é de outra ordem o desespero do Coritiba: colado ao Z-4, corre sério risco de para lá escorregar se não conseguir vencer o Fluminense, que entrou em queda livre depois de um bom começo de campeonato, perdeu os últimos quatro jogos e, depois de ter frequentado o G-4, pode ir para a metade inferior da tabela de classificação se mais uma vez for derrotado.

Feitas todas as contas, o Corinthians tem de perder para o Brasileirão ganhar de novo alguma graça. Não é impossível, mas não é provável.

Agora é que vem a dureza

O São Paulo, com o time quase todo reserva, garantiu o retorno ao G-4 ao vencer o Internacional por 2 a 0 no Morumbi sábado à noite, mas tem muito com que se preocupar nos próximos dias:

♦ na quarta-feira, vai à Vila Belmiro encarar o Santos, invicto há nove rodadas, tendo vencido seus seis últimos jogos em casa;

♦ no domingo, em Porto Alegre, vai enfrentar o Grêmio, invicto há sete rodadas e único time que não foi derrotado em casa neste Brasileirão.

Segundo o matemático Tristão Garcia, do site Infobola, o São Paulo ainda tem 1% de chance de conquistar o título brasileiro, mas o Santos e o Grêmio, que tem 10%, vão ter de concordar.