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Falcão já trabalha o Sport de 2016

Falcão: aproveitamento de vice

Falcão: aproveitamento de vice

Ao vencer o Corinthians por 2 a 0 no domingo, o Sport completou 16 pontos ganhos dos 18 que disputou em casa sob o comando de Paulo Roberto Falcão.

No Recife, o time pernambucano venceu também o vice-líder Atlético Mineiro (por 4 a 1!) e o Grêmio, terceiro colocado, a Chapecoense e o Avaí, mas é o 0 a 0 com o Atlético Paranaense que não sai da cabeça de Falcão:

– Se os erros de arbitragem não nos tivessem tirado a vitória, estaríamos brigando pela vaga na Libertadores.

Melhor surpresa deste Brasileirão desde que era comandado por Eduardo Baptista, o Sport está hoje em sexto lugar, com 56 pontos, a três do São Paulo. Portanto, se tivesse vencido o Atlético Paranaense, iria visitar a Ponte Preta na última rodada com chance de fechar a competição no G-4.

É por isso que Falcão tanto lamenta aquele empate.

O sentimento de frustração não impede que o Sport tenha o que comemorar. A campanha de 2015 é a melhor de toda a era dos pontos corridos.

Até agora, a melhor marca do time tinha sido o 11º lugar nas edições de 2008 e de 2014, ambas com 52 pontos ganhos. No domingo, mesmo que perca em Campinas, o Sport será pelo menos o oitavo colocado.

Se conseguir a vitória sobre a Ponte em seu 11º jogo à frente do time, Falcão chegará a um aproveitamento de 66,6%. O campeão Corinthians tem 72,1%, o vice-líder Atlético tem 59,5%.

Melhor, só no ano que vem. É para isso que Falcão já está trabalhando.

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Espertamente, Cruzeiro e Sport jogam neste domingo

O Mineirão recebe neste domingo, às 17h30, um jogo desgarrado da 35ª rodada do Campeonato Brasileiro: Cruzeiro x Sport.

O visitante está a apenas dois pontos do G-4. O anfitrião está a seis.

Portanto, é um jogo importante que a CBF concordou em antecipar, a pedido das duas equipes.

Levir Culpi e Paulo Roberto Falcão foram espertos.

Tiveram uma semana de trabalho para preparar seus times e terão outra antes da 36ª rodada – em que o Cruzeiro visitará o Palmeiras e o Sport receberá o Atlético Paranaense.

Os outros 18 times só voltarão a jogar no meio da semana e, três ou quatro dias depois, estarão novamente em campo.

A agenda mais equilibrada pode ajudar Cruzeiro e Sport na reta final do Brasileirão.

Um cafezinho não tirará Falcão do Sport para o São Paulo

Falcão: desejo do São Paulo para substituir Doriva

Falcão: desejo do São Paulo para substituir Doriva

Informa Luiz Prosperi em seu blog  no Estadão que “Falcão pode aparecer no futebol paulista na próxima temporada” e especifica: “Seu destino seria o São Paulo na vaga de Doriva”.

Que o São Paulo queira, tudo bem; que ele vá, duvideodó.

Paulo Roberto Falcão é um dos profissionais mais sérios do futebol brasileiro e resolveu ir para o Sport porque se identifica com a filosofia da gestão atual, que dá tempo ao treinador para desenvolver seu trabalho a longo prazo.

É o que Falcão sempre quis como treinador e nunca teve desde que estreou na Seleção em 1990, após o vexame na Copa do Mundo, para fazer um bem sucedido trabalho de renovação que desembocou na efetiva participação de jogadores como Cafu, Márcio Santos e Mauro Silva na campanha do tetra nos Estados Unidos, já sob o comando técnico de Carlos Alberto Parreira.

Demitido como vice-campeão da Copa América de 1991, Falcão perambulou por equipes como o América, do México, o Internacional e a seleção do Japão até trocar os campos pelos estúdios de TV em 1994, retornando à carreira de técnico em 2011, com passagens rápidas pelo Inter, novamente, e pelo Bahia.

Agora, toca um projeto em que acredita e dificilmente o largará no meio do caminho. Não é do seu feitio.

Para dificultar ainda mais sua contratação pelo São Paulo, há a justificativa que os cartolas são-paulinos deixaram escapar a Prosperi: “Seu custo não chegaria nem perto do que Osorio faturava e pode ser até mais baixo do que Doriva recebe do clube”.

Falcão gosta de ganhar bem, conhece seu valor no mercado e, como boa parte dos boleiros que ganharam seu suado dinheiro nas últimas décadas do século 20, é tão pão-duro que, em nossos tempos de convivência mais frequente, sempre que ele me convidava para tomar um café, eu me sentia na obrigação de antecipadamente tirar a dúvida:

– O convite inclui o café, Falcão?

Nunca incluía.

Não existe dilema, Dunga: é vencer ou vencer

Dunga: obrigação de vencer nos EUA - Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Dunga: obrigado a vencer – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

De maneira até surpreendente, na véspera do amistoso com os Estados Unidos que hoje encerra a fase de jogos preparatórios da Seleção para as Eliminatórias da Copa do Mundo, Dunga abriu o coração e escondeu a escalação do time que veremos à noite, a partir das 21h40, Gillette Stadium de Foxborough:

– A primeira observação vai ser depois do treinamento, de conversar com os jogadores para ver o desgaste de cada um. A segunda observação que teremos de fazer com a comissão é para jogar um time que vai para ganhar ou para treinar, para experimentar novos jogadores. A Seleção tem de ganhar. Falam em observar, ganhar, mas vão pontuar só em cima do resultado. É isso que vamos decidir.

Dunga abriu mais ainda o jogo:

– A minha ideia é aproveitar os jogadores. Alguns são convocados, e não há tempo de jogar. Isso faz com que eles não sejam observados, impede a verdade do campo, que é onde tudo se decide, onde um jogador pode mostrar se tem ou não condições de defender a Seleção. Só que isso perde a relevância à medida que existe muita pressão e cobrança por vitória. Perdeu? As mesmas pessoas que exigem experimentar jogadores, buscar alternativas, vão cair em cima com as críticas.

Dunga tem razão. Vencer é uma obsessão nacional, montar ou remontar a Seleção é consequência. Infelizmente.

Há mais de duas décadas, Paulo Roberto Falcão foi demitido do comando técnico da Seleção porque concentrou os esforços em renovar o time e perdeu a Copa América. Jogadores como Cafu, Márcio Santos e Mauro Silva, importantes na campanha do tetra nos EUA, foram levados por ele para a Seleção.

Carlos Alberto Parreira, técnico do tetra, sempre elogiou a herança que Falcão lhe deixou, mas, ao assumir o comando da Seleção em 1991, já tinha consciência clara das cobranças:

– O Brasil tem de ganhar sempre, até treino. O trabalho de montagem do time tem de ser feito simultaneamente aos bons resultados.

Duas décadas depois, Mano Menezes, também teve cortadas as pretensões de chegar à Copa do Mundo após fazer um bom trabalho de renovação da Seleção de 2010. Perdeu o posto para Luiz Felipe Scolari um ano e meio antes da Copa de 2014, pouco depois de uma derrota para a Argentina num amistoso apelidado de Superclássico das Américas.

Dunga, desde os tempos de jogador, conhece bem a história da Seleção. Sabe que o dilema levantado na entrevista coletiva antes do amistoso Estados Unidos x Brasil não existe. Ele tem de vencer. Sempre. É assim que rola a bola no futebol brasileiro.

Só os cartolas têm garantia no emprego. Infelizmente, repita-se.