Arquivo diário: 26 de março de 2015

E o Brasil de Dunga vence pela sétima vez

Brasil x França - Stade de France Neymar festeja virada brasileira no Stade de FranceFoto: Rafael Ribeiro/CBF

Logo aos 7 minutos, o Brasil levou um susto pelo alto, relembrando 1998, e pelo alto levou o primeiro gol aos 21 em cabeçada certeira do zagueiro Varane.  Não que a França fosse melhor em campo, mas as jogadas de bola levantada na área, claramente ensaiadas, são sempre perigosas.

Aos 40, após uma boa troca de bola com Firmino, Oscar invadiu a área francesa e, de biquinho, decretou o empate. O 1 a 1 era o mínimo que a Seleção merecia. Embora sem brilho, em jornada muito discreta de Neymar, procurou mais o jogo e o gol do que Les Bleus, muito organizados na defesa, mas pouco criativos no ataque.

Acontece que Neymar sempre pode ser Neymar. Aos 11 minutos do segundo tempo, uma saída rápida da defesa, com precisa troca de passes entre os jogadores do meio de campo, encerrou-se com a bola enfiada por Willian para Neymar, de dentro da área, bombardear o goleiro Mandanda e fazer 2 a 1 para o Brasil.

A França acordou, perdeu duas oportunidades seguidas de empatar o jogo, mas insistiu demais nas bolas altas e acabou entregando o contra-ataque aos brasileiros. Num deles, mandou para escanteio um chute de Oscar. Escanteio cobrado, aos 23 minutos, Luiz Gustavo foi lá em cima e, de cabeça, fez 3 a 1. Não é pelo alto que estes franceses gostam de jogar?

Em seguida, pelo chão, quase Willian faz o quarto. Seria um exagero.

E assim já são sete vitórias do Brasil em sete jogos na nova era Dunga.

Sete? Desde a Copa, não é número que a gente deva ficar remoendo, né?

Futuro versus passado num encontro de campeões

Dunga e  Deschamps: descontração antes de França x BrasilFoto: Rafael Ribeiro/CBF

O que estará passando pela cabeça sempre centrada do gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri quando entrar no Stade de France na noite parisiense desta quinta-feira para comandar a Seleção no amistoso contra Les Bleus que, aqui no Brasil, vamos acompanhar a partir das 17 horas?

Se já não bastasse o cenário em que, no dia 12 de julho de 1998, se desfez a primeira versão do sonho do penta, o capitão daquela Seleção vai reencontrar, tão logo desça ao gramado, o homem que capitaneou monsieur Zidane e companhia menos ilustre nos 3 a 0 que deram o primeiro, até agora único, título mundial à França.

É impossível que não passem pela cabeça do nosso Dunga, ao rever Didier Deschamps no Stade de France, as preocupações e decepções vividas naquele domingo inesquecível de 1998. São outros os tempos, são outras as circunstâncias, mas o reencontro dos dois capitães de campanhas memoráveis das seleções que agora treinam será mais do que um embate técnico e tático.

Dunga e Deschamps trabalham hoje para devolver suas seleções ao primeiríssimo nível do futebol mundial, mesclando jovens e veteranos para as batalhas realmente importantes que têm pela frente – a Copa do Mundo de 2018, mais do que tudo, mas, antes de mais nada, a Copa América de daqui a pouco, para o brasileiro, e a Eurocopa do ano que vem, para o francês.

É este ensaio do futuro que veremos hoje em Saint-Denis. Nem por isso a cabeça de Dunga deixará de visitar o passado.

Talvez até recorde um lance que não quis discutir naquele 12 de julho: o empurrão que levou de Zidane no segundo gol francês, já nos descontos do primeiro tempo, e foi solenemente ignorado pelo árbitro marroquino Said Belqola. Confira aqui, a partir de 2min45 do vídeo.

Ainda no Stade de France, perguntei ao nosso capitão:

– O Zidane não fez falta em você antes de cabecear a bola do segundo gol?

E ele me fez outra pergunta:

– Você acha que eu vou comentar isso depois que a gente perdeu por 3 a 0?

Meninada pode salvar ou afundar o Vasco

Com muitos desfalques, o Vasco se vê obrigado a escalar boa parte de sua meninada contra o Boavista, hoje à tarde, em jogo que lhe pode devolver a liderança da Taça Guanabara em caso de uma vitória por, no mínimo, quatro gols de diferença.

Exceção feita aos 2 a 1 do Flamengo sobre o Bangu, os resultados dos jogos da quarta-feira pela 12ª rodada beneficiam o time de Doriva: o Botafogo, que tinha virado líder no fim de semana, empatou com o Barra Mansa por 1 a 1 e o Madureira também ficou no 1 a 1 com o Bonsucesso.

Se Jordi, Lorran, Jhon Cley, Mosquito e Thalles não derem conta do recado em Saquarema, o Vasco passa a correr sério risco de sair do G-4, dependendo do que o Fluminense, agora sob o comando de Ricardo Drubscky, consiga diante da Cabofriense no Maracanã e, claro, do clássico de domingo com o Botafogo.

Agora, é pensar na Libertadores

a a ha ha A provocação dos torcedores são-paulinos nas redes sociais não resistiu a três minutos de jogo no Allianz Parque. O #Mito falhou em dose dupla: apertado pela marcação ao tentar sair da área com a bola dominada, Rogério Ceni acabou dando a bola na medida para Robinho e voltou devagar demais para tentar a defesa no chute por cobertura do palmeirense. A bola quase raspou no travessão para cair dentro do gol.

Estava desenhado o que seriam os 87 minutos restantes. O Palmeiras se sentiu aliviado, esqueceu o tabu de mais de um ano sem vencer um grande rival paulista e continuou dominando o meio de campo e o jogo desta quarta-feira. Era nitidamente superior com 11 contra 11 em campo. Aos sete minutos, as coisas ficaram ainda mais fáceis: Rafael Toloi chutou Dudu em lance longe da bola e foi expulso.

Daí em diante, o jogo virou um baile verde, mais ao estilo Iron Maiden do que Beatles, como é do gosto de Oswaldo de Oliveira. Muricy Ramalho teve de tirar Pato para cobrir com Edson Silva o rombo na zaga tricolor e o que era fácil ficou facílimo para os palmeirenses. Rafael Marques fez 2 a 0 pouco depois e 3 a 0 no comecinho do segundo tempo.

A uns 15 minutos do fim, o São Paulo ficou com dez: Michel Bastos deu um carrinho violento em Arouca e também foi expulso.

O Palmeiras quebrou em grande estilo o incômodo tabu e, mesmo em fase de formação, já pode pensar no título paulista. O São Paulo viverá dias acalorados até a próxima quarta-feira, quando enfrentará o San Lorenzo em Buenos Aires precisando, no mínimo, de um empate para continuar na briga por uma vaga nas oitavas de final da Liberdadores. É o que importa de verdade.