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Libertadores: éramos cinco, somos um

Gabriel Xavier agarra Gonzalo Martínez , é expulso e sai  aplaudido

Gabriel Xavier agarra Gonzalo Martínez , é expulso e sai aplaudido

Éramos cinco quando começou a Libertadores. Depois de alguns sustos na fase de grupos, os cinco chegaram às oitavas.

Como a tabela determinava dois cruzamentos locais, somente três dos cinco poderiam chegar às quartas: o Cruzeiro tirou o São Paulo, o Internacional tirou o Atlético Mineiro, o Corinthians tropeçou na própria incompetência e foi tirado pelo paraguaio Guaraní.

Nas quartas, então, éramos dois: Cruzeiro e Inter.

O Inter foi à Colômbia, perdeu para o Independiente Santa Fe, mas virou a parada no Beira-Rio nesta quarta-feira e está nas semifinais.

O Cruzeiro foi à Argentina, venceu o River Plate e voltou para Belo Horizonte precisando apenas de um empate. Parecia que seríamos dois nas semifinais. Parecia. O Cruzeiro acaba de ser trucidado pelo River no Mineirão.

Placar: 3 a 0 para o River.

E, no palco em que a Alemanha enfiou 7 a 1 no Brasil, o Cruzeiro não caiu de quatro por que, a três minutos do final, o garoto Gabriel Xavier agarrou o argentino Gonzalo Martínez por trás para evitar que ele invadisse sozinho a área do goleiro Fábio.

Levou o cartão vermelho e saiu aplaudido pela torcida.

Sport é o líder, Fla e Cruzeiro estão no Z-4

Ilha do Retiro: Sport vence e não esquece Zé do Rádio

Ilha do Retiro: Sport vence e não esquece Zé do Rádio

Os últimos minutos foram de sufoco na Ilha do Retiro, mas o Sport resistiu bem as esforços desesperados do Coritiba, segurou o 1 a 0 do primeiro tempo e, assim, é o novo líder do Campeonato Brasileiro, com sete pontos conquistados em três rodadas, e quatro gols de saldo.

A torcida festejou a vitória com múltiplas homenagens ao torcedor Ivaldo Firmino dos Santos, que morreu na quinta-feira e era nacionalmente conhecido como Zé do Rádio, apelido que lhe foi dado pela insistência em ligar seu aparelho em alto volume para irritar os técnicos dos times adversários em todos os jogos do Sport na Ilha do Retiro.

No outro jogo da noite, no Mineirão, os reservas do Cruzeiro finalmente conseguiram o primeiro ponto no Brasileirão, empatando com a Ponte Preta por 1 a 1, saiu da lanterna e agora está em 18º lugar, logo atrás do Flamengo, que fecha o Z-4, e tem como vizinhos mais próximos, já fora da zona de rebaixamento, o Palmeiras e o Vasco.

Os grandes que se cuidem na competição que tem o Sport como líder e  o Goiás como vice.

Cruzeiro x São Paulo: entre a dança e o balanço

Marcelo x MiltonNão é fácil a vida de técnico no país do futebol.

Chega, arruma o time, ganha os canecos em jogo, perde as estrelas que fez brilhar e tem de rearrumar o desarrumado como se fosse simples continuar tocando a bola em frente sem um Éverton Ribeiro, um Ricardo Goulart, um Lucas Silva, um Dedé, ainda que provisoriamente, e companhia menos ilustre.

E o tempo para remontar a equipe com os substitutos dos que foram embora carregando consigo canecos e faixas de campeão?

É só aproveitar o intervalo entre um jogo e outro do Campeonato Mineiro, da Libertadores, do Campeonato Brasileiro e, daqui a pouco, da Copa do Brasil.

É pouco?

É o que têm Marcelo Oliveira e seus companheiros de profissão empregados nos grandes clubes do Brasil.

Que o Cruzeiro não é mais aquele já dissemos neste blog há quase dois meses, como você pode verificar clicando aqui.

Nem por isso o Cruzeiro em formação desmerece a atenção da torcida e, menos ainda, a dos adversários.

É um time que pode perfeitamente descontar hoje a derrota para o São Paulo por 1 a 0 no primeiro jogo das oitavas de final e assim garantir, no Mineirão, a classificação para as quartas da Libertadores.

Se continuar na Libertadores, Marcelo Oliveira continuará no emprego. Se dançar no Mineirão, vai balançar na Toca da Raposa.

Não é justo, mas é a realidade do futebol brasileiro.

O são-paulino Milton Cruz, que recebe (recebe?) salário de interino e vem tendo aproveitamento superior ao de 99,9% dos efetivos, vive experiência parecida.

Vencendo, continuará no comando técnico do time. Perdendo no jogo das 19h30 a vaga nas quartas de final da Libertadores, muito provavelmente ganhará um novo chefe na continuação do Campeonato Brasileiro.

Não é fácil a vida de técnico no país do futebol.

Libertadores: o bestial Marcelo pode virar uma besta

Marcelo: Cruzeiro tem de ganhar - Imagem: Beneclick

Marcelo: Cruzeiro tem de ganhar – Imagem: Beneclick

Bobo ele não é, tanto que caiu fora do Vasco ligeirinho em 2012, bem antes de se tornar irreversível o rebaixamento para a Segundona, e foi dar forma ao Cruzeiro bicampeão brasileiro que hoje joga, pela sobrevivência na Libertadores, contra o Universitario Sucre, o líder do Grupo 3.

Neste 21 de abril, data historicamente importante para todos os brasileiros, mais significativa ainda para os mineiros, o mineiríssimo Marcelo Oliveira corre um sério risco, formulado há décadas pelo Brasileiro Otto Glória em uma de suas passagens pelo futebol português: “Quando o time ganha,  o técnico é bestial. Quando o time perde, o técnico é uma besta.”

Os 90 minutos de bola em movimento no Mineirão, no começo da noite, podem encerrar a admiração da torcida cruzeirense e transformar seu bestial treinador numa besta de passado e DNA atleticanos. Faz parte do torcedor essa absurda intolerância ante os resultados negativos.

Não é só por isso que Marcelo Oliveira se sente obrigado a vencer o jogo das 20h30 e fechar em primeiro lugar a briga no Grupo 3 por duas vagas nas oitavas de final da Libertadores. Uma derrota ou até mesmo um empate põem em risco a classificação, pois o Huracán, um ponto atrás do Cruzeiro, jogará no mesmo horário contra o fraquinho Mineros de Guayana.

Marcelo sabe muito bem os riscos que corre 48 horas depois de perder para o Atlético a vaga nas finais do Campeonato Mineiro:

– Falei com os jogadores que agora é uma questão de honra fazer um jogo forte aqui. Esse absurdo de jogar domingo e na terça vai recair sobre a comissão técnica e o técnico. Então, é questão de honra, de briga, poder fazer uma boa partida.

Mais do que fazer uma boa partida, porém, o Cruzeiro tem de vencer.

Fábio pede atenção ao Cruzeiro na Libertadores

Fábio

Fábio: “Não existe adversário fácil”

Foto: Washington Alves/Lightpress

A fase não é das melhores. Marcelo Oliveira ainda tenta remontar o Cruzeiro depois de perder mais da metade do time campeão brasileiro de 2014. Os resultados colhidos até agora na Libertadores nem de longe empolgam os torcedores: 0 a 0 com o Universitario Sucre na Bolívia, outro 0 a 0 com o Huracán em Belo Horizonte e, enfim, 2 a 0 sobre o Mineros na Venezuela.

Como o Grupo 3 é fraquinho de doer, a pífia campanha do campeão brasileiro bastou-lhe para garantir, até aqui, o primeiro lugar, embora igualado em pontos, cinco para cada um, com  o Universitario Sucre. Separa-os um golzinho de saldo – os brasileiros fizeram dois, os bolivianos fizeram um.

O adversário desta noite será o mais fraquinho de todos, o venezuelano Mineros, que tem só um ponto depois de três rodadas e muito provavelmente dará adeus logo mais a qualquer chance de continuar na Libertadores. O Cruzeiro tem de vencer e deveria golear para recuperar no Mineirão a magia do bom futebol exibido nas duas últimas temporadas.

O treino de ontem deixou a impressão de que o zagueiro Léo, o volante Willians e o atacante Willian voltarão ao time, uma boa notícia para a torcida ainda assustada com a derrota para o Tombense ali mesmo, no Mineirão, onde o Cruzeiro venceu apenas um dos seis jogos disputados em 2015, tendo empatado os outros quatro.

Ressabiado, o goleiro Fábio, única estrela de primeira grandeza que o Cruzeiro segurou nesta temporada, pede cuidado com o fraquinho Mineros e invoca o Tombense como argumento:

– Temos de vencer, mas nós vimos na rodada passada do Campeonato Mineiro que não existe adversário fácil.