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Milton Cruz não poderia querer mais

Pato faz gol tricolorPato é destaque na vitória tricolor: iniciou a jogada do primeiro gol e marcou o segundo

Foi uma primeira rodada de alegrias no Brasileirão para a dupla paulista que brigará no meio de semana por duas vagas nas quartas de final da Libertadores.

No Morumbi, com poucos titulares, o São Paulo derrotou o Flamengo por 2 a 1 e, assim, redobrou o ânimo para o confronto com o Cruzeiro pelas oitavas de final da competição continental, quarta-feira, no Mineirão. Além de ter vencido o primeiro jogo, em casa, a equipe de Milton Cruz desembarcará em Belo Horizonte com a alma leve depois da boa estreia no Campeonato Brasileiro.

E se deve mesmo falar em São Paulo de Milton Cruz, que assumiu o comando técnico há sete jogos e chegou à sexta vitória neste domingo, mostrando a sabedoria de guardar os titulares Ganso e Pato para o segundo tempo. A dupla teve papel importante nos 2 a 1, principalmente Pato, que iniciou a jogada do primeiro gol e marcou o segundo.

Em Cuiabá, terreno neutro com mais corintianos do que cruzeirenses na torcida, o time de Tite mostrou que não desaprendeu o caminho das vitórias e bateu o bicampeão brasileiro por 1 a 0, um enorme alento para a difícil tarefa de reverter na quarta-feira a desvantagem de dois gols diante do Guaraní no jogo que vale a sobrevida na Libertadores.

É verdade que o Cruzeiro, como o Corinthians, escalou o time quase todo reserva, guardando os titulares para o tira-teima com o São Paulo, mas os maus resultados sucessivos no Campeonato Mineiro, na Libertadores e nesta primeira rodada do Brasileirão certamente vão aumentar a pressão sobre os jogadores.

A rodada inicial do Campeonato Brasileiro também não foi boa para o Internacional. Diego Aguirre levou um time inteiramente reserva a Curitiba e acabou derrotado pelo Atlético Paranaense por 3 a 0, mas o resultado não deve influir no rendimento dos titulares que na quarta-feira, em casa, precisarão apenas de um empate por 0 a 0 ou 1 a 1 com o Atlético Mineiro para chegar às quartas de final da Libertadores.

Brasileirão: uma festa muito exclusiva

De todas as 40 equipes que disputaram o Campeonato Brasileiro de 2003, quando foram adotados os pontos corridos, até 2014, apenas seis estiveram em todas as edições: São Paulo, Cruzeiro, Internacional, Santos, Fluminense e Flamengo.

Das seis, somente o Internacional não foi campeão nenhuma vez.  Em compensação, tanto o São Paulo, time de melhor aproveitamento, quanto o Cruzeiro conquistaram três vezes o título nessas 14 edições do Brasileirão.

Dos campeões, o Corinthians, que ganhou o título em 2005 e em 2011, é o único que já caiu para a Segundona – em 2008.

A edição de 2015, que está começando hoje, tem um estreante na era dos pontos corridos: o Joinville.

O levantamento é do pesquisador Júlio César Cardoso, economista catarinense que tem o bom gosto de torcer pelo Vasco e toca competentemente o site Futdados. Para ler todas as informações sobre a campanha dos 40 times, clique aqui.

Uma coisa é o cartola, outra é o jogador

Não tem nenhuma importância para o Flamengo o fato de estar fora das finais do Campeonato Carioca. Pelo menos é o que disse Alexandre Wrobel, vice-presidente de futebol, ao repórter Ivan Raupp, do portal Globo.com:

 – É o momento de trabalhar, pensar no Brasileiro e na Copa do Brasil, competições que a gente tem agora pela frente e que são realmente importantes. São as competições que realmente nos interessam.  O Carioca não diz muita coisa. Mesmo se nós tivéssemos ganhado o Carioca, não nos deixaríamos iludir por isso.

 O time rubro-negro acha que a torcida vai cobrar a eliminação nas semifinais. É o que confessou o jovem zagueiro Bressan ao repórter:

– É claro que a gente fica chateado por ficar fora da final do Carioca, mas tem de assumir isso e dar a volta por cima. O grupo tem experiência suficiente para suportar a pressão que vai acontecer agora. A torcida está no direito de cobrar.

A festa é dos torcedores no domingão das semifinais

Tite abraça Oswaldo no ItaquerãoFesta verde no Itaquerão: Owaldo Oliveira recebe o abraço de TiteImagem: Beneclick

No Mineirão, de virada, o Atlético venceu por 2 a 1 o Cruzeiro, que jogou metade do segundo tempo com dez, e vai decidir o título mineiro com o vencedor de Caldense x Tombense, que começa às 18h30.

No Beira-Rio, o Internacional despachou o Brasil de Pelotas sem muita dificuldade, chegou a abrir 3 a 0, mas fechou a conta em 3 a 1. Mais um Gre-Nal decidirá o Gauchão.

No Maracanã, graças a um pênalti marcado como rigor incomum pelo árbitro Rodrigo Nunes de Sá, o Vasco venceu o Flamengo por 1 a 0 e vai fazer com o Botafogo uma final que o Campeonato Carioca viveu pela última vez em 1997.

No Itaquerão, o Palmeiras fez 1 a 0, o Corinthians virou para 2 a 1, o Palmeiras chegou ao 2 a 2 e a decisão da primeira vaga nas finais do Paulistão foi para os pênaltis.

O Palmeiras venceu por 6 a 5, tirando das finais o único time invicto em todo o campeonato. O adversário será definido daqui a pouco na Vila Belmiro: Santos ou São Paulo.

A torcida fez a festa no domingão das semifinais: 48.221 pagantes no Maracanã, 40.362 no Mineirão, 38.457 no Itaquerão, 23.530 no Beira-Rio. A conta não inclui milhares de penetras, convidados especiais e profissionais em serviço.

ATUALIZAÇÃO

No Ronaldão, em Poços de Caldas, o Caldense venceu o Tombense por 2 a 0 e, como foi o time de melhor campanha na primeira fase do  Campeonato Mineiro, vai à final com o Atlético com a vantagem de jogar por dois empates e e fazer a finalíssima em casa. Público: 4.534 pagantes.

Na Vila Belmiro, diante de um público de 13.459 pagantes, o Santos aproveitou muito bem os enormes espaços dados pelo São Paulo, mandou no jogo em sucessivas arrancadas do seu campo de defesa até o gol de Rogério Ceni, chegou aos 2 a 0 e, só no finalzinho, permitiu o gol tricolor. Os 2 a 1 garantem aos santistas o mando de campo na finalíssima do Paulistão com o Palmeiras.

Depois de muita enrolação, um domingo de definições

A cabeça dos torcedores mais felizes está na Libertadores, que vai chegando ao momento de depuração em que sobreviverão apenas os mais fortes, mas palmeirenses, são-paulinos, santistas, flamenguistas e vascaínos têm os jogos das semifinais dos campeonatos estaduais para se divertir ou sofrer neste domingo.

E mesmo corintianos, atleticanos, cruzeirenses e colorados gostariam de ir em frente nas competições estaduais, mesmo que isso custe aos times uma dose extra de cansaço nas batalhas vindouras pela Libertadores da América.

Em Minas, rolou muito trololó antes de Cruzeiro x Atlético porque o Cruzeiro jogará terça pela Libertadores e queria antecipar o clássico do Mineirão para o sábado.

 O Cruzeiro tem razão de estrilar, mas estrilou muito tarde, como bem lembrou o capitão Fábio, tranquilo fora de campo como costuma ser debaixo do gol: “aceitamos a tabela no início do campeonato e agora não podemos reclamar”.

O jogo será hoje, às 16 horas, e o Cruzeiro precisa apenas do empate para decidir o título mineiro com Caldense ou Tombense, que se enfrentarão mais tarde.

No Rio Grande do Sul, um 0 a 0 com o Brasil de Pelotas classificará o Internacional para a final com o Grêmio, que ontem tirou o Juventude do caminho. Se der novo 1 a 1, a decisão vai para os pênaltis. Empate com mais de dois gols classifica o Brasil. Se alguém vencer, é óbvio que irá para a final.

No Rio, às 16 horas, o Vasco tem de vencer o Flamengo para fazer a final com o Botafogo, que ontem bateu o Flu nos pênaltis. O Vasco não venceu o Fla  em nenhum dos últimos 11 confrontos. Espera-se mais um grande público no Maracanã.

Em São Paulo, confronto duplo definirá os dois finalistas:

  • Às 16 horas, em Itaquera, o cansado Corinthians receberá o descansado Palmeiras. Vai em frente quem vencer. Em caso de empate, decisão nos pênaltis. O Itaquerão deve lotar.
  • Na Vila Belmiro, às 18h30, o Santos de Robinho receberá o São Paulo de Ganso. Vale na Vila o que vale no Itaquerão: quem vencer vai à final. Se der empate, a emoção vai para os pênaltis.

E assim, depois de muitas semanas de enrolação, com joguinhos inexpressivos em estádios vazios, vão chegando ao fim os campeonatos estaduais – e estamos falando apenas dos mais importantes do país do futebol. Nesta reta final, temos um domingo com algumas emoções. Ainda bem.

O futebol do Rio está sumindo do mapa

Esqueça-se o Corinthians, que vendeu 115.092 ingressos em três jogos da Libertadores no Itaquerão, e lidera com folga a lista dos clubes brasileiros que mais arrecadaram na bilheteria em  2015 – R$ 25.082.953 no total.

Vamos, então, ao segundo da lista: o Palmeiras que faturou R$ 19.144.660 e, como o Flamengo, está disputando o campeonato estadual e a Copa do Brasil. O terceiro é o próprio Fla, que faturou nas bilheterias, até agora, R$ 6.835.717.

Os dados levantados por Rodolfo Rodrigues em seu blog Futebol em Números, publicado no UOL, escancaram a distância econômica entre São Paulo e Rio.

A média de público é menos desigual: Corinthians – 31.335 por jogo; Palmeiras,  27.739;  Flamengo, 18.103.

Não se esqueça também: o futebol paulista terá sete dos 40 times que disputarão a  segunda fase da Copa do Brasil e o Rio será representado apenas por Flamengo, Botafogo e Vasco. O Fluminense, graças ao sexto lugar no Brasileirão de 2014, entrará diretamente nas oitavas de final.

E tem mais: Corinthians e São Paulo estão na Libertadores com os mineiros Atlético e Cruzeiro e o gaúcho Internacional. Os times que foram eliminados até entrarão com o Flu nas oitavas da Copa do Brasil.

O futebol do Rio que se cuide!

Sabe por que Suárez não jogou no Flamengo?

Andrade - Imagem Beneclick

Andrade – Imagem Beneclick

Suárez - Imagem: Beneclick

Suárez – Imagem: Beneclick

O blog Brasil Mundial FC, da editoria de futebol internacional do GloboEsporte.com, conta: “Andrade, olheiro rubro-negro na época, vetou a contratação do jovem de 19 anos que defendia o Nacional, do Uruguai”.

O técnico que comandou o Flamengo na conquista do título brasileiro de 2009 não se perturba com a incômoda recordação:

– Não me arrependo, não. Futebol é momento. Naquela época, ele tinha 19 anos. Fui ver um torneio no Uruguai e ele não se apresentou bem. Era garoto ainda, inexperiente, e realmente não dei o aval.

É hora da torcida entrar em campo

Imagem: Beneclick/Foto original: Tânia Rêgo/ABr

Imagem: Beneclick/Foto original: Tânia Rêgo/ABr

Que o futebol brasileiro tem jeito fora de campo, e assim se reajeitará naturalmente do lado de dentro, comprova, um pouco abaixo, a nota Um balanço duplamente revelador (que os muito preguiçosos podem ler simplesmente clicando aqui).

Que está difícil dar um jeito no futebol brasileiro comprova a situação aflitiva de quase todos os nossos times na Libertadores. E o que estamos acompanhando em 2015 parece até reprise do que vimos em 2014, com a esperança agora de que as coisas não desandem tanto como então desandaram.

Em 2014, o Cruzeiro caiu nas quartas, o Atlético e o Grêmio ficaram nas oitavas, o Flamengo e o Botafogo nem saíram da fase de grupos.

Em 2015, a esta altura da Libertadores, o Corinthians é exceção no quinteto brasileiro que disputa vaga nas oitavas de final: quer vencer hoje o campeão San Lorenzo no Itaquerão com a esperança, um tanto remota, de ainda fechar a primeira fase como o melhor time da competição. De quebra, a vitória corintiana ajudará o São Paulo.

O Cruzeiro, o Atlético Mineiro e o São Paulo vão ter de suar até o último minuto da última rodada da primeira fase para ir às oitavas. O Internacional, embora irregular até agora, depende das próprias forças para fechar a fase em primeiro lugar no Grupo 4. Basta vencer hoje a Universidade de Chile em Santiago e, no dia 22, The Strongest em Porto Alegre.

O futebol brasileiro não caiu tanto tecnicamente a ponto de justificar situação tão aflitiva de algumas de suas melhores equipes em duas Libertadores consecutivas. Uma explicação óbvia para este mau início, embora não única, é o calendário do nosso futebol. Mal começa a temporada, após pouco tempo de preparação, os times entram nos campeonatos estaduais e na principal competição continental.

O futebol tem de ser administrado com a competência que o Flamengo mostrou no ano passado no trato às contas por receber e a pagar. O calendário é igualmente um problema de gestão, para o qual se espera especial atenção da diretoria que, nesta quinta-feira, está assumindo o poder na CBF.

Marco Polo Del Nero, o novo presidente, tem a oportunidade de oxigenar o debate para recolher da sociedade ideias, sugestões e propostas que revigorem nestas primeiras décadas dos anos 2000 o país do futebol que ela construiu durante boa parte dos 120 anos que hoje nos separam do dia em que Charles Miller pôs a bola para rolar num campinho do Brás.

Sobram problemas, mas não faltarão soluções se a imensa torcida brasileira entrar novamente em campo.

Um balanço duplamente revelador

O balanço do exercício de 2014 divulgado pelo Flamengo é uma demonstração clara de que o futebol brasileiro é administrável.

O clube carioca faturou pouco mais de R$ 334 milhões e obteve um lucro ligeiramente superior a R$ 64 milhões.

O balanço revela ainda um dado perturbador da economia brasileira – e não apenas do futebol: as despesas financeiras do Fla passaram dos R$ 40 milhões em 2014.

O futebol também trabalha para os bancos!

Números retratam os campeonatos estaduais

Foi uma tarde de poucos gols, pouco público e muitos cartões nos jogos disputados por seis grandes times grandes e dois pequenos em fases decisivas dos quatro principais campeonatos estaduais do País.

No Maracanã, Vasco 0 x 0 Flamengo: 21.289 pagantes, dez cartões amarelos. No próximo  domingo, dia 19, tem reprise, novamente no Maracanã.

Na Vila Belmiro, Santos 3 x 0 XV de Piracicaba: 11.260 pagantes, seis cartões amarelos. O Santos pega o São Paulo na semifinal do Paulistão,  Corinthians e Palmeiras fazem o outro jogo.

No Independência, Atlético 1 x 1 Cruzeiro: 16.153 pagantes, dez cartões amarelos, um vermelho. No dia 19, tem reprise no Mineirão.

Em Caxias, Juventude 0 x 1 Grêmio: nove cartões amarelos.  Público: ainda não foi divulgado. No sábado, 18, reprise na Arena do Grêmio.

O futebol brasileiro precisa ser amplamente debatido ou vai afundar no brejo. Para lá já está se dirigindo.