Arquivo diário: 26 de abril de 2015

Finais começam com muito público e poucos gols

Leandro Pereira: gol do Palmeiras - Foto: Cesar Greco/Divulgação

Leandro Pereira: gol do Palmeiras – Foto: Cesar Greco/Divulgação

Rafael Silva: gol do Vasco - Imagem: Beneclick

Rafael Silva: gol do Vasco – Imagem: Beneclick

Dois golzinhos em 360 minutos de jogo! E a bola rolou muito neste domingo – de Belo Horizonte a Porto Alegre, com escalas no Rio e em São Paulo.

O Palmeiras fez 1 a 0, gol de Leandro Pereira, poderia ter feito 2 a 0 se Dudu não desperdiçasse um pênalti e vai à Vila Belmiro precisando apenas empatar com o Santos para conquistar o título paulista no próximo domingo.

Quando o juiz já estava levando o apito à boca para encerrar o jogo, o Vasco fez 1 a 0, gol de Rafael Silva, e será  campeão carioca de 2015 se também empatar com o Botafogo na finalíssima.

O Atlético não saiu do 0 a 0 com a Caldense e terá de vencer em Varginha se ainda estiver sonhando com o título mineiro.

Grêmio e Internacional também não saíram do 0 a 0 e quem vencer no Beira-Rio será campeão gaúcho. Empate com gols dará o título ao Grêmio. Um novo 0 a 0 levará a decisão para a cobrança em série de pênaltis.

A tão pouco se resume a primeira rodada das finais dos quatro campeonatos estaduais mais importantes do país do futebol.

E não foi por falta de apoio da torcida que os ataques mostraram tão pouco no primeiro domingo das finais.

O Mineirão recebeu 53.772 pagantes; a Arena do Grêmio, 43.681; o Allianz Parque, 39.479; o Maracanã, 39.379 (e, como sempre acontece em grandes jogos no Rio, mais de 6 mil entraram sem pagar).

Tudo é dúvida na final do Paulistão

Repete-se nas finais do Campeonato Paulista, que mostram hoje o primeiro capítulo no Allianz Parque, o fenômeno que os cariocas acompanharão no Maracanã: as terceira e quarta forças são as primeiras.

No Rio, antes que a bola começasse a rolar, apostava-se no Fla-Flu como final do campeonato; no Paulistão, palpiteiros de diferentes espécies cravavam Corinthians e São Paulo nas finais.

Como a bola cultiva segredos que escapam até aos boleiros, quanto mais aos palpiteiros, Santos e Palmeiras decidirão o título paulista, e Botafogo e Vasco, o carioca.

Convém, portanto, não apostar em favorito no Palmeiras x Santos de logo mais, até porque ninguém sabe sequer a escalação dos times.

Oswaldo de Oliveira está brincando de esconde-esconde com Valdivia, e seu antigo auxiliar, Marcelo Fernandes, repete a brincadeira com Robinho.

Importa lembrar, porém, que o Santos ainda não foi derrotado no Paulistão quando contou com Robinho, e o Palmeiras chegou até aqui contando com Valdivia apenas nos quatro últimos jogos, em nenhum deles durante todos os 90 minutos.

Aparentemente, Robinho faz mais falta ao Santos do que Valdivia ao Palmeiras remontado por Oswaldo.

Aparentemente, repita-se.

De verdade, se é que Robinho e Valdivia realmente não entrarão em campo, a gente só vai saber depois que a bola tiver rolado os 90 minutos no Parque.

Fofão se despede como campeãFofão: campeã da Superliga pela sexta vez ao se despedir da torcida – Imagem: Beneclick

Hélia Rogério de Souza Pinto, 45 anos completados em 10 de março, acaba de se despedir das quadras brasileiras com mais uma vitória na carreira de tantas glórias.

Daqui em diante, só se verá Fofão em quadras suíças, no  começo de maio, de novo com a camisa do seu Rio de Janeiro, disputando pela última vez o Mundial de Clubes.

Campeã pela sexta vez da Superliga, e mais vezes teria sido se não tivesse saído do Brasil e rodado o mundo para ser igualmente campeã italiana, campeã espanhola e campeã turca, Fofão disputou cinco Olimpíadas, ganhou o ouro em Pequim e o bronze em Atlanta em Sydney.

São tantos os títulos, por times e pela Seleção, que, ao se despedir da torcida brasileira na vitória por 3 sets a 0 do Rio de Janeiro sobre o Osasco e levantar pela sexta o caneco da Superliga, esta incomparável levantadora paulistana nos surpreende apenas por mostrar que, ao contrário do que todos pensávamos, não é eterna.

Ficará, porém, eternamente na história do vôlei.

Doriva não é o único a perder o sono com o Vasco

Doriva contra Bota 1Doriva tenta, contra o Botafogo, interromper  jejum vascaíno de 12 anosImagem: Beneclick

Não foi exatamente o time que venceu o Botafogo numa noite de quinta-feira e conquistou antecipadamente o título carioca de 1970, mas estes eram os titulares do técnico Tim naquela temporada: Andrada; Fidélis, Moacir; Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luiz Carlos; Valfrido, Silva e Gilson Nunes.

Com a gloriosa exceção do goleiro Andrada e do ponta de lança Silva, eram majoritariamente jogadores medianos, alguns ruins de doer. Não é um time que dê saudade aos vascaínos, mas foram estes onze que encerraram um jejum de 12 anos, pois o último título carioca tinha sido conquistado em 1958.

Naquele 17 de setembro de 1970, o Maracanã recebeu 59.110 pagantes para ver a vitória vascaína por 2 a 1 sobre um adversário que contava com o zagueiro Leônidas, o volante Nei Conceição e dois atacantes fora de série – Jairzinho e Paulo Cesar Caju, campeões do mundo no México três meses antes.

Não é difícil imaginar as dificuldades do mitológico Tim para armar aquele Vasco contra um adversário que lhe era tão superior tecnicamente.

Grande craque nos anos 1930/40, Elba de Padua Lima era um técnico tão excepcional que tinha dado ao Bangu o título carioca de 1966 e levaria a seleção do Peru a disputar em 1982 sua última Copa do Mundo, mas sofreu muito com aquele Vasco de 1970.

Conta-se que, certa madrugada, encontrando-o diante dos botões espalhados na mesa de jantar em que costumava ensaiar variações antes de treiná-las com os jogadores em campo, sua filha não se conteve:

– Papai, vem dormir, já está tarde demais…

– Minha filha, você diz isso porque não sabe o que é treinar um time com o Valfrido de centroavante!

Sem comparar o técnico atual a Tim, que era incomparável, nem os atacantes atuais ao Valfrido, fico imaginando quantas noites de sono tem custado a Doriva comandar este Vasco que hoje encara o Botafogo na tentativa de outros 12 anos de jejum.

Doriva não é o único que perde o sono com este Vasco tão mediano que vem comandando competentemente desde o começo do ano. Aqui em casa mesmo, há mais de um vascaíno insone.

Atlético corre sério risco em Minas

Atlético Mineiro em riscoVasco, Botafogo e Grêmio, nesta ordem, embora por razões diversas, talvez precisem mais do título de campeão estadual que começam a disputar hoje do que todos os demais finalistas do Rio, do Rio Grande do Sul, de São Paulo e de Minas, mas nenhum time tem tanto a perder nestas finais quanto o Atlético Mineiro.

Terceiro colocado na primeira fase do campeonato, o time de Levir Culpi recebe no Mineirão a Caldense de Leonardo Condé, líder daquela fase e única equipe invicta até agora, com a obrigação de vencer, preferencialmente com uma boa folga no placar, para se poupar minimamente no domingo que vem, 3 de maio.

Será campeão mineiro o time que somar mais pontos ou tiver melhor saldo de gols nos dois confrontos das finais. Se Atlético e Caldense empatarem nos dois critérios, o título será da equipe de Poços de Caldas graças à melhor campanha na primeira fase do campeonato.

Daqui a uma semana, quando entrar no campo de Varginha, o Atlético estará a três dias do jogo contra o Internacional, no Independência, pelas oitavas de final da Libertadores.

É verdade que, no mesmo horário, o Inter também estará enfrentando o Grêmio no Beira-Rio para decidir o título gaúcho. A diferença é que Diego Aguirre tem dado sinais claros de que vai poupar alguns titulares nos dois jogos, mas Levir Culpi parece disposto a encarar a Caldense com força total.

Em resumo, brigar pelo título mineiro colocará o Atlético em risco na Libertadores. Perder o título para a Caldense, então, será um duro golpe psicológico num grupo que se tem destacado nos últimos tempos mais pela força mental do que por indiscutível qualidade técnica.