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O super-herói que promete salvar a Lusa

Rosenberg 1Luis Paulo Rosenberg lembra Corinthians: “disseram que eu era louco”Imagem: Beneclick

É inegável a contribuição do economista Luis Paulo Rosenberg ao crescimento da marca Corinthians em tempos recentes, mas o bem sucedido trabalho à frente do departamento de marketing do clube parece ter feito mal ao executivo que, pelo que se pode ler hoje no Blog do Menon, anda se achando super-herói, tanto que promete fazer a Portuguesa disputar a Libertadores de 2020.

É isso mesmo que você leu: a Lusinha que ontem caiu fora da Copa do Brasil ao perder para o Ituano, a Lusinha que acaba de ser rebaixada no Paulistão, a Lusinha que vai disputar a Série C do Campeonato Brasileirão em 2015, a Lusinha por todos amada, pois a ninguém mais incomoda, voltará ao auge por obra e graça de seu novo consultor e, daqui a cinco temporadas, estará no extrato superior da elite do país do futebol.

Sem querer bancar o amigo da onça, mas sem esquecer a história do País nos últimos anos, convém lembrar que o economista Luis Paulo Rosenberg, bem antes de ajudar o Corinthians a se modernizar administrativamente, foi também assessor do presidente José Sarney, aquele que prometia a salvação nacional em sucessivos planos econômicos e deixou para o sucessor uma inflação de quase 2000% ao ano. É isso mesmo: 2000%.

Diga-se em favor de Luis Paulo Rosenberg que, mesmo vestindo roupa de super-herói na tentativa de salvar a Lusa da ameaça de extinção, ele não perdeu de todo a consciência, como fez questão de lembrar ao meu amigo Menon:

– Quando eu disse que traria o Ronaldo para o Corinthians, disseram que eu era louco. Então, podem dizer novamente.

É o que alguns andam dizendo por aí…

Em São Januário, quem rola a bola é o apóstolo

Na véspera de decidir com o Botafogo o título carioca, depois de 12 anos de jejum, o Vasco não treinará em São Januário.

No sábado, 2 de maio, Doriva vai levar a garotada e os velhinhos para treinar na Urca.

A casa dos vascaínos estará tomada pelos fieis da Igreja Mundial do Poder de Deus que participarão de um culto capitaneado pelo Valdemiro Santiago.

Doriva não é o único a perder o sono com o Vasco

Doriva contra Bota 1Doriva tenta, contra o Botafogo, interromper  jejum vascaíno de 12 anosImagem: Beneclick

Não foi exatamente o time que venceu o Botafogo numa noite de quinta-feira e conquistou antecipadamente o título carioca de 1970, mas estes eram os titulares do técnico Tim naquela temporada: Andrada; Fidélis, Moacir; Renê e Eberval; Alcir e Buglê; Luiz Carlos; Valfrido, Silva e Gilson Nunes.

Com a gloriosa exceção do goleiro Andrada e do ponta de lança Silva, eram majoritariamente jogadores medianos, alguns ruins de doer. Não é um time que dê saudade aos vascaínos, mas foram estes onze que encerraram um jejum de 12 anos, pois o último título carioca tinha sido conquistado em 1958.

Naquele 17 de setembro de 1970, o Maracanã recebeu 59.110 pagantes para ver a vitória vascaína por 2 a 1 sobre um adversário que contava com o zagueiro Leônidas, o volante Nei Conceição e dois atacantes fora de série – Jairzinho e Paulo Cesar Caju, campeões do mundo no México três meses antes.

Não é difícil imaginar as dificuldades do mitológico Tim para armar aquele Vasco contra um adversário que lhe era tão superior tecnicamente.

Grande craque nos anos 1930/40, Elba de Padua Lima era um técnico tão excepcional que tinha dado ao Bangu o título carioca de 1966 e levaria a seleção do Peru a disputar em 1982 sua última Copa do Mundo, mas sofreu muito com aquele Vasco de 1970.

Conta-se que, certa madrugada, encontrando-o diante dos botões espalhados na mesa de jantar em que costumava ensaiar variações antes de treiná-las com os jogadores em campo, sua filha não se conteve:

– Papai, vem dormir, já está tarde demais…

– Minha filha, você diz isso porque não sabe o que é treinar um time com o Valfrido de centroavante!

Sem comparar o técnico atual a Tim, que era incomparável, nem os atacantes atuais ao Valfrido, fico imaginando quantas noites de sono tem custado a Doriva comandar este Vasco que hoje encara o Botafogo na tentativa de outros 12 anos de jejum.

Doriva não é o único que perde o sono com este Vasco tão mediano que vem comandando competentemente desde o começo do ano. Aqui em casa mesmo, há mais de um vascaíno insone.

A infelicidade de um centroavante brasileiro

Papo rápido no canal Fox Sports entre o jornalista Benjamin Back e Luiz Carlos Bombonato Goulart, o Luizão que, dos oito grandes do eixo Rio-São Paulo, só não vestiu a camisa do Fluminense:

– Quem é o melhor camisa 9 em ação no futebol brasileiro?

– Infelizmente, é um peruano…

– Guerrero?

– Infelizmente, é um peruano…

Como é mesmo o nome dela?

Foto: @VeroBoquete/Twitter

Foto: @VeroBoquete/Twitter

Começaram ontem as semifinais da Liga das Campeãs da Europa com a derrota em casa do Wolfsburg para o Paris Saint-Germain por 0 a 2.

O confronto de hoje, Frankfurt x Brøndby, novamente na Alemanha, tem um sabor todo especial para uma jogadora espanhola de 28 anos, companheira de Marta no sueco Tyresö, derrotado na final de 2014 pelo Wolfsburg.

Meia e atacante, fã declarada da brasileira quatro vezes eleita a melhor jogadora do mundo, ela mesma candidato ao título no ano passado, a espanhola confessa ao site da Fifa:

– Aquela final ainda dói por tudo que o Tyresö significava para mim. Sempre carregarei esta frustração, mas agora ela vai me servir de motivação e me dará um gás extra.

Mais conhecida no mundo da bola pelo sobrenome do que pelo prenome, a estrela espanhola se chama Verónica Boquete e revelou, em antiga entrevista à jogadora e blogueira portuguesa Sandra Costa, como descobriu o significado do seu nome do lado de cá do Atlântico:

– Quando cheguei ao Chicago Red Stars nos Estados Unidos, em 2010, a Formiga e a Cristiane jogavam lá. Nos primeiros dias, elas não disseram nada. Depois, quando tínhamos mais intimidade, elas me perguntaram se eu sabia o que quer dizer o meu sobrenome no Brasil. E eu: “Não, em espanhol significa buraco, não é nada demais”. Aí elas me disseram o significado em português, e eu: “Nãããooo!”

E brincou:

– Ainda bem que não tive de jogar no Brasil…

Pois é: capitã da seleção espanhola, Boquete terá o nome muitas vezes repetido por narradores brasileiros durante o mês de junho. Afinal, Brasil e Espanha, além de Coréia e Costa Rica, estão no mesmo grupo da Copa do Mundo de Futebol Feminino que será disputada no Canadá.

Vaia é assédio moral, diz o doutor

Imagem: Beneclick

        Imagem: Beneclick

Declaração do doutor Roberto Hallal ao repórter Ricardo Napolitano, do jornal O Dia  sobre as vaias da torcida vascaína que levaram o jogador Bernardo às lágrimas durante os 3 a 2 sobre o Rio Branco do  Acre, em São Januário, na noite da quarta-feira, 15 de abril, pela Copa do Brasil.

– Falam de injúria racial, mas esquecem que o que  mais se pratica em estádios de futebol é o assédio moral, que é tão grave quanto o racismo. E o jogador não é preparado para isso. É desse tipo de coisa que surge a depressão, o desânimo com a profissão, o luto, que é um termo que utilizamos na área.

Bernardo é aquele meia que chegou ao Vasco em 2011 e, embora talentoso, nunca se firmou na equipe, passou uma temporada no Santos e outra no Palmeiras sem mostrar muito serviço, voltou para São Januário e continua sendo apenas a promessa que pintou nos juniores do Cruzeiro. É mais chegado às baladas do que aos treinos.

Roberto Hallal é aquele psicanalista que, após cuidar do botafoguense Jobson, apareceu ao seu lado numa entrevista coletiva em março de 2012 para anunciar:

– A situação do Jobson é promissora. O estado dele me faz ter a certeza de que vale a pena investir no ser humano. Se continuar como está, que o Neymar se prepare para ter um novo companheiro no ataque da Seleção.

Sabe por que Suárez não jogou no Flamengo?

Andrade - Imagem Beneclick

Andrade – Imagem Beneclick

Suárez - Imagem: Beneclick

Suárez – Imagem: Beneclick

O blog Brasil Mundial FC, da editoria de futebol internacional do GloboEsporte.com, conta: “Andrade, olheiro rubro-negro na época, vetou a contratação do jovem de 19 anos que defendia o Nacional, do Uruguai”.

O técnico que comandou o Flamengo na conquista do título brasileiro de 2009 não se perturba com a incômoda recordação:

– Não me arrependo, não. Futebol é momento. Naquela época, ele tinha 19 anos. Fui ver um torneio no Uruguai e ele não se apresentou bem. Era garoto ainda, inexperiente, e realmente não dei o aval.

É hora da torcida entrar em campo

Imagem: Beneclick/Foto original: Tânia Rêgo/ABr

Imagem: Beneclick/Foto original: Tânia Rêgo/ABr

Que o futebol brasileiro tem jeito fora de campo, e assim se reajeitará naturalmente do lado de dentro, comprova, um pouco abaixo, a nota Um balanço duplamente revelador (que os muito preguiçosos podem ler simplesmente clicando aqui).

Que está difícil dar um jeito no futebol brasileiro comprova a situação aflitiva de quase todos os nossos times na Libertadores. E o que estamos acompanhando em 2015 parece até reprise do que vimos em 2014, com a esperança agora de que as coisas não desandem tanto como então desandaram.

Em 2014, o Cruzeiro caiu nas quartas, o Atlético e o Grêmio ficaram nas oitavas, o Flamengo e o Botafogo nem saíram da fase de grupos.

Em 2015, a esta altura da Libertadores, o Corinthians é exceção no quinteto brasileiro que disputa vaga nas oitavas de final: quer vencer hoje o campeão San Lorenzo no Itaquerão com a esperança, um tanto remota, de ainda fechar a primeira fase como o melhor time da competição. De quebra, a vitória corintiana ajudará o São Paulo.

O Cruzeiro, o Atlético Mineiro e o São Paulo vão ter de suar até o último minuto da última rodada da primeira fase para ir às oitavas. O Internacional, embora irregular até agora, depende das próprias forças para fechar a fase em primeiro lugar no Grupo 4. Basta vencer hoje a Universidade de Chile em Santiago e, no dia 22, The Strongest em Porto Alegre.

O futebol brasileiro não caiu tanto tecnicamente a ponto de justificar situação tão aflitiva de algumas de suas melhores equipes em duas Libertadores consecutivas. Uma explicação óbvia para este mau início, embora não única, é o calendário do nosso futebol. Mal começa a temporada, após pouco tempo de preparação, os times entram nos campeonatos estaduais e na principal competição continental.

O futebol tem de ser administrado com a competência que o Flamengo mostrou no ano passado no trato às contas por receber e a pagar. O calendário é igualmente um problema de gestão, para o qual se espera especial atenção da diretoria que, nesta quinta-feira, está assumindo o poder na CBF.

Marco Polo Del Nero, o novo presidente, tem a oportunidade de oxigenar o debate para recolher da sociedade ideias, sugestões e propostas que revigorem nestas primeiras décadas dos anos 2000 o país do futebol que ela construiu durante boa parte dos 120 anos que hoje nos separam do dia em que Charles Miller pôs a bola para rolar num campinho do Brás.

Sobram problemas, mas não faltarão soluções se a imensa torcida brasileira entrar novamente em campo.

Rei cobra o que Neymar não deve

Imagem: Beneclick

Imagem: Beneclick

Está pipocando em vários sites um desafio lançado por Pelé, em visita a um acampamento de sem-teto em Santiago, a duas estrelas do futebol atual para que mostrem na Copa América do Chile, entre 11 de junho e 4 de julho, o futebol reluzente que costumam praticar em campos europeus com a camisa do Barcelona.

Diagnóstico do Rei, segundo a Agência France-Press, num texto publicado apenas inglês no site da Fifa:

– Quando Messi está na Espanha, com o Barcelona, com um time que ele já conhece e conhece bem, ele é um jogador. Quando ele está com a seleção da Argentina, não é a mesma coisa. O mesmo acontece com Neymar e o Brasil.

Pelé tem razão quanto ao argentino: Messi não rende na seleção o futebol brilhante e devastador que sempre mostra no Barcelona.

O diagnóstico não vale, porém, para o nosso Neymar, que, ao contrário, costuma brilhar mais na Seleção do que no Barça.

Com a devida reverência, não posso deixar de recordar um animado almoço no velho Estadão em que Sua Majestade defendia com ardor o futebol do volante Dunga e foi interrompido pelo Oldemário Touguinhó, repórter igualmente ardoroso e amigo tão próximo do Rei que a Ele podia assim se dirigir:

– Qual é, Crioulo? Você não entende porra nenhuma de futebol. Só sabia jogar. Quando fala, só fala besteira.

O Rei não perdeu o humor:

– Essa é a imprensa brasileira…

Fifa perdoa cartola que recebeu presente da CBF

O Comitê de Ética da Fifa informa: mister Greg Dyke,  controvertido cartola britânico que preside The Football Association, devolveu à CBF o relógio Parmigiani que recebeu de presente durante a Copa do Mundo.

Assim, está encerrada o procedimento aberto há meses para investigar de uma “possível violação” do Código de Ética da Fifa.

Você pode ler o comunicado curto e fino da Fifa em espanhol ou em inglês  e nada encontrará sobre os outros 64 presenteados com o relógio que, na época, custava  8.750 dólares, segundo a CBF, ou cerca de 25 mil dólares, segundo a Fifa.