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Não há seleção como a brasileira na história das Copas

Vão começar daqui a pouco, com o jogo Bolívia x Uruguai, as Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018 que muita gente considera as mais equilibradas da história.

Alguns pitacos sobre o que aconteceu nas Eliminatórias com as dez seleções sul-americanas desde 1994, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato mundial:

♦ A Argentina é a única seleção que participou de todas as Eliminatórias. Duas vezes campeões do mundo, a última em 1986, os argentinos voltaram a disputar o título nas sete edições seguintes sem nunca mais conquistá-lo. Foram à Copa de 1994 após vencer a Austrália na repescagem.

♦ Tetracampeão, o Brasil estava garantido em 1998. Pentacampeão em 2002, teve de passar pelas Eliminatórias de 2006. Anfitrião em 2014, não precisou disputar a vaga.

♦ Duas vezes campeão do mundo, o Uruguai não conseguiu se classificar para três das últimas Copas– as 1994, 1998 e 2006 – e, nas outras três, só garantiu a vaga na repescagem – contra a Austrália em 2002, a Costa Rica em 2010, e a Jordânia em 2014.

♦ O Chile não conseguiu passar das Eliminatórias nas edições de 1994, 2002 e 2006.

♦ A Colômbia não chegou às Copas de 2002, 2006 e 2010.

♦ O Paraguai ficou fora de 1994 e 2014.

♦ O Equador não conseguiu vaga em 1994, 1998 e 2010.

♦ A Bolívia foi à Copa de 1994 e nunca mais voltou.

♦ A última Copa disputada pelo Peru foi a de 1982.

♦ A Venezuela nunca foi a uma Copa do Mundo.

Recordação histórica: dos 209 países filiados à Fifa, o Brasil é o único que participou de todas as edições da Copa do Mundo, desde quando nem havia Eliminatórias.

Será muito, muito difícil que a Seleção não vá à Rússia.

Não é fácil entender o ranking da Fifa

Atenção, atenção: saiu o ranking  de seleções atualizado mensalmente pela Fifa, com a Argentina em primeiro lugar, seguida de Bélgica, Alemanha, Colômbia e Brasil.

O Chile, campeão da Copa América, está em décimo lugar, atrás de Portugal, Romênia, Inglaterra e País de Gales.

Entendeu? Nem eu.

A Fifa explica em espanhol  e em inglês.

Entendeu agora? Nem eu.

O Chile que se cuide: a Argentina desencantou

Messi e Higuaín 306 6 a 1Messi, onipresente, e Higuaín, autor do último gol, comemoram os 6 a 1 sobre o Paraguai

Ele só não fez gol. Nem precisava. Rojo, Pastore, Di Maria, em dose dupla, Agüero e Higuaín trataram de fazê-los em quantidade que deve preocupar o Chile na final do sábado em Santiago.

Mais econômico do que nos acostumamos a vê-lo nos últimos tempos com a camisa do Barça, mas também ainda mais combativo e onipresente no campo de ataque, decisivo como sempre, Messi participou dos seis gols argentinos, ora arquitetando o início da jogada, ora fazendo a assistência para a conclusão dos companheiros.

O Paraguai não deu sorte no jogo. Ficou sem Derlis González aos 20 minutos, quando já perdia por 1 a 0,  e sem Roque Santa Cruz aos 28, quando a Argentina tinha acabado de fazer o segundo. Sempre valentes e combativos, os paraguaios ainda conseguiram diminuir o placar, com um gol de Lucas Barrios aos 42 minutos.

A esperança de uma reação no segundo tempo acabou logo no primeiro minuto. Di Maria fez 3 a 1 e, dali em diante, a Argentina tratou de fazer um gol atrás do outro, trucidando os paraguaios como se estivessem mandando um recado aos chilenos que irão à final ainda esperançosos em conquistar pela primeira vez o título da Copa América, mas certamente mais desconfiados do que estavam antes que a bola rolasse esta noite em Concepción.

E se Messi tiver guardado seus golzinhos para o Estádio Nacional?

Uma noite de sofrimento para Tata Martino

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Tata Martino: confronto indesejado com antigos pupilos

Pelo que se ouviu na entrevista coletiva, não será uma noite de alegria para o argentino Tata Martino:

– Não queria pegar o Paraguai. São muitas coisas em comum, muitos sentimentos, várias coisas juntas. Foi um processo longo, duas Copas Américas, um Mundial, uma relação antiga com vários jogadores. Muitos deles foram treinados por mim. Ajudei-os a crescer como jogadores e eles me ajudaram a crescer como treinador. Tiveram uma grande influência em tudo o que acontece na minha carreira.

São palavras sinceras do treinador que comandou a seleção paraguaia por quase cinco anos e a conduziu à sua melhor campanha em uma Copa do Mundo, chegando às quartas de final na África do Sul em 2010.

O problema é que hoje, no comando da seleção argentina, ele tem de enfrentar o Paraguai pela segunda vez nesta Copa América, agora valendo uma vaga na final, contra o Chile.

E do lado paraguaio, há quem não esteja tão sensibilizado assim com o drama vivido pelo argentino. O atacante Haedo Valdez, em entrevista ao site da Conmebol, dá a medida da disposição paraguaia para o confronto das 20h30 em Concepción:

– O Paraguai tem de jogar de igual para igual com a Argentina na semifinal e não se mostrar inferior, como ocorreu na fase de grupos. Contra o Brasil encaramos de outro jeito, jogamos de igual para igual.

Se jogar como jogou no primeiro tempo do 2 a 2 com os paraguaios em La Serena, pela  rodada de abertura do Grupo B, a Argentina estará garantida na final de sábado em Santiago. Se recair na bobeira que a dominou no segundo tempo, a equipe atual de Tata Martino continuará em Concepción para disputar com o Peru na sexta-feira o terceiro lugar desta Copa América.

A seleção argentina é muito, muito superior à paraguaia, principalmente no meio de campo e no ataque, mas curiosamente marcou apenas quatro gols nos quatro jogos disputados até agora na Copa América e não sai do 0 a 0 em jogos decisivos, como o desta noite, desde as semifinais da Copa do Mundo de 2014.

De lá para cá, empatou por 0 a 0 com a Holanda em 120 minutos de bola em movimento, perdeu por 1 a 0 para a Alemanha em outros 120 e, já na Copa América, empatou por 0 a 0 com a Colômbia o jogo das quartas de final.

Talvez Tata Martino devesse se preocupar mais com Messi, Agüero, Pastore, Di Maria, Lavezzi e Tévez do que com seus antigos pupilos paraguaios.

Bolívia e Peru decidem quem vai pegar o Chile

Moreno x Guerrero: duelo por vaga na semifinal

Moreno x Guerrero: duelo por vaga na semifinal da Copa América

Sai hoje em Temuco, no Estádio Germán Becker, o condenado à morte nas semifinais da Copa América. Ou alguém tem alguma dúvida de que Bolívia ou Peru, o que  sobreviver ao confronto pelas quartas de final, será fulminado pelo Chile na próxima parada?

A Bolívia, impiedosamente goleada pelos chilenos por 5 a 0 ao se despedir da fase de grupos, não quer nem pensar no que a aguarda nas semifinais se passar hoje pelo Peru. É um time em renovação e dependente de veteranos como Marcelo Moreno, que fez uma boa temporada em 2014 com a camisa do Cruzeiro e já jogou também no Grêmio e no Flamengo. A última vez que os bolivianos passaram das quartas de final foi em 1997, lá mesmo, na altitude de La Paz.

Moreno resume as limitações bolivianas com um fio de esperança:

– Seria um sonho passar para as semifinais.

O Peru, terceiro colocado em 2011, tem boas chances de emplacar mais uma semifinal, como espera Ricardo Gareca, um dos cinco treinadores argentinos que continuam na competição:

– Havíamos traçado a meta de passar pela primeira fase e conseguimos. Nosso objetivo agora é passar pela Bolívia. Estamos corrigindo nossos erros de um jogo para outro e, quem sabe, possamos fazer ainda mais. Afinal, enfrentamos seleções que nos impuseram dificuldades e não nos saímos mal.

Evidentemente, ele se refere ao Brasil e à Colômbia, adversários da primeira fase. O Peru, diferentemente da Bolívia, baseia seu futebol na experiência de trintões como Lobaton, que não jogará hoje, Vargas, Farfán e Paolo Guerrero, o homem dos gols decisivos que deixou saudades no Corinthians e, depois da Copa América, vestirá a camisa do Flamengo.

Artilheiro da Copa América de 2011, com cinco gols, Guerrero ainda não marcou nenhum nos campos do Chile, o que não parece incomodar o treinador:

– Ele não está preocupado com isso. Paolo está bem e muito comprometido com  o time.

Eles não sabem o que é ganhar uma Copa América

Messi e Neymar 116Multicampeões pelo Barça, Messi e Neymar brigam por primeiro título da Copa América

Os dois ganharam tudo o que disputaram com o Barcelona e agora, um com a camisa da Argentina e o outro com a do Brasil, vão buscar em campos do Chile fechar a temporada com o título de campeão das Américas.

Será a terceira Copa América de Lionel Messi, que foi campeão mundial Sub-20 e campeão olímpico pela Argentina, mas ainda se deve um título com a seleção.

Em sua primeira Copa América, a de 2007, disputada na Venezuela, Messi perdeu o título para o Brasil de Dunga por um placar acachapante na final: 3 a 0.

Em sua segunda tentativa, a Copa América de 2011, em Buenos Aires, Messi não fez um gol sequer e a Argentina caiu fora da disputa nas quartas de final, eliminada pelo Uruguai na cobrança de pênaltis.

Na terceira tentativa, de novo ao lado de Mascherano e Tévez, Messi começará enfrentando paraguaios, uruguaios e jamaicanos.

A única Copa América disputada por Neymar foi a de Buenos Aires. O Brasil também acabou eliminado nas quartas de final, igualmente nos pênaltis, pelo Paraguai. Em compensação, dois anos depois, Neymar conquistaria com a Seleção o título da Copa das Confederações.

Messi precisa, pois, mais do que Neymar vencer a Copa América que começa nesta quinta-feira, às 20h30 do Brasil, com o jogo Chile x Equador. E a Argentina é generalizadamente considerada a favorita.

Dunga discorda, como deixou claro após o 1 a 0 de ontem sobre Honduras, colocando os argentinos atrás dos anfitriões na ordem de favoritismo, embora à frente do time que ele comanda:

– Brasil e Uruguai vêm logo atrás.

Estará nos pés de Neymar a chance de chutar o favoritismo para o alto, começando pelos jogos contra o Peru, a Colômbia e a Venezuela.

A disputa entre os craques do Barcelona terá uma dose extra de emoção garantida por uma tabela muito generosa com o Chile: se Brasil e Argentina fecharem no primeiro lugar de seus respectivos grupos a primeira fase da competição, só um chegará à final.

Passando pelas quartas, Neymar e Messi se enfrentarão obrigatoriamente nas semifinais.

Seleção de Dunga coleciona títulos na Europa

A Seleção convocada por Dunga para disputar a Copa América desembarcará no Chile com três campeões franceses: o PSG de David Luiz, Thiago Silva e Marquinhos venceu há pouco o Montpellier por 2 a 1 e, com uma rodada de antecedência, conquistou o terceiro título nacional consecutivo.

O trio francês terá a companhia em campos chilenos de Filipe Luís e Willian, campeões ingleses pelo Chelsea, e pode ganhar amanhã o reforço do capitão Neymar, que será campeão espanhol se o Barcelona bater o Atlético em Madri.