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Barça, o campeão que todos esperavam

Gol de Suárez 66Suárez faz 2 a 1 para o Barça aos 23 do segundo tempo e garante o título europeu

Não foi o Barcelona esfuziante dos últimos tempos e ficou até a impressão de que Messi não entrou inteiro no jogo, mas o caneco da Liga dos Campeões da Europa ficou com que mais o mereceu.

Juventus deu rápida e passageira demonstração de coragem no início do jogo, partindo para cima da defesa espanhola como se quisesse surpreender Messi e companhia, muito mais acostumados a determinar o andamento da bola do que a se trancar na defensiva.

Aos 4 minutos, porém, o volante Rakitic desfez as ilusões, mandando para as redes de Buffon a bola que lhe foi tocada por Iniesta, que recebera de Neymar e passara por Alba após o lançamento precioso e preciso de Messi.

Daí em diante, o Barça tratou de tocar a bola como nos tempos de Pep Guardiola, abdicando um pouco da contundência que lhe imprimiu Luis Enrique para aproveitar o talento e entrosamento de Messi, Neymar e Suárez.

No segundo tempo, quando a torcida do Barça já ensaiava um coro de ‘olé’, o espanhol Morata empatou o jogo aos 9 minutos e a Juve voltou a passar a sensação de que poderia reverter o placar.

De novo, era pura ilusão. Aos 23, aproveitando o rebote do goleiraço Buffon num chute forte de Messi, o uruguaio Suárez garantiu o título.

Os 2 a 1 eram pouco, talvez não pelo jogo deste sábado,  certamente por toda a obra do Barça ao longo da competição, e Neymar tratou de ampliar a vantagem dois minutos depois, mas a arbitragem anulou o gol invocando um toque de mão na bola que mais pareceu um toque da bola na mão do brasileiro.

Não adiantou. Já aos 51, Neymar decretou em 3 a 1 o placar da vitória e, assim, se tornou, em companhia de Messi e de Cristiano Ronaldo, um dos artilheiros desta Liga dos Campeões da Europa, cada um deles com 10 gols.

Será este o trio que veremos na festa da Bola de Ouro de 2015?

Mesmo que não vá à festa como um dos destaques da temporada, Neymar entrou definitivamente para a história, como o segundo jogador a conquistar os títulos da Libertadores e da Liga dos Campeões da Europa fazendo gol nas finais e o primeiro na era moderna da competição europeia a marcar em todos os jogos das quartas, das semifinais e da final.

Veja mais algumas imagens marcantes da final em Berlim

Liga dos Campeões 2015

   O jovem Pogba consola o veterano Pirlo + Os brasileiros Daniel Alves e Adriano exageram na comemoração + Messi é marcado com a severidade de sempre + Neymar se ajoeha para chorar + Piqué saboreia a glória de campeão

Acima de Messi, outro argentino: Di Stéfano

Se Messi fizer gol no Barcelona x Juventus do sábado, dia 6, entrará para a história como o primeiro jogador a deixar a marca de goleador em três finais da Liga dos Campeões da Europa.

Não é pouco, mas ainda ficará devendo a seu compatriota Di Stéfano, que marcou gols pelo Real Madrid nas finais de 1956, 1957, 1958, 1959 e 1960.

Eram outros tempos e, claro, outro o formato da Liga dos Campeões.

O bailarino que desmonta o tic-tac dos espanhóis

Neymar ensaia carretilha diante de Bustinza

Neymar ensaia carretilha diante de Bustinza, do Athletic Bilbao

Imagine Garrincha jogando em campos espanhóis, parando diante de laterais e zagueiros com a bola aos pés para fingir que ia sair em disparada, deixando-os correr atrás da alucinação enquanto ele, parado, os esperava de volta para, então, entortá-los com um drible desmoralizante e arrancar rumo ao gol ou à linha de fundo para o cruzamento perfeito que um companheiro finalizaria em gol.

– Não me parece nada elegante e nada esportivo – diria um Juan daqueles tempos.

– Se eu fosse jogador do time deles, teria reagido igual ou pior, mas no Brasil isso é normal – diria o treinador de sua equipe, desculpando pontapés e safanões disparados contra ele pelos adversários.

Sim, o drible, o chapéu, a carretilha, o gol de letra, a firula são normais no Brasil, berço da mais vitoriosa e invejada escola do futebol em todo o vasto mundo da bola, menos nesta Espanha que cultiva o tic-tac como se fosse a verdade única de um esporte que é o que é porque une, como nenhum outro, espírito coletivo e criatividade individual.

É verdade que o tiqui-taca, consagrado pelo Barcelona de Pep Guardiola e assumido em feição menos objetiva pela seleção de Vicente del Bosque, deu ao futebol espanhol os títulos europeus e mundiais de clubes de 2009 e 2011 e fez da Espanha a campeã do mundo em 2010.

Convém lembrar, porém: o Barça tinha e tem Messi, a seleção faturou o caneco na África do Sul com uma derrota e seis vitórias, quatro delas por 1 a 0, marcando apenas oito golzinhos em sete jogos, recorde negativo na história das Copas.

Nem todos curtem o estilo excessivamente baseado no toque de bola, mas pouco inventivo e avaro em gols. O alemão Franz Beckenbauer, um dos maiores craques do futebol em todos os tempos, campeão do mundo como jogador  em 1974 e como técnico em 1990, presidente de honra do Bayern, parece sintetizar a opinião dos críticos quando debochou da contratação de Guardiola pelo clube:

– Provavelmente, terminaremos jogando como o Barcelona e ninguém vai querer nos ver.

O Barcelona mudou muito, hoje é bem mais esfuziante, privilegia o espetáculo, goleia, goleia, goleia e brilha nos pés de Messi, Suárez e Neymar.

Os espanhóis não perdoam, porém, que o jovem craque brasileiro abuse do talento no confronto direto com seus marcadores. Até Luis Enrique, o treinador atual do Barça, reagiu criticamente à carretilha com que Neymar ensaiou um chapéu em Bustinza no final dos 3 a 1 de ontem sobre o Athletic Bilbao e apoiou a reação histérica dos adversários:

– Se eu fosse jogador do Athletic teria reagido igual ou pior ao que fez o Neymar, mas no Brasil isso é normal.

Ainda bem que o moleque de 23 anos não está nem aí para tanta ranzinzice:

– É o meu jeito de jogar. Não vou mudar o meu futebol porque alguém ficou estressado. Foi um drible como qualquer outro.

Sobre Neymar, estes espanhóis ranzinzas deveriam ler o brasileiro Sérgio Rodrigues, autor de O Drible, que escreveu certa vez:

– Neymar é a mais rara das aves na fauna do futebol: um bailarino-artilheiro, um malabarista que esbanja invenção sem jamais perder de vista que, se a arte é bem-vinda no futebol, só costuma virar obra-prima quando a rede balança.

Assim se conta a história da Copa do Rei

Messi Barça 305Foi bonita a festa no Camp Nou: Lionel Messi reinou soberanamente mais uma vez

Mais uma obra-prima de Messi, mais um gol de Neymar, mais um título do Barcelona, que acaba de bater o Athletic Bilbao no Camp Nou por 3 a 1 e conquistar o título da Copa do Rei.

Falta agora ao campeão espanhol o título da Liga dos Campões da Europa para fechar a temporada com a tríplice coroa.

Essa é uma conversa para o próximo sábado, 6 de junho, que envolve um adversário muito mais qualificado, que também quer chegar à tríplice coroa no encerramento da temporada europeia em Berlim, depois de conquistar os títulos do Campeonato Italiano e da Copa da Itália.

Em Barcelona, de onde pode ter se despedido o nosso Daniel Alves com direito a um penteado para sempre inesquecível, despediu-se mais uma vez o o inesquecível capitão Xavi, novamente homenageado pela torcida como um dos seus maiores craques em todos os tempos.

Foi bonita a festa que também consagrou o nosso Neymar como um dos artilheiros da Copa dos Reis e caprichoso encrenqueiro com a bola nos pés, cultor de firulas como o misto de carretilha e chapéu que procurava encurtar o caminho para o gol, mas apenas tirou do sério o lateral Bustinza e por pouco não transformou o espetáculo em batalha campal.

Durante muitas décadas, faltou talento ao futebol espanhol. Hoje lhe falta senso de humor. A criatividade alheia é tratada por alguns jogadores como ofensa pessoal. Os muito toscos que nos perdoem, mas a firula é fundamental – desde que tenha como objetivo a definição da jogada, claro.

O Barça ganhou neste sábado o menos importante dos três títulos que cobiça desde o começo da temporada, mas ninguém vai esquecer este jogo por muito tempo – e, acima de tudo, pelo primeiro dos dois gols assinados por Lionel Messi, aquele em que ele driblou meio mundo, no campo e nas arquibancadas, antes mandar a bola com jeito e com força no cantinho do goleiro Herrerín.

Assim se conta a história da Copa do Rei Lionel Messi 1º.  E único.

Aquele La Coruña é apenas um pôster na parede

Djalminha: quando o Deportivo era campeão

Djalminha: quando o Deportivo era campeão

Parece que, dos titulares, o Barça vai escalar apenas os fominhas Messi e Neymar no jogo de logo mais contra o Deportivo La Coruña pela última rodada do Campeonato Espanhol.

Afinal, tudo é festa em Barcelona.

Campeão espanhol desde a penúltima rodada, o time de Luis Enrique está se guardando para a decisão do título europeu no dia 6 de junho, embora ainda tenha pela frente um jogo apronto de luxo, no próximo sábado, contra o Athletic Bilbao, valendo o caneco da Copa do Rei.

O Deportivo La Coruña, no entanto, jogará no Camp Nou para escapar ao rebaixamento. E precisa da vitória para não ficar na dependência de outros resultados. Bem que Luís Enrique poderia ser mais camarada e escalar os outros nove, mas poupar Messi e Neymar.

O jogo tem certo encanto para os brasileiros, não apenas aqueles que acompanham o Barça de hoje, mas também os que torceram pelo Deportivo La Coruña nas temporadas em que lá brilharam Mauro Silva, Bebeto, Rivaldo e, campeões espanhóis em 2000, o zagueiro Donato e o cracaço Djalminha.

Hoje, aqueles bons times são apenas pôsteres na parede de uns poucos saudosistas.

Atualização

Messi não perdoa: fez dois e chegou aos 43 gols em 38 jogos do Campeonato Espanhol.

Na despedida do capitão Xavi Hernández, diante de 93.743 torcedores no Camp Nou, Barcelona 2 x 2 Deportivo La Coruña.

Ufa! O Deportivo escapou da degola e continua na elite em 2016.

Barça é campeão espanhol e quer muito mais

Messi: campeão vai brigar por artilharia

Messi: campeão vai brigar por artilharia

Faltou Suárez, mas Pedro cumpriu bem o papel de coadjuvante no minuto decisivo, o 20º do segundo tempo: Messi recebeu a bola dentro da área do Atlético, tocou-a para ele, que a devolveu para que o camisa 10 fizesse 1 a 0, o bastante para o Barcelona conquistar o título espanhol sem depender das idas e vindas do placar de Espanyol x Real Madrid.

Cristiano Ronaldo acabou fazendo três na vitória do Real por 4 a 1 e lidera o pelotão de artilheiros, com 44 gols, três a mais do que Messi.

É o que resta para ser decidido na última rodada.

E o Barça de Messi ganhou tempo de sobra para as duas últimas batalhas da temporada, ambas valendo caneco: a Copa do Rei, no dia 30, e a Liga dos Campeões da Europa, no dia 6 de junho.

O título espanhol é apenas o começo. O Barça quer tudo e, ao que parece, tudo terá.

Um caso de amor com a bola

Neymar e a bola

Ele gosta da bola tanto quanto a bola gosta dele.

Dele, bem se poderia dizer o que Armando Nogueira disse do Rei Pelé, que é seu íolo e também seu fã: “Se não tivesse nascido homem, teria nascido bola”.

Tem dificuldade para se desgrudar dela. Trata-a com requinte de amante, apaixonadamente, como se tivesse lido o francês Jean Giraudoux, que escreveu certa vez: “A bola não admite truques, só efeitos sublimes”.

Em campo, reinventa a geometria: depois de embalá-la sinuosamente, dá-lhe curso em linha reta para fazê-la adormecer nas redes do goleiro adversário.

É sempre surpreendente, menos para parceiros tão especiais quanto Lionel Messi e, especialmente neste histórico 2 a 3 diante do Bayern, Luis Suárez. Afinal, os três desenham o futebol na mesma prancheta.

Neymar da Silva Santos Júnior é o nome dele.

Escreve nos campos uma bela história desde que estreou como profissional pelo Santos em 2009, com apenas 17 anos, é campeão da Libertadores, da Copa do Brasil, tricampeão paulista, e agora está iniciando uma nova série de títulos com a camisa do Barcelona.

Pouca importa a derrota desta terça-feira em Munique. Neymar bancou a ida do Barça à final da Liga dos Campeões da Europa no dia 6 de junho em Munique, contra o vencedor do Real Madrid x Juventus de amanhã.

O Bayern chegou a ensaiar um milagre, marcando logo aos sete um dos três gols necessários para não morrer nos 90 minutos, mas ele tratou logo desfazer a alegria alemã. Aos 15, empatou; aos 29, virou.

Agora a um gol do parceiro Messi na lista de artilheiros, Neymar é o primeiro jogador em toda a história do Barcelona a marcar gols nos dois jogos das semifinais da Liga dos Campeões da Europa.

Nada mais natural que, encerrado o primeiro tempo, tenha ficado mais um pouquinho em campo para dar à bola, com as mãos, o tratamento especial que nunca lhe nega com os pés.

Pouco importa que, no segundo tempo, o Bayern tenha virado o placar do jogo. A história do jogo levará para sempre a assinatura do brasileiro Neymar.

O que os números não explicam

Messi, Neymar e Suárez dispensam explicações

Messi, Neymar e Suárez dispensam explicações

Segundo levantamento da Uefa, o Bayern tem mais posse de bola, troca mais passes, finaliza mais, acerta mais o gol, marca mais gols, comete mais faltas, leva mais cartões amarelos e vermelhos do que o Barcelona nos jogos da Liga dos Campeões.

Se você quiser conferir os números, clique aqui.

Os números explicam muito, mas não explicam tudo no futebol.

Um time com Messi, Neymar e Suárez dispensa explicações…

O poder de fogo dos argentinos na Copa América

Gerardo Martino anunciou hoje a primeira lista da Argentina para a Copa América, com 30 nomes, dos quais somente 23 irão ao Chile.

Impressiona o poder de fogo do ataque argentino.

Estão convocados Carlitos Tévez, artilheiro do Campeonato Italiano, com 20 gols, e Sérgio Aguero, artilheiro do Campeonato Inglês, com 25.

O vice-artilheiro do Campeonato Espanhol, um tal de Lionel Messi, também está na lista. Ele marcou 40 gols em 35 rodadas, dois a menos do o matador-mor Cristiano Ronaldo, que já fez 32.

Messi é também o artilheiro da Liga dos Campeões da Europa, com 10 gols.

Nosso Neymar fez 22 gols no Campeonato Espanhol e sete na Liga.

Boateng não suporta mais a gozação

Boateng x Messi: depois da queda, de olho no lance

Boateng x Messi: depois da queda, de olho no lance

Em campo, ele manteve o fair-play, tanto que parece ajeitar o corpo na caída para não perder de vista a continuação do lance, como tão bem observou meu amigo Celso Unzelte, mas a gozação nas redes sociais em seguida ao drible espetacular que lhe aplicou o cracaço Messi antes de fazer o segundo gol do Barcelona nos 3 a 0 sobre o Bayern tirou do sério o zagueiro Jérôme Boateng, que postou hoje em sua conta no Instagram:

– O pessoal do contra sempre vai trombetear seu fracasso, mas sussurrar seu sucesso.

Mal sabe ele que, do lado de cá do Atlântico, uma antiga jogadora da seleção brasileira engrossa o coro do deboche.

Capitã da seleção feminina que ficou em quarto lugar na Olimpíada de Atlanta e em terceiro no Mundial de 1999, a zagueira Elane dos Santos, hoje com 48 anos, dá um tempo no trabalho como motorista de ônibus no Rio para exagerar duplamente em entrevista ao jornal Extra:

– O Messi é o melhor jogador de todos os tempos, mas não me daria aquele drible, não!

Nem Messi é o melhor jogador de todos os tempos nem Elane escaparia ao humilhante drible que entortou Boateng.

Para sorte de Elane, com toda a fama de má que carregava em seus tempos de zagueira muito pouco delicada com as adeversárias, o alemão Boateng não lê português.