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É a estréia de Dunga contra a Argentina

Dunga: em dez jogos contra a Argentina, seis vitórias e uma derrota

Dunga: em dez jogos, uma derrota

É ótimo o retrospecto de Carlos Caetano Bledorn Verri, o nosso tão malhado Dunga, contra a seleção argentina:

♦ como jogador: duas vitórias, dois empates, uma derrota

♦ como treinador: quatro vitórias, um empate

Esqueça-se, porém, o que ele já fez em campo e no banco contra os maiores rivais da Seleção Brasileira.

A recomendação é do próprio Dunga, feita na entrevista coletiva que está rolando agora no CT do Corinthians:

– Cada jogo tem a sua história e a gente tem de entrar sempre como se fosse o primeiro.

É corintiana a casa da Seleção

O Brasil de Dunga começa a se reunir hoje num hotel em Guarulhos para o mais importante compromisso deste final de ano: o jogo contra a Argentina em Buenos Aires na quinta-feira, dia 12, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018.

Além de convocar quatro corintianos, a comissão técnica decidiu também preparar do time na casa do campeão brasileiro: no final da tarde de amanhã, o primeiro treino será no Centro de Treinamento Joaquim Grava.

Na terça, a Seleção volta a treinar lá. Na quarta, antes de embarcar para Buenos Aires, treinará no Itaquerão.

Rapaziada da Seleção chega em alta

Vai se apresentar em alta o quarteto ofensivo convocado por Dunga para enfrentar a Argentina e o Peru pelas Eliminatórias.

Neymar, Hulk e Willian brilharam e fizeram gol nos jogos do meio de semana pela Liga dos Campeões da Europa, e Douglas Costa foi um dos destaques dos 4 a 0 impostos pelo líder Bayern ao Stuttgart neste sábado pelo Campeonato Alemão, com direito a gol e assistência.

Desta vez, Lucas não foi chamado, mas também ele brilhou neste sábado. Entrou somente aos 18 minutos do segundo tempo de PSG 5 x 0 Toulouse, pelo Campeonato Francês,  mas ainda fez um gol e criou a jogada de outro.

O Joinville que se cuide. Amanhã, o santista Ricardo Oliveira vai ter de mostrar serviço em Santa Catarina.

Assim falou Romário

Romário: “É preciso agradecer ao FBI"

Romário: “É preciso agradecer ao FBI”

Pitacos de Romário em entrevista ao correspondente Éric Frosio, publicada hoje pelo jornal L’Équipe (para ler em francês, pagando € 0,99, clique aqui):

♦ Platini colaborou muitos anos com esta máfia na Fifa. Não digo que ele é corrupto, mas foi contaminado pelo sistema. Se for eleito, poderá manter tudo isto e a Fifa vai continuar sendo a merda que vemos hoje.

♦ É preciso agradecer ao FBI pelo trabalho que tem questionado os dirigentes da Fifa.

♦ O Brasil não tem nenhum jogador digno de vestir a camisa 9.

♦ As outras seleções são ainda piores do que o Brasil. Portanto, tenho certeza de que vamos nos classificar para a Copa.

O problema do Brasil é a williandependência

Willian: destaque do Brasil nos 3 a 1 sobre a Venezuela

Willian: destaque do Brasil nos 3 a 1 sobre a Venezuela em Fortaleza

Willian acabou com qualquer veleidade venezuelana de vir a aprontar alguma graça no Castelão logo no primeiro minuto do jogo. Contou com a colaboração do goleiro Baroja, como estava no script. Baroja sempre colabora com os adversários.

O 1 a 0 deu tranquilidade à Seleção, mas não serviu para lhe dar um mínimo de fluência em campo. O Brasil foi melhor durante quase todo o primeiro tempo, mas mostrou um futebol de soluços, marcado por quatro ou cinco boas arrancadas, algumas tentativas frustradas de bola em profundidade, pouca troca de passes e muita pressa em se livrar da bola.

O que fez a diferença, além de mais uma boa atuação de Willian, foi a disparidade técnica entre os dois times.

Aos 41, Willian fez 2 a 0, desta vez com a colaboração efetiva do companheiro Oscar, que espertamente deixou passar a bola rolada da esquerda para o meio da área pelo lateral Filipe Luis. Willian dominou a bola e, com mais precisão do que força, colocou-a no canto direito de Baroja.

Willian 2 x 0 Venezuela. Parecia que a fatura estava liquidada, tanto que um venezuelano lhe foi pedir a camisa 19 antes que ele descesse para o vestiário no intervalo.

E o Brasil voltou um pouco mais elétrico. Aos 16, depois de uma tabela com Ricardo Oliveira, Oscar invadiu a área venezuelana pela meia esquerda e poderia ter feito 3 a 0 se não optasse por cortar para dentro a bola que deveria ter chutado de canhota.

O castigo veio, três minutos depois, no terceiro escanteio cobrado pelos venezuelanos com algum perigo para a defesa brasileira. O estreante Alisson já tinha feito uma boa defesa numa bola cabeceada por Seijas, mas, aos 19 minutos, também de cabeça, Christian Santos diminuiu a vantagem brasileira para 2 a 1.

Vaiado pela torcida, Oscar foi substituído por Lucas Lima. O Brasil ganhou novo ritmo, passou a mostrar a fluência ofensiva que não tinha e fez 3 a 1 aos 28 minutos – gol de Ricardo Oliveira, aproveitando cruzamento de Douglas Costa após receber boa bola de Lucas Lima.

Douglas Costa já estava marcado para sair. Saiu e entrou Kaká, pedido em coro pela animada gente cearense que não chegou a lotar o Castelão.

Não foi uma noite brilhante, mas a Seleção sai do Ceará de bem com a torcida.

Ou agora vão dizer que o problema do Brasil é a williandependência?

CBF descuida da Seleção fora de campo

O Brasil estreou ontem nas Eliminatórias da Copa de 2018 perdendo para o Chile em Santiago sob um frio de 10 graus, treina hoje de manhã por lá em temperatura um pouco mais baixa, pega um voo às 14 horas rumo a Fortaleza, onde desembarcará por volta das 20 horas, encarando um calorzinho de pelo menos 26 graus.

Amanhã, quando o time fizer o primeiro treino, às 16 horas, o calor estará por volta dos 30 graus.

A distância entre Santiago e Fortaleza é de quase 6 mil quilômetros.

Se o jogo do dia 13 contra a Venezuela tivesse sido marcado para Porto Alegre, Dunga e sua rapaziada encurtariam a viagem em cerca de dois terços e sofreriam menos com a mudança de temperatura, de mais ou menos 18º na manhã desta sexta-feira na capital gaúcha.

Logística não é o forte da CBF.

Não há seleção como a brasileira na história das Copas

Vão começar daqui a pouco, com o jogo Bolívia x Uruguai, as Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2018 que muita gente considera as mais equilibradas da história.

Alguns pitacos sobre o que aconteceu nas Eliminatórias com as dez seleções sul-americanas desde 1994, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato mundial:

♦ A Argentina é a única seleção que participou de todas as Eliminatórias. Duas vezes campeões do mundo, a última em 1986, os argentinos voltaram a disputar o título nas sete edições seguintes sem nunca mais conquistá-lo. Foram à Copa de 1994 após vencer a Austrália na repescagem.

♦ Tetracampeão, o Brasil estava garantido em 1998. Pentacampeão em 2002, teve de passar pelas Eliminatórias de 2006. Anfitrião em 2014, não precisou disputar a vaga.

♦ Duas vezes campeão do mundo, o Uruguai não conseguiu se classificar para três das últimas Copas– as 1994, 1998 e 2006 – e, nas outras três, só garantiu a vaga na repescagem – contra a Austrália em 2002, a Costa Rica em 2010, e a Jordânia em 2014.

♦ O Chile não conseguiu passar das Eliminatórias nas edições de 1994, 2002 e 2006.

♦ A Colômbia não chegou às Copas de 2002, 2006 e 2010.

♦ O Paraguai ficou fora de 1994 e 2014.

♦ O Equador não conseguiu vaga em 1994, 1998 e 2010.

♦ A Bolívia foi à Copa de 1994 e nunca mais voltou.

♦ A última Copa disputada pelo Peru foi a de 1982.

♦ A Venezuela nunca foi a uma Copa do Mundo.

Recordação histórica: dos 209 países filiados à Fifa, o Brasil é o único que participou de todas as edições da Copa do Mundo, desde quando nem havia Eliminatórias.

Será muito, muito difícil que a Seleção não vá à Rússia.

Quem vai fazer companhia a Neymar?

Chile x Brasil: Douglas Costa e Elias, titulares; Lucas Lima, reserva? - Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Chile x Brasil: Douglas Costa e Elias, titulares; Lucas Lima, reserva? – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

É bem provável, embora seja difícil apostar, pois Dunga vem fazendo o que pode para esconder o jogo, que o Brasil enfrente o Chile em Santiago, na noite desta quinta, com Jefferson no gol, Daniel Alves, Miranda, David Luiz, Filipe Luís, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Willian, Douglas Costa e Hulk.

Os muito pessimistas e/ou debochados dirão que teremos no gramado do Estádio Nacional cinco motivos – ou sete, se Dunga escalar Fernandinho e não Elias, Marcelo e não Filipe Luís – para relembrar os 7 a 1 das semifinais da Copa do Mundo de 2014 há exatos 15 meses.

Certo é que a Seleção vai estrear nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 sem ter ainda uma cara definida, problema que se agrava enormemente com a ausência de Neymar.

Já deveríamos estar esboçando o time que pretende lutar pelo hexa, mas nem sequer temos ainda o time que precisa lutar por uma das 31 vagas na Rússia.

Nossos adversários, incluindo o Chile e talvez excluindo a Argentina, escalarão na rodada de abertura das Eliminatórias Sul-Americanos times muito parecidos com aqueles que pretendem desembarcar em campos russos.

Nós ainda não temos certeza no gol, nas duas laterais, na zaga, no meio de campo e no ataque.

Nós não temos certeza nenhuma? Exagero, mas se parece certo que David Luiz, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Willian e Douglas Costa estarão na Seleção até 2018, quantos continuarão titulares até lá?

Jogadores que estão na fila (como o zagueiro Gil, o lateral Marcelo, os meias Renato Augusto e Lucas Lima), saíram da fila (como o zagueiraço Thiago Silva) ou ainda não entraram na fila (como o volante/meia Danilo e o atacante Gabriel Jesus) podem e devem sonhar com a camisa titular na Rússia, mas precisam correr desde já para ajudar o Brasil a chegar lá.

Por enquanto, o jogo que vale é o das Eliminatórias. Serão 18 chances de mostrar que o Brasil, ao contrário do que proclamam alguns, ainda é o país do futebol. O desafio começa às 20h30 desta quinta-feira, 8 de outubro.

Valdívia não é Romário

Valdívia:

Valdívia: “Quando não faço o gol, eu acho que não jogo bem”

Um dos destaques na vitória por 2 a 1 sobre o Sport na noite deste sábado, como tem sido em quase todos os jogos do Internacional, Valdívia saiu do Beira-Rio discordando dos elogios recebidos com um argumento muito peculiar:

Quando não faço o gol, eu acho que não jogo bem.

O mato-grossense Wanderson Ferreira de Oliveira, que está completando 21 anos neste domingo, é um meia veloz e habilidoso, conhecido nos campos de futebol como Valdívia graças à semelhança física com o meia chileno, mas se parece mais com o brasileiro Romário ao desdenhar dos elogios à sua boa atuação na vitória que, pelo menos temporariamente, mantém o Inter com chances de ainda chegar ao G-4 no Brasileirão.

Matador preciso e refinado, com mais de mil gols contabilizados na carreira, o atacante Romário podia limitar suas andanças à grande área e cercanias para decidir jogos, fáceis ou difíceis, do seu time e da Seleção. Quando resolvia trabalhar em todo o campo de ataque, o que era raro, transformava-se em craque completo, incomparável.

Quando voltou à Seleção em 26 de fevereiro de 1997, encerrando um distanciamento de dois anos e meio após a conquista do tetra nos Estados Unidos, Romário de Souza Faria multiplicou-se por todo o extenso gramado do Serra Dourada, fez e desfez, mandou no jogo, levando o público de 49.546 pagantes ao delírio na vitória sobre a Polônia por 4 a 2, com dois gols de Giovanni e dois do fenômeno Ronaldo.

Por pura coincidência, nos encontramos depois do jogo no elevador do hotel em que estávamos hospedados. Ainda entusiasmado com a exibição do mais atrevido Baixinho de nosso futebol, comentei:

– Que partida, Romário! Você estraçalhou.

– Mas não fiz gol – lamentou-se o craque.

Alguns meses depois, numa longa conversa antes de um jogo do Torneio da França em Lion, voltei a comentar aquela noite em Goiânia e Romário logo me interrompeu:

– Benevides, põe uma coisa em sua cabeça: eu nunca entro em campo para jogar bem. Entro em campo para fazer gol.

O meia Valdívia, com cinco gols marcados neste Brasileirão, não pode se dar a esse luxo.

Seleção não terá Neymar

O Tribunal Arbitral do Esporte negou hoje o pedido da CBF para livrar Neymar de cumprir nos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 a suspensão que lhe foi imposta na Copa América.

Portanto, o Brasil enfrentará o Chile, no dia 8, e a Venezuela, no dia 13, sem sua maior estrela.