Arquivo da categoria: Histórias

Morreu Zito, craque e líder inigualável

Morreu José Ely de Miranda, o Zito, neste domingo, 14 de junho. Um dos maiores volantes da história do futebol, foi também um dos principais líderes em campo do Brasil bicampeão do mundo em 1958 e 1962 e do Santos bicampeão mundial de clubes e da Libertadores em 1962 e 1963.  

 Há pouco mais de um ano, o repórter  Thiago Rabelo, do jornal O Popular, teve com ele o seguinte diálogo:

– Em campo, você dava muita bronca no Pelé?
– Eu dava bronca era em todo mundo, mas os jogadores me adoravam também. Eu quebrava o galho de todos. Eles vinham conversar comigo quando tinha um problema. O Pelé era bem pouco. Só que, em todo jogo,  eu tinha de dar bronca nele. Era palavrão o tempo todo. Senão era muito drible aqui, muito drible ali. Ele tinha era de fazer gols.

É o retrato fiel de um líder inigualável.

Leia mensagem de Neymar sobre Zito no Tiro Livre

Veja vídeo de Robinho e Neymar falando sobre Zito no site da CBF

Todos queremos o Vasco de volta

Muro de São Januário 146Pichação nos muros de  São Januário na madrugada após Vasco 1 x 3 Cruzeiro

Foi há 58 anos. Eu tinha nove, mas me lembro bem do 14 de junho de 1957 e, em homenagem à imensa maioria vascaína que trabalha neste Benebol.com, vamos reviver sucintamente aquele dia de glória do campeão carioca em campos da França:

Dois dias depois de vencer por 3 a 1 o anfitrião Racing, o Vasco decidiu com o Real Madrid, que havia se sagrado campeão europeu duas semanas antes, o título do Torneio de Paris.

Resultado: depois de sair perdendo por 1 a 0, com um gol de Di Stefano no comecinho do jogo, o Vasco reagiu e venceu por 4 a 3, com dois gols de Válter Marciano, um de Vavá e um de Livinho, ficando com o caneco disputado no Parc des Princes.

Assim L’Équipe descreveu a reação vascaína ao gol relâmpago do Real:

E então, de maneira brusca, o Real desapareceu literalmente. Seriam as camisas de um vermelho pálido ou os calções de um azul triste que enfraqueciam a soberba equipe espanhola? Não; é que, antes, apareceram subitamente do outro lado os corpos maravilhosos, apertados nas camisas brancas com a faixa preta, de onze atletas de futebol, de onze diabos negros que tomaram conta da bola e não a largaram mais.

Durante a meia hora seguinte, a impressão incrível, prodigiosa que se teve foi de que o grande Real Madrid campeão da Europa, o intocável Real vencedor de todas as constelações europeias estava aprendendo a jogar futebol.

O quadro é bem diferente do que se viu ontem em São Januário no Vasco 1 x 3 Cruzeiro, né?

E aquele Vasco de Orlando, Válter, Sabará, Vavá e Pinga não pode contar com Paulinho e Bellini, que estavam a serviço da Seleção nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Por todas estas lembranças não tenho como discordar de quem pichou durante a madrugada os muros de São Januário com um pedido: “QRO MEU VASCO DE VOLTA”.

Eu também.

O bailarino que desmonta o tic-tac dos espanhóis

Neymar ensaia carretilha diante de Bustinza

Neymar ensaia carretilha diante de Bustinza, do Athletic Bilbao

Imagine Garrincha jogando em campos espanhóis, parando diante de laterais e zagueiros com a bola aos pés para fingir que ia sair em disparada, deixando-os correr atrás da alucinação enquanto ele, parado, os esperava de volta para, então, entortá-los com um drible desmoralizante e arrancar rumo ao gol ou à linha de fundo para o cruzamento perfeito que um companheiro finalizaria em gol.

– Não me parece nada elegante e nada esportivo – diria um Juan daqueles tempos.

– Se eu fosse jogador do time deles, teria reagido igual ou pior, mas no Brasil isso é normal – diria o treinador de sua equipe, desculpando pontapés e safanões disparados contra ele pelos adversários.

Sim, o drible, o chapéu, a carretilha, o gol de letra, a firula são normais no Brasil, berço da mais vitoriosa e invejada escola do futebol em todo o vasto mundo da bola, menos nesta Espanha que cultiva o tic-tac como se fosse a verdade única de um esporte que é o que é porque une, como nenhum outro, espírito coletivo e criatividade individual.

É verdade que o tiqui-taca, consagrado pelo Barcelona de Pep Guardiola e assumido em feição menos objetiva pela seleção de Vicente del Bosque, deu ao futebol espanhol os títulos europeus e mundiais de clubes de 2009 e 2011 e fez da Espanha a campeã do mundo em 2010.

Convém lembrar, porém: o Barça tinha e tem Messi, a seleção faturou o caneco na África do Sul com uma derrota e seis vitórias, quatro delas por 1 a 0, marcando apenas oito golzinhos em sete jogos, recorde negativo na história das Copas.

Nem todos curtem o estilo excessivamente baseado no toque de bola, mas pouco inventivo e avaro em gols. O alemão Franz Beckenbauer, um dos maiores craques do futebol em todos os tempos, campeão do mundo como jogador  em 1974 e como técnico em 1990, presidente de honra do Bayern, parece sintetizar a opinião dos críticos quando debochou da contratação de Guardiola pelo clube:

– Provavelmente, terminaremos jogando como o Barcelona e ninguém vai querer nos ver.

O Barcelona mudou muito, hoje é bem mais esfuziante, privilegia o espetáculo, goleia, goleia, goleia e brilha nos pés de Messi, Suárez e Neymar.

Os espanhóis não perdoam, porém, que o jovem craque brasileiro abuse do talento no confronto direto com seus marcadores. Até Luis Enrique, o treinador atual do Barça, reagiu criticamente à carretilha com que Neymar ensaiou um chapéu em Bustinza no final dos 3 a 1 de ontem sobre o Athletic Bilbao e apoiou a reação histérica dos adversários:

– Se eu fosse jogador do Athletic teria reagido igual ou pior ao que fez o Neymar, mas no Brasil isso é normal.

Ainda bem que o moleque de 23 anos não está nem aí para tanta ranzinzice:

– É o meu jeito de jogar. Não vou mudar o meu futebol porque alguém ficou estressado. Foi um drible como qualquer outro.

Sobre Neymar, estes espanhóis ranzinzas deveriam ler o brasileiro Sérgio Rodrigues, autor de O Drible, que escreveu certa vez:

– Neymar é a mais rara das aves na fauna do futebol: um bailarino-artilheiro, um malabarista que esbanja invenção sem jamais perder de vista que, se a arte é bem-vinda no futebol, só costuma virar obra-prima quando a rede balança.

Ceretta perdoou cachorro da PM, mas quer pegar Dudu

Ceretta: manso com a PM, valente com Dudu

Ceretta: manso com a PM, valente com Dudu

O próprio Guilherme Ceretta de Lima confirmou ao repórter Marco Aurélio Cunha, da TV Globo, que entrou na justiça comum com um processo por danos morais contra o palmeirense Dudu, que, revoltado com sua arbitragem, o empurrou e xingou no final dos 2 a 1 que deram ao Santos o título paulista de 2015.

Dudu foi punido com 180 dias de suspensão pelo TJD. É o bastante.

O processo agora movido por Ceretta é mero oportunismo, que não lhe ocorreu quando, trabalhando como quarto árbitro no Ponte Preta 3 x 3 Paraná da Série B do Campeonato Brasileiro de 2009, foi mordido no gramado Moisés Lucarelli por um cachorro da PM. Será que a mordida não lhe causou mais danos do que o empurrão?

Cachorros da PM, como se sabe, são treinados para identificar malfeitos.

O que faz Carlos Miguel Aidar em Medelin?

Aidar 205

Diálogo entre Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, e o jornalista Luciano Borges, publicado em seu Blog do Boleiro:

Luciano: Como vocês chegaram ao nome de Juan Carlos Osório?
Aidar: Como assim? Como chegamos ao nome?

Luciano: Quais as qualidades que ele tem e vocês se interessaram?
Aidar: Veja bem. Lá atrás, quando o Muricy saiu, nós elaboramos uma lista com vários nomes de treinadores estrangeiros. Ele é um destes nomes. É um treinador de ponta, como outros argentino, chilenos e até portugueses. Mas ainda não tem nada.

Luciano: Nada?
Aidar – Estamos avaliando nomes. E não estamos atrás de ninguém que tenha contrato vigente com um clube. Anote aí: Milton Cruz é o nome do técnico do São Paulo.

Luciano: Mas o Atlético Nacional de Medelin confirmou que o Osorio foi contatado pelo São Paulo. Vocês ou alguém em nome do São Paulo fizeram este contato?
Aidar: Isso eu não sei. Estou muito longe da Colômbia. É o que eu disse: estamos avaliando. Por enquanto, é só especulação. A imprensa, e você também está no meio, gosta de especular. Milton Cruz é o nome do treinador São Paulo.

Informação do jornalista Paulo Vinícius Coelho, postada em seu Blog do PVC  :

A direção do São Paulo já admite publicamente e negocia mesmo com o colombiano Juan Carlos Osorio, finalista da última Copa Sul-Americana pelo Atlético Nacional de Medellín. O presidente Carlos Miguel Aidar viajou para Medellín para se encontrar pessoalmente com o treinador e as primeiras informações dão conta de que Osorio gostou da ideia de trabalhar no Brasil.

Declaração de Victor Marulanda, diretor esportivo do Atlético Nacional, à Rádio Bandeirantes:

Temos conhecimento que se colocaram em contato, mas não vamos emitir nenhum comunicado até que falemos com nosso treinador. Temos um contrato vigente com ele. Um ano e meio mais.

 Será que Juan Carlos Osório sabe com quem está conversando?

Imagem do Dia: “as coisas velhas já passaram”

David Luiz no Instagram Imagem do Dia

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O zagueirão David Luiz postou há pouco, em sua conta no Instagram, a foto  acima e o texto abaixo:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2Coríntios 5:17 ARC). Como é maravilhoso viver contigo Senhor, obrigado por me amar tanto e cuidar de mim! A minha vida é tua,e eu sou teu servo! Que estejas sempre no centro de todas as minhas decisões! Eu te amo meu Deus! Amém”

Amém!!!

É amanhã que o Bayern vai dançar

Tibúrcio: talismã brasileiro  põe o Bayern na dança

Tibúrcio: talismã brasileiro que põe o Bayern para dançar

Parece que o Bayern está mesmo convencido de que vai dançar.

Lembra-se daquele carioca conhecido como Tibúrcio, embora seu nome seja Mauro Lúcio Silva, que foi animador de auditório do Faustão antes de se tornar uma espécie de secretário informal do lateral Rafinha e, por extensão, professor de dança da moçada mais desinibida do Bayern, como Neuer, Ribéry, Schweinsteiger e Robben?

Tibúrcio virou celebridade no mundo da bola durante a Copa do Mundo, acompanhando a seleção alemã em suas andanças pelo Brasil, e continua se dividindo entre o Rio e Munique, sempre convocado por seu amigo Rafinha para ensinar passos do funk e do samba aos europeus sem muito jogo de cintura que vestem a camisa do Bayern.

Lá está ele de novo, às vésperas do jogo decisivo com o Barça por uma das vagas na final da Liga dos Campeões da Europa – informa, de Munique, o repórter Cassio Barco, como você pode ler no GloboEsporte.com.

Tibúrcio, um ex-morador de rua que sempre agradece a Zega Pagodinho o primeiro emprego na televisão, desembarcou na Alemanha para ser o talismã do Bayern:

– Eles me chamaram para vir dar uma força porque sou pé quente. Quando o  Guardiola me viu, disse: “porra, agora vai”.

Nascido em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, Tibúrcio garante que a noite de terça será de muito samba em Munique, pois o Bayern vai dar a volta no Barça.

Que ele é um homem de sorte, ninguém duvide: ao longo da Liga dos Campeões, assistiu aos 7 a 0 sobre o Shakhtar e aos 6 a 1 sobre o Porto, mas não acompanhou o Bayern na derrota por 3 a 0 em Barcelona. Perdeu o voo para a Espanha.

Amanhã, não tem escapatória. Não dá para perder o metrô. Passa outro logo em seguida rumo à Allianz Arena.

Boateng não suporta mais a gozação

Boateng x Messi: depois da queda, de olho no lance

Boateng x Messi: depois da queda, de olho no lance

Em campo, ele manteve o fair-play, tanto que parece ajeitar o corpo na caída para não perder de vista a continuação do lance, como tão bem observou meu amigo Celso Unzelte, mas a gozação nas redes sociais em seguida ao drible espetacular que lhe aplicou o cracaço Messi antes de fazer o segundo gol do Barcelona nos 3 a 0 sobre o Bayern tirou do sério o zagueiro Jérôme Boateng, que postou hoje em sua conta no Instagram:

– O pessoal do contra sempre vai trombetear seu fracasso, mas sussurrar seu sucesso.

Mal sabe ele que, do lado de cá do Atlântico, uma antiga jogadora da seleção brasileira engrossa o coro do deboche.

Capitã da seleção feminina que ficou em quarto lugar na Olimpíada de Atlanta e em terceiro no Mundial de 1999, a zagueira Elane dos Santos, hoje com 48 anos, dá um tempo no trabalho como motorista de ônibus no Rio para exagerar duplamente em entrevista ao jornal Extra:

– O Messi é o melhor jogador de todos os tempos, mas não me daria aquele drible, não!

Nem Messi é o melhor jogador de todos os tempos nem Elane escaparia ao humilhante drible que entortou Boateng.

Para sorte de Elane, com toda a fama de má que carregava em seus tempos de zagueira muito pouco delicada com as adeversárias, o alemão Boateng não lê português.

Xabi Alonso não conhece o risco de fustigar um craque

Certamente ele nunca leu o mestre Armando Nogueira.

Xabi Alonso, volante do Bayern que jogou cinco temporadas pelo Real Madrid e amanhã terá como adversário o Barcelona, foi levado pelos jornalistas espanhóis que acompanham as semifinais da Liga dos Campeões da Europa a escolher entre Cristiano Ronaldo e Messi, e não titubeou:

– Os dois são grandes jogadores, espetaculares, é só ver os gols que estão marcando. Cristiano foi fundamental para mim quando eu estava no Real e, na minha opinião, é o melhor.

Xabi Alonso corre o risco de ter atraído dissabores para o dia de amanhã.

Se tivesse lido o cronista brasileiro, saberia: “Deus castiga quem o craque fustiga”.