Arquivo da categoria: História

É hoje o lançamento do livro de Giselda sobre Bellini

BelliniÉ hoje, quinta-feira, a partir das 19 horas, na Livraria Saraiva do Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo,  o lançamento de Bellini, o primeiro capitão campeão.

Para saber um pouco mais sobre o livro escrito pela viúva Giselda Bellini, clique aqui  e leia a nota Retrato de um ícone do futebol, postada em 25 de maio.

Morreu Zito, craque e líder inigualável

Morreu José Ely de Miranda, o Zito, neste domingo, 14 de junho. Um dos maiores volantes da história do futebol, foi também um dos principais líderes em campo do Brasil bicampeão do mundo em 1958 e 1962 e do Santos bicampeão mundial de clubes e da Libertadores em 1962 e 1963.  

 Há pouco mais de um ano, o repórter  Thiago Rabelo, do jornal O Popular, teve com ele o seguinte diálogo:

– Em campo, você dava muita bronca no Pelé?
– Eu dava bronca era em todo mundo, mas os jogadores me adoravam também. Eu quebrava o galho de todos. Eles vinham conversar comigo quando tinha um problema. O Pelé era bem pouco. Só que, em todo jogo,  eu tinha de dar bronca nele. Era palavrão o tempo todo. Senão era muito drible aqui, muito drible ali. Ele tinha era de fazer gols.

É o retrato fiel de um líder inigualável.

Leia mensagem de Neymar sobre Zito no Tiro Livre

Veja vídeo de Robinho e Neymar falando sobre Zito no site da CBF

Todos queremos o Vasco de volta

Muro de São Januário 146Pichação nos muros de  São Januário na madrugada após Vasco 1 x 3 Cruzeiro

Foi há 58 anos. Eu tinha nove, mas me lembro bem do 14 de junho de 1957 e, em homenagem à imensa maioria vascaína que trabalha neste Benebol.com, vamos reviver sucintamente aquele dia de glória do campeão carioca em campos da França:

Dois dias depois de vencer por 3 a 1 o anfitrião Racing, o Vasco decidiu com o Real Madrid, que havia se sagrado campeão europeu duas semanas antes, o título do Torneio de Paris.

Resultado: depois de sair perdendo por 1 a 0, com um gol de Di Stefano no comecinho do jogo, o Vasco reagiu e venceu por 4 a 3, com dois gols de Válter Marciano, um de Vavá e um de Livinho, ficando com o caneco disputado no Parc des Princes.

Assim L’Équipe descreveu a reação vascaína ao gol relâmpago do Real:

E então, de maneira brusca, o Real desapareceu literalmente. Seriam as camisas de um vermelho pálido ou os calções de um azul triste que enfraqueciam a soberba equipe espanhola? Não; é que, antes, apareceram subitamente do outro lado os corpos maravilhosos, apertados nas camisas brancas com a faixa preta, de onze atletas de futebol, de onze diabos negros que tomaram conta da bola e não a largaram mais.

Durante a meia hora seguinte, a impressão incrível, prodigiosa que se teve foi de que o grande Real Madrid campeão da Europa, o intocável Real vencedor de todas as constelações europeias estava aprendendo a jogar futebol.

O quadro é bem diferente do que se viu ontem em São Januário no Vasco 1 x 3 Cruzeiro, né?

E aquele Vasco de Orlando, Válter, Sabará, Vavá e Pinga não pode contar com Paulinho e Bellini, que estavam a serviço da Seleção nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.

Por todas estas lembranças não tenho como discordar de quem pichou durante a madrugada os muros de São Januário com um pedido: “QRO MEU VASCO DE VOLTA”.

Eu também.

É uma ironia que Suárez não dispute a Copa América

Suárez e Chiellini 136Um ano depois de morder Chiellini na Copa do Mundo, Suárez não pode jogar a Copa América

O Uruguai fez quatro jogos na Copa do Mundo de 2014: perdeu para a Costa Rica, venceu a Inglaterra e a Itália na primeira fase, e perdeu para a Colômbia nas oitavas de final.

Terá sido mera coincidência que tenha contado com Luis Suárez nas duas vitórias e jogando sem o maior craque uruguaio das últimas décadas nas duas derrotas?

O Uruguai é o atual campeão da Copa América, tendo conquistado o título de 2011 na Argentina, que Suárez e companhia trataram de tirar da competição logo nas quartas de final.

Vice-artilheiro e melhor jogador em 2011 da mais antiga competição entre seleções de futebol em todo o mundo, o uruguaio Luis Alberto Suárez Díaz tem 28 anos, idade que costuma marcar o apogeu técnico dos grandes craques.

Seria certamente candidato ao troféu de craque da Copa América de 2015, apesar da concorrência nada desprezível do argentino Messi, do brasileiro Neymar, seus parceiros no Barcelona, e do colombiano James Rodríguez, seu rival do Real Madrid.

Acontece que Luisito Suárez, o extraordinário atacante que tanto faz gols como os oferece em precisas assistências aos companheiros de time, não vai disputar a Copa América no Chile.

Suárez está proibido pela Fifa de jogar com a camisa uruguaia, para alegria dos jamaicanos, que daqui a pouco enfrentarão atuais campeões, e em seguida de argentinos e paraguaios, sem contar os adversários que possam vir a partir das oitavas de final.

Lembra-se?

Na Copa de 2014, já no final do 1 a 0 sobre a Itália, num entrevero com o zagueiro Chiellini, Suárez mordeu o seu ombro e, como não era a primeira fez que cometia gesto tão primitivo em campo, foi julgado pelo comitê disciplinar da FIFA, embora o juiz da partida não tenha sequer visto o lance, e suspenso por nove jogos da seleção em competições internacionais, entre outras penas igualmente exageradas.

E assim Suárez pode ser campeão europeu pelo Barcelona, mas não pode defender o título americano de seleções pelo Uruguai.

Sai perdendo não somente a seleção uruguaia, mas a Copa América.

Não deixa de ser uma ironia histórica que uma mordida num adversário tire dos campos um dos maiores craques da atualidade nesses dias em que o FBI escancarou para o mundo que a grossa flor da cartolagem também vivia de morder. Em sentido figurado, claro.

Eles não sabem o que é ganhar uma Copa América

Messi e Neymar 116Multicampeões pelo Barça, Messi e Neymar brigam por primeiro título da Copa América

Os dois ganharam tudo o que disputaram com o Barcelona e agora, um com a camisa da Argentina e o outro com a do Brasil, vão buscar em campos do Chile fechar a temporada com o título de campeão das Américas.

Será a terceira Copa América de Lionel Messi, que foi campeão mundial Sub-20 e campeão olímpico pela Argentina, mas ainda se deve um título com a seleção.

Em sua primeira Copa América, a de 2007, disputada na Venezuela, Messi perdeu o título para o Brasil de Dunga por um placar acachapante na final: 3 a 0.

Em sua segunda tentativa, a Copa América de 2011, em Buenos Aires, Messi não fez um gol sequer e a Argentina caiu fora da disputa nas quartas de final, eliminada pelo Uruguai na cobrança de pênaltis.

Na terceira tentativa, de novo ao lado de Mascherano e Tévez, Messi começará enfrentando paraguaios, uruguaios e jamaicanos.

A única Copa América disputada por Neymar foi a de Buenos Aires. O Brasil também acabou eliminado nas quartas de final, igualmente nos pênaltis, pelo Paraguai. Em compensação, dois anos depois, Neymar conquistaria com a Seleção o título da Copa das Confederações.

Messi precisa, pois, mais do que Neymar vencer a Copa América que começa nesta quinta-feira, às 20h30 do Brasil, com o jogo Chile x Equador. E a Argentina é generalizadamente considerada a favorita.

Dunga discorda, como deixou claro após o 1 a 0 de ontem sobre Honduras, colocando os argentinos atrás dos anfitriões na ordem de favoritismo, embora à frente do time que ele comanda:

– Brasil e Uruguai vêm logo atrás.

Estará nos pés de Neymar a chance de chutar o favoritismo para o alto, começando pelos jogos contra o Peru, a Colômbia e a Venezuela.

A disputa entre os craques do Barcelona terá uma dose extra de emoção garantida por uma tabela muito generosa com o Chile: se Brasil e Argentina fecharem no primeiro lugar de seus respectivos grupos a primeira fase da competição, só um chegará à final.

Passando pelas quartas, Neymar e Messi se enfrentarão obrigatoriamente nas semifinais.

Eles sabem como é perder uma Copa América

Quarteto Montagem 116Alex, Juninho, Belletti e Denílson: dos gramados em 2001 para os estúdios em 2015

Será curioso acompanhar na TV o trabalho de Belletti, Juninho Pernambucano, Alex e Denilson como comentaristas da Copa América.

Nos tempos em que dava trato à bola dentro do campo, o ilustre quarteto estava no time que perdeu para Honduras por 2 a 1 na Colômbia e caiu fora da Copa América de 2001 já nas quartas de final.

Foi a única derrota do Brasil diante dos hondurenhos em toda a história do futebol.

O quarteto embute uma dupla que também sabe o que é ganhar uma Copa América: Denílson foi campeão em 1997; Alex, em 1999 e em 2004.

Antes de Everaldo, houve Oreco

Denise Helena recebe de Clodoaldo homenagem  a  Everaldo - Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Denise Helena recebe de Clodoaldo homenagem a Everaldo – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Denise Helena, filha de Everaldo, o lateral esquerdo da Seleção que conquistou o tricampeonato mundial em 1970, recebeu ontem no gramado Beira-Riouma réplica da camisa usada naquela gloriosa campanha em campos mexicanos e uma camisa atual autografada por todos os jogadores chamados por Dunga para disputar a Copa América.

Companheiro de Everaldo naquele timaço que tinha Pelé, Carlos Alberto, Gérson, Rivellino e Tostão, Clodoaldo entregou as camisas a Denise Helena antes de Brasil 1 x 0 Honduras.

A merecida homenagem está registrada pelo site da CBF com um erro factual ao se referir ao lateral gremista como “primeiro jogador gaúcho a ser campeão do mundo”.

Na verdade, o primeiro foi Valdemar Rodrigues Martins, gaúcho de Santa Maria, conhecido no mundo da bola como Oreco, que jogou sete anos pelo Internacional e oito pelo Corinthians, campeão do mundo em 1958, como reserva do mitológico Nilton Santos.

Blatter renuncia e condena o Rei à solidão

Pelé e Blatter 26                             Rei Pelé e o (ex)presidente da Fifa, Joseph Blater: enfim, sós

Desta vez, Pelé perdeu uma boa oportunidade de, pelo menos, ficar calado.

Menos de 24 horas depois de receber o apoio do Rei e apenas quatro dias depois de ser eleito, Joseph Blatter acaba de renunciar à presidência da Fifa e convocar nova eleição para escolher o sucessor.

O cartola suíço foi curto e objetivo ao justificar a renúncia:

– Meu mandato parece que não é mais apoiado por ninguém.

 Mal sabia que o Rei estava com ele. Sozinho.

Um goleiro quase eterno luta por título inédito

Buffon: mais uma final em Berlim

Buffon: de novo, em Berlim

Na última vez que Juventus e Barcelona se enfrentaram numa Liga dos Campeões da Europa, em 2003, o técnico Luis Enrique ainda era jogador. Foi o capitão do Barça na derrota em casa por 2 a 1 que deu à Juve a classificação para as semifinais.

E quem era o goleiro daquela Juventus? Gianluigi Buffon, que completou 37 anos em janeiro e jamais conquistou o título europeu de clubes.

É o título que falta ao multicampeão goleiraço italiano, que vai tentar conquistá-lo no sábado ao revisitar o Estádio Olímpico de Berlim em que se sagrou campeão mundial pela Azurra em 2006.

Acima de Messi, outro argentino: Di Stéfano

Se Messi fizer gol no Barcelona x Juventus do sábado, dia 6, entrará para a história como o primeiro jogador a deixar a marca de goleador em três finais da Liga dos Campeões da Europa.

Não é pouco, mas ainda ficará devendo a seu compatriota Di Stéfano, que marcou gols pelo Real Madrid nas finais de 1956, 1957, 1958, 1959 e 1960.

Eram outros tempos e, claro, outro o formato da Liga dos Campeões.