Com a Receita Federal mordendo seus calcanhares, Neymar não está vivendo dias de alegria neste final de setembro, mas vai ter de esquecer preocupações e dissabores ao entrar às 15h45 (horário do Brasil) no Camp Nou para liderar tecnicamente o Barcelona que, sem Messi, enfrentará o Bayer Leverkusen pela segunda rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.
Liderar, sim, pois chegou a hora de Neymar provar que é o sucessor natural de Lionel Messi como estrela maior do Barça, embora ainda pareça distante o momento em que se dará a efetiva troca de bastão.
Vai contar muitos pontos na campanha pelo troféu Fifa de melhor jogador de 2015 o desempenho do brasileiro durante a ausência de Messi, principalmente nos jogos da mais importante competição de clubes em todo o mundo da bola.
Depois do 1 a 1 com a Roma na primeira partida, o Barcelona precisa da vitória contra o Bayer – que estreou em casa goleando o BATE Borisov, da Bielorussia, por 4 a 1 – para assumir a liderança do Grupo E da Liga dos Campeões.
É hora de Neymar se multiplicar por dois, jogando por ele e por Messi.
O brasileiro de 23 anos parece talhado para substituir em campo o incomparável argentino de 28 – domina os fundamentos técnicos, enxerga bem o andamento do jogo, embora tenha menor senso coletivo, é menos sóbrio e mais abusado, talvez mais criativo, ainda não tão decisivo. Parece sempre que se diverte mais do que o colega dentro do campo.
Preocupações e dissabores não parecem contaminar o futebol de Neymar. É o que ele tem mais uma vez de comprovar no Camp Nou para se firmar como sucessor de Messi no Barça de Mascherano, Iniesta, Suárez e companhia igualmente ilustre.
Atualização
Neymar não jogou nem por ele. Dispersivo, inacreditavelmente de mal com a bola, quase nada criou. O resultado foi que o Barcelona sofreu muito para, de virada, vencer o Bayer Leverkusen por 2 a 1.
Iniesta também saiu devendo e Suárez – depois de levar uma bronca do goleiro Ter Stegen pela má colocação na área quando Papadopoulos, aproveitando escanteio cobrado por Çalhanoglu, fez 1 a 0 para o Bayer na metade do primeiro tempo – acabou se salvando ao marcar, aos 37 do segundo, o gol da vitória do Barcelona, apenas 90 segundos depois de Sergi Roberto ter empatado a partida.
Em suma, o Barça é forte até joga mal. E, por isso, assumiu a liderança do Grupo E da Liga dos Campeões, com quatro pontos, um a mais do que o Bayer e o BATE Borisov, que em casa venceu a Roma por 3 a 2.