Arquivo diário: 24 de setembro de 2015

O momento é de Ricardo Oliveira. E o futuro?

Ricardo Oliveira @249@                                     Ricardo Oliveira: artilheiro do Brasil volta à Seleção

Aos 35 anos, completados no dia 6 de maio, o santista Ricardo Oliveira está de volta à Seleção, chamado há pouco por Dunga para substituir Roberto Firmino, que tria se contundido nos poucos minutos que jogou no Liverpool 1 x 1 Norwich City da sexta rodada do Campeonato Inglês.

Se futebol é momento, como pregam tantos, Ricardo Oliveira é o homem certo para o Brasil que vai estrear nas Eliminatórias contra o Chile em Santiago e, em seguida, pegará a Venezuela em Fortaleza.

Artilheiro disparado do Campeonato Brasileiro, com 17 gols, em ótima forma física e técnica, nada deslumbrado, Ricardo Oliveira certamente contribuirá agora com a Seleção que já defendeu sob o comando de Carlos Alberto Parreira na Copa América de 2004 e na Copa das Confederações de 2005, tendo ficado de fora da Copa do Mundo de 2006 por ter se lesionado pouco antes da convocação.

Com a camisa do Santos, ele foi o artilheiro da Libertadores de 2003, do Paulistão deste ano e quase certamente será do Brasileirão, pois tem seis gols a mais do que o vice-artilheiro Jádson. Deve fechar a temporada repetindo o feito único de um jogador santista na história do futebol, um certo Pelé, artilheiro das três competições – em doses bem mais elevadas (11 vezes do Paulistão, quatro do Campeonato Brasileiro, então disputado como Taça Brasil, e uma da Libertadores).

Pelé é de outro mundo, a gente sabe. No mundo dos meramente mortais, Ricardo Oliveira está com a bola toda.

Só não pode ser encarregado da cobrança de pênaltis, fardo que ontem finalmente transferiu ao garoto Gabigol na vitória do Santos por 1 a 0 sobre o Figueirense pela Copa do Brasil.

Se pensarmos que o Brasil tem de se classificar para a Copa da Rússia e simultaneamente montar um time minimamente capaz de brigar pelo sexto título mundial, o goleador Ricardo Oliveira talvez já tenha passado do ponto. Afinal, terá 38 anos em 2018.

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Um colombiano dividido entre o São Paulo e o México

Juan Carlos Osorio: admiração e tolerância da torcida

Juan Carlos Osorio: admiração e tolerância da torcida

Já há são-paulino lamentando que Juan Carlos Osorio, na entrevista coletiva após a vitória sobre o Vasco pela Copa do Brasil, tenha confessado que pode aceitar o convite para comandar a seleção mexicana:

– Uma possibilidade de Copa do Mundo é algo diferente. Tenho objetivos como qualquer um. Meu coração e minha mente estão aqui, mas não posso falar o que vai acontecer amanhã.

Simpático, embora franco, carismático a seu modo, o treinador colombiano tem angariado fãs na torcida tricolor e na mídia brasileira em proporção que não se casa com o desempenho do time sob seu comando no Campeonato Brasileiro.

Em 22 jogos, o São Paulo de Osorio conquistou 32 pontos – 48,5% dos 66 disputados. Este percentual o colocaria atrás do Santos, que hoje é o oitavo colocado no Brasileirão com um rendimento de 49,4%.

Quando Osorio assumiu o comando técnico, na sexta rodada, o São Paulo já tinha vencido o Flamengo, o Joinville e o Santos, empatado com o Internacional e perdido para a Ponte Preta. Somava dez pontos – 66,6% dos 15 disputados. Tal aproveitamento lhe valeria hoje a vice-liderança do Brasileirão.

Em sua coluna na Folha desta quarta-feira (para assinantes do jornal ou do UOL), depois de analisar o trabalho de Osorio com a serena lucidez de sempre, o craque Tostão registra: “Há também uma excessiva tolerância com o técnico colombiano, por ser estrangeiro, como se todos fossem mais bem preparados e mais modernos, e também porque estamos carentes de um treinador diferente”.

A simpatia e a franqueza de Juan Carlos Osorio explicam a admiração mais ou menos generalizada por um trabalho de resultado apenas mediano. Se ganhar a Copa do Brasil, o colombiano será idolatrado no Morumbi. Se não conquistar o caneco, não haverá carente que o segure no emprego.

– Todos aqui sabem da realidade do futebol brasileiro: três ou quatro maus resultados, e eu seguramente não estarei aqui.

Osorio já sabe como a bola rola pelos campos de cá. Talvez seja diferente no México.

Chilenos se preocupam com time que vai enfrentar o Brasil

Sampaoli: primeiras convocações para o jogo contra o Brasil

Sampaoli: primeiras convocações para o jogo contra o Brasil

O temeroso respeito com que a nossa mídia vem tratando a seleção chilena, campeã da Copa América e primeira adversária do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, não é suficiente para tranquilizar os coleguinhas de lá.

Em seguida à convocação de 16 dos 23 jogadores escolhidos por Jorge Sampaoli para os jogos contra o Brasil, no dia 5 de outubro em Santiago, e o Peru, dia 13 em Lima, pipocaram na mídia chilena as primeiras preocupações, detalhadas na edição de hoje do jornal La Tercera:

♦ O goleiro Claudio Bravo, capitão da seleção, está voltando aos treinamentos no Barcelona depois da lesão muscular que sofreu no começo do mês.

♦ O lateral Mauricio Islas, contratado em agosto, participou até agora de apenas dois jogos do Olympique de Marselha.

♦ O meia/atacante Alexis Sánchez começou muito tarde a preparação para a temporada  e ainda não marcou nenhum golzinho pelo Arsenal em seis rodadas do Campeonato Inglês e uma da Liga dos Campeões da Europa.

♦ O volante Arturo Vidal, mais cara contratação do futebol alemão na temporada, vem sofrendo com as críticas frequentes de torcedores e antigos ídolos do Bayern.

♦O meia Jorge Valdivia foi parar no Al-Wahda, dos Emirados Árabes, e até agora jogou  90 minutos, um exagero para os padrões valdivianos.

Em meio a tantas preocupações, os chilenos lamentam também a ausência de Charles Aránguiz, o volante do Bayer Leverskusen  que ainda se recupera de uma cirurgia no tendão de Aquiles.

Em compensação, comemoram a boa fase do zagueiro Gary Medel, destaque da Internazionale, que lidera o Campeonato Italiano com 100% de aproveitamento e sofreu apenas um gol em cinco rodadas.

Pequenas alegrias à parte, lá e cá, a mídia vive de preocupações.