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Nasce mais um ídolo rubro-negro

Guerrero 187 aGuerrero se encontra finalmente com a torcida no Maracanã e dá mais uma vitória ao Fla

Três vezes ele vestiu a camisa do Flamengo, três vezes ele fez gol.

 A primeira, há 10 dias, quase escondido no Beira-Rio, diante de apenas 10.931 torcedores, ao estrear fora de casa, nos 2 a 1 sobre o Internacional pela 12ª rodada do Brasileirão. Ele abriu o placar logo aos 10 minutos e, aos 20 do segundo tempo, ainda fez a assistência para Everton marcar o segundo gol rubro-negro.

A segunda, na quarta-feira, diante de 16.744 torcedores na Arena Pernambuco. Ele fechou em 2 a 0 a vitória sobre o Náutico que garantiu o Flamengo nas oitavas de final da Copa do Brasil.

Na terceira, finalmente Paolo Guerrero se encontrou com a massa rubro-negra no Maracanã e, diante de 51.055 torcedores (dos quais, apenas 44.318 pagaram ingresso), manteve a escrita: aos 40 minutos, como se fosse o Flamengo que mandasse no jogo e não o Grêmio, fez 1 a 0.

Foi o bastante para afastar qualquer possibilidade de o Fla terminar a rodada na zona de rebaixamento do Brasileirão.

E mais: a vitória do Fla sobre o Grêmio dá um certo fôlego ao Corinthians, que ainda lhe paga o salário de julho e só correrá o risco de deixar o G-4 nesta rodada se, daqui a pouco, perder para o Atlético Mineiro por diferença de mais de um gol.

Isso é que é um trabalhador de dupla jornada. O Corinthians sabe bem o que perdeu ao deixar o goleador colombiano trocar de emprego em pleno Brasileirão.

Está nascendo mais um ídolo rubro-negro.

Como não falar daquele 16 de julho?

Uma coisa que eu sempre achei muito chata na imprensa esportiva brasileira é o registro anual de que, em 16 de julho de 1950, aconteceu o tal Maracanaço, para desgraça do nosso Barbosa e companhia, ou Maracanazo, para alegria de Alcides Ghiggia, o uruguaio que nos tirou o título mundial e era até poucas horas atrás a única lembrança viva do que se passou em campo naqueles fatídicos 2 a 1.

Pois não é que hoje, 16 de julho, aos 88 anos, Alcides Ghiggia morreu em Montevidéu?

Foi assim que a bola rolou em 2014

Tendo rolado em campo um pouquinho mais de um terço do Brasileirão de 2015, vale a pena relembrar como estava desenhado o G-4 ao final da 13ª rodada na edição de 2014, com os percentuais de aproveitamento devidamente arredondados:

♦ Cruzeiro                 29 pontos – 74%

♦ Fluminense            25 pontos – 64%

♦ Internacional          25 pontos – 64%

♦ Corinthians            24 pontos – 62%

E como terminou o campeonato?

♦ Cruzeiro                  80 pontos – 70%

♦ São Paulo               70 pontos – 61%

♦ Internacional           69 pontos – 60%

♦ Corinthians              69 pontos – 60%

O São Paulo era o oitavo colocado na 13ª rodada, com 51.28% de aproveitamento. O Flu acabou em sexto lugar no campeonato, com 61 pontos, 53% de aproveitamento.

E como está desenhado o G-4 em 2015?

♦ Atlético Mineiro      29 pontos – 74%

♦ Fluminense            27 pontos – 69%

♦ Corinthians            26 pontos – 67%

♦ Grêmio                   26 pontos – 67%

Se a história se repetir, o Atlético Mineiro será o campeão e, além dos que lá estão, ainda podem sonhar em fechar 2015 no G-4 o São Paulo, o Sport e o Palmeiras.

Vida nova para o trintão Bastian Schweinsteiger

Schweinsteiger: do Bayern para o Manchester United

Schweinsteiger: do Bayern para o Manchester United

O Bayern de Munique não será o mesmo nesta temporada.

Depois de muitas informações desencontradas, o diretor executivo Karl-Heinz Rummenigge confirmou na manhã deste sábado que Schweinsteiger vai para o Manchester United:

– Bastian quer fazer algo diferente no final da carreira. Pediu-me para satisfazer o seu desejo.

Bastian Schweinsteiger, que vai fazer 31 anos no dia 1º e estava no Bayern desde os 14, foi oito vezes campeão alemão, disputou três finais da Liga dos Campeões da Europa, tendo conquistado o título em 2013, ano em que foi também campeão mundial de clubes.

É um dos maiores ídolos da história Bayern.

Não deixe de ver Daniel Alves, linguarudo e verdadeiro

Daniel Alves, na ESPN: "Não conto mentira"

Daniel Alves, na ESPN: “Não conto mentira”

Daniel Alves deu ao programa Bola da Vez, da ESPN, o mais franco, profundo, lúcido e bem humorado depoimento de um jogador brasileiro nos últimos tempos. Talvez surpreendidos pela sinceridade e clareza do entrevistado, os entrevistadores  Dan Stulbach,  André Kfouri e Mendel Bydlowski tiveram a sabedoria de pouco interrompê-lo para muito ouvi-lo.

No programa exibido ontem, o lateral do Barça falou com enorme desenvoltura sobre o futebol brasileiro, a Seleção e o Barcelona, fez algumas revelações preciosas e assim resumiu sua surpreendente participação:

– Eu pago por ser linguarudo, mas não conto mentira.

A entrevista é imperdível e ainda pode (melhor, deve) ser vista nos seguintes horários:

♦ quarta-feira, dia 8, às 19h30, na ESPN+

♦ quinta-feira, dia 9, às 19h45, na ESPN Brasil

♦ sábado, dia 11, às 18h45, na ESPN Brasil

♦ domingo, dia 12, às 10h20, na ESPN Brasil

Imagem da véspera: tristeza argentina, alegria chilena

Reprodução

                                                                                                                                                             Reprodução

A cena é de ontem, 4 de julho, mas ocupa neste domingo metade da primeira página da edição impressa do jornal argentino Clarín.

Diz tudo sobre a tristeza de uma seleção que completou  22 anos sem conquistar um título sequer tanto quanto mostra a alegria que é ser campeão pela primeira vez na história.

Que Messi, que nada! Chi Chi Chi le le le!!!

Aléxis Sánchez campeão 047x            Após bater pênalti decisivo, Aléxis Sánchez festeja o título da Copa América

Aléxis Sánchez foi o cara da decisão.

Jogou bem os 90 minutos, quase garantiu o título de campeão no finzinho do primeiro tempo da prorrogação após uma furada estrondosa de Mascherano no meio do campo que lhe abriu o caminho até o chute por cima do gol argentino, e matou o goleiro Romero no pênalti decisivo ao rolar a bola de mansinho no canto oposto a que ele se jogou.

O primeiro título da seleção chilena em mais de um século de tentativas deve-se ao futebol coletivo e corajoso posto em prática pelo argentino Jorge Sampaoli, mas principalmente ao talento e à disposição de jogadores como Aléxis Sánchez, Vidal, Bravo, Isla, Aránguiz, Medel, Valdivia e  Vargas.

Cafu, Jairzinho, Zetti e Mauro Galvão tinham razão: o Chile é merecidamente o campeão da Copa América e Messi, que tudo já conquistou nos campos com a camisa do Barcelona, continuará em jejum com a camisa da Argentina.

Nem adianta a gente fingir que não gostou.

Hoje é dia de todos os Messi

Messi colagem final CALionel Messi: o grande trunfo da Argentina para encerrar o  jejum de exatos  22 anos 

Se ainda estivesse em campo, o vascaíno Carlos Drummond de Andrade diria que hoje jogarão Messi.

A concordância poética traduz melhor do que o rigor gramatical a multiplicidade do craque que pode conquistar o título da Copa América no Estádio Nacional de Santiago e, assim, encerrar o jejum de mais de duas décadas anos vivido pela seleção argentina.

Lionel Messi era um garotinho de seis anos quando a seleção principal da Argentina conquistou um título pela última vez, coincidentemente num 4 de julho, derrotando o México por 2 a 1 na final da Copa América de 1993 em Guayaquil.

Outro torcedor ilustre e bom conhecedor dos caminhos e descaminhos do mundo da bola, o botafoguense Neném Prancha dizia, nunca se sabe o quanto copidescado por João Saldanha ou Sandro Moreyra: um craque é “que nem sorveteria, tem várias qualidades”.

Estava falando de Messi, é claro, embora tenha morrido no Rio 11 anos antes do nascimento do craque em Rosário.

Mais do que Mascherano, Pastore, Agüero e Di Maria, estrelas de primeira grandeza da trupe comandada por Tata Martino, é o múltiplo Messi que carregará, a partir das 17 horas, o peso de repetir o feito de Fernando Redondo, Diego Simeone e Gabriel Batistuta há exatos 22 anos.

O peso jamais encolhe o futebol do melhor jogador do mundo, uma cracaço que enxerga o jogo em 360 graus, povoa todas as faixas do campo de ataque, rouba a bola ao adversário com incrível precisão, alterna a arrancada irresistível e o toque refinado, distribui assistências como se estivesse chupando um chicabom do sorveteiro Nelson Rodrigues.

E faz gols, muitos gols, embora nesta Copa América tenha feito apenas um, e de pênalti, no 2 a 2 da estreia contra o Paraguai.

Os chilenos devem imaginar o risco que estarão correndo se ele resolver se reencarnar novamente em artilheiro logo hoje que a Argentina precisa tanto de gols.

E não vamos falar do Chile, anfitrião que jamais conquistou o título da Copa América e adversário da Argentina logo mais? Ora, o Chile não tem Messi.

Messi só existe um.

Um reencontro com o capitão Bellini

Bellini: reencontro com vascaínos

Bellini: reencontro com vascaínos

Atenção, vascaínos do Rio: será nesta quinta-feira, a partir das 19 horas, na Livraria da Travessa de Ipanema, o lançamento de Bellini, o primeiro capitão campeão.

Giselda Bellini, viúva do capitão que recebeu a Jules Rimet das mãos do rei Gustavo em 1958, vai autografar o livro que escreveu com paixão e rigor histórico e já lançou com muito sucesso em São Paulo.

Prefaciado pelo Rei Pelé, o livro é elogiado pelo rubro-negro Ruy Castro:

– Bellini, capitão do Vasco, do São Paulo e da Seleção, passou à história do futebol brasileiro como um líder, um herói, um gigante. O que ele era. Mas faltava descobrir o homem que existia dentro desse super-homem. Agora, com o livro de Giselda, não falta mais.

Para a torcida vascaína, é uma oportunidade histórica de reencontrar o orgulho perdido nas últimas temporadas.

Veja só quem é fã de Tostão

Blatter e Tostão 266             Blatter sobe Tostão: “a vida não se acaba depois de descalçar as chuteiras”

Talvez Tostão nem imagine, mas tem um fã ardoroso em Zurique.

Ardoroso e ainda poderoso, embora deva se afastar da presidência da Fifa em breve. É isso mesmo: o fã do craque Tostão é Joseph Blatter, que escreveu em sua coluna na The FIFA Weekly (leia em espanhol  ou em inglês), disponibilizada hoje no site da entidade:

♦Pessoalmente, sempre me fascinaram dois jogadores: Alfredo Di Stéfano, o genial cérebro ofensivo do Real Madrid, e Tostão, o elegante e rapidíssimo meio-campista da seleção brasileirão campeã do mundo em 1970.

♦ Minhas lembranças pessoais estão inextrincavelmente ligadas à figura de Tostão.

♦ O brasileiro de Belo Horizonte foi um futebolista cujo horizonte, justificadamente, se estendia muito além das inhas de cal: formou-se em medicina e, após se retirar do futebol, trabalhou como médico. Depois, tornou-se escritor e chegou a ser um dos colunistas mais conhecidos da imprensa brasileira, dando um exemplo fascinante de que a vida não se acaba depois de descalçar as chuteiras.