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Você tem de escolher: Bayern ou Barça?

É uma pena que sejam no mesmo horário – como deveriam ser e não serão vários e decisivos jogos do Brasileirão no fim de semana – e a gente tenha de escolher entre Bayern x Olympiacos e Barcelona x Roma, jogões das 17h45 (no horário de Brasília) desta terça-feira pela fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.

Imagino que até Pep Guardiola, que pariu um e está gestando o outro, teria dificuldade de escolher entre o Barça de Messi, Neymar, Suárez e Iniesta e o Bayern de Lahm, Robben, Müller e Lewandowski se não fosse obrigado por contrato a acompanhar os seus pupilos em Munique.

Bayern e Olympiacos estão empatados em pontos no Grupo F, cada um com nove. O Bayern já foi derrotado pelo Arsenal; o Olympiacos, em casa, pelo próprio Bayern. Os alemães marcaram 13 gols e sofreram três até agora; os gregos marcaram seis e sofreram outros seis.

Se der empate no jogo de hoje, os dois times estarão classificados para as oitavas. Alguém arrisca um palpite?

Em casa, com Messi de volta, o Barcelona precisa apenas de um empate com a Roma para garantir antecipadamente o primeiro lugar do Grupo D, que lidera folgadamente com 10 pontos, cinco a mais do que o adversário. Em Roma, foi 1 a 1.

Pep Guradiola: fez o Barça, comanda o Bayern

Pep Guardiola: fez o Barça, comanda o Bayern

Deixemos Luis Enrique, que herdou de Guardiola este Barça multicampeão e vem lhe dando maior ímpeto ofensivo, falar do jogo:

– É a oportunidade de terminar em primeiro lugar. Creio que podemos fazer melhor do que fizemos sábado nos 4 a 0 sobre o Real Madrid, mas espero um jogo difícil porque eles precisam vencer. Deve ser um jogo muito aberto.

Voltando ao começo: é pena não ver o Bayern, que tem a média 3,25 gols por jogo, fica com a bola durante 71% do tempo e acerta 91% dos passes, mas, obrigado a escolher, vou ver o Barça de Messi. Talvez veja o Barça de Neymar.

Guardiola não vai reclamar.

Atualização

Valeu a pena ver o Barcelona, que desta vez não teve gol de Neymar. Gols não faltaram, porém: foram dois de Messi, dois de Suárez, um de Piqué e um de Adriano,  6 a no total. Neymar participou das jogadas dos seis gols e ainda perdeu um pênalti.

Os adversários que se cuidem que este Barça cada vez mais afinado, pois o técnico Luis Enrique prometeu depois da goleada sobre a Romsa:

– O melhor ainda está por vir. Falta muito. Estamos em um momento mágico e temos que estender isso ao máximo.

Flamengo garante reforço para a próxima temporada

Guerrero: reforço para 2016

Guerrero: esperando 2016 chegar

O Flamengo ainda vai escolher o presidente, talvez mude de técnico, mas já conta com um grande reforço para a próxima temporada.

Há quem garanta que José Paolo Guerrero Gonzales, aquele que era ídolo do Corinthians e divide com Teófilo Cubillas a honra de maior artilheiro da seleção peruana em todos os tempos, voltará ao futebol em 2016 com a camisa do Fla.

É possível, até mesmo provável, pois não se pode acreditar que, aos 31 anos, que serão 32 no primeiro dia de 2016, Guerrero tenha desaprendido a jogar futebol e já não reconheça em campo os caminhos que levam ao gol.

Neste 2015, depois de marcar pelo Corinthians seis gols no Paulistão e quatro na Libertadores, o artilheiro peruano foi para o Flamengo, estreou no dia 8 de julho com um gol nos 2 a 1 sobre o Internacional, pela 12ª rodada do Brasileirão, e de lá para cá marcou apenas mais três vezes, uma delas na Copa do Brasil.

Pelo Peru, fez quatro gols na Copa América, dividindo com o chileno Eduardo Vargas a posição de artilheiro da competição. Em quatro jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, no entanto, marcou um golzinho só – na derrota para o Chile por 4 a 3, no dia 13 de outubro.

O último gol de Guerrero pelo Fla já tem mais de três meses, foi em 23 de agosto – nos 2 a 1 sobre o São Paulo pela 20ª rodada do Brasileirão.

A escassez de gols é contrabalançada pela abundância de cartões amarelos, oito em 15 jogos, aos quais se deve acrescentar um vermelho.

O Flamengo não fez bem a Guerrero, que não fez bem ao Flamengo. No domingo, punido mais uma vez pelo acúmulo de cartões, ele não jogará contra o Atlético Paranaense. Não jogará mesmo. Ou seja: nem entrará em campo.

Melhor assim, Guerrero tem de se guardar para quando 2016 chegar. O Flamengo será outro quando Guerrero voltar ao futebol.

Mais Nordeste na Série A, mais Sul na Série B

Será outra a geografia do futebol brasileiro em 2016:

♦ O Nordeste ampliará a participação na Série A, com a chegada do Vitória e do Santa Cruz para fazer companhia ao Sport, e perderá espaço na Série B, com a queda do ABC para a Série C, que também pode receber o Ceará.

♦ O Sul terá menor presença na Série A com a queda do Joinville e, no mínimo, mais um time – o Avaí, o Figueirense ou o Coritiba. Em compensação, hoje representado apenas por Paraná e Criciúma na Série B, aumentará a bancada com os dois ou três rebaixados da A e mais o Londrina e o Brasil de Pelotas, promovidos da C.

Se…

Se valessem apenas as últimas dez rodadas do Brasileirão, como acha que deveria ser a nossa copeira Maria Antonieta, adepta da tese de que futebol é momento, o Vasco estaria brigando ferozmente por uma vaga no G-4.

Confira os números:

– Corinthians: 26 pontos, oito vitórias, 20 gols de saldo

– Cruzeiro: 22 pontos, seis vitórias, 11 gols de saldo

– Ponte Preta: 17 pontos, cinco vitórias, cinco gols de saldo

– Atlético Mineiro: 17 pontos, cinco vitórias, um gol de saldo

– Vasco: 17 pontos, quatro vitórias, quatro gols de saldo

Lá embaixo, o que faz Maria Antonieta pensar em sair distribuindo brioches pela comunidade, o Flamengo estaria vivendo o que, na real, vive hoje o Vasco.

Vamos aos números do hipotético Z-:

20º – Goiás: sete pontos, duas vitórias, dez gols de déficit

19º – Joinville: oito pontos, duas vitórias, seis gols de déficit, oito gols marcados  

18º – Flamengo: oito pontos, duas vitórias, seis gols de déficit, nove gols marcados

17º – Avaí: nove pontos, duas vitórias, oito gols de déficit

16º – Palmeiras: nove pontos, duas vitórias, sete gols de déficit

Levir continua sem saber se sai ou se fica

Levir Culpi, que comandou o Cerezo Osaka por seis temporadas antes de voltar para o Atlético Mineiro, lamenta a indefinição sobre a renovação do contrato que vence no final de dezembro e anda com saudades do Oriente:

– Lá no Japão, um mês antes já sabia se eu ia ficar ou não.

Aos repórteres que, depois do 2 a 2 de ontem com o Goiás, queriam saber como vão ficar as coisas, respondeu perguntando:

– Sabem quantas pessoas estão interessadas no meu lugar? Muitas. Sabem quantas estão ligando para o presidente neste momento?

Alguns dirigentes do Atlético querem que Levir continue, outros querem defenestrá-lo.

Coritiba 1 x 0 Santos redefine o G-4 e o Z-4

Com o time quase todo reserva, o Santos foi derrotado pelo Coritiba por 1 a 0 no Couto Pereira e deixou de tirar proveito da ajuda que mais cedo lhe deu o Corinthians, ao golear o São Paulo por 6 a 1.

Se tivesse vencido, estaria no G-4, com 58 pontos, dois à frente do São Paulo e do Internacional, que venceu o Grêmio por 1 a 0 e voltou à briga pela vaga na Libertadores de 2016.

Estacionado nos 55 pontos, o Santos está agora praticamente obrigado a conquistar a Copa do Brasil nas finais contra o Palmeiras, que começam nesta quarta-feira na Vila Belmiro, para chegar à Libertadores.

Pelo Brasileirão, já estão garantidos o Corinthians, o Atlético Mineiro e o Grêmio. A briga pela quarta vaga, segundo as previsões do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, ficou assim:

♦ São Paulo – 52.2% de chances

♦ Internacional – 34.1% de chances

♦ Santos – 12.1% de chances

A vitória do Coritiba tirou-o do Z-4, de onde não sai mais o Joinville, derrotado pelo Vasco por 2 a 1.

Depois desta 36ª rodada, em que o Figueirense empatou com a Chapecoense por 0 a 0, o Goiás empatou com o Atlético Mineiro por 2 a 2 e o Avaí perdeu para o Fluminense por 3 a 1, cinco times lutam para fugir do rebaixamento, mas só três escaparão.

A taxa de risco de cada um, segundo os matemáticos mineiros :

♦ Goiás – 96.7%

♦ Vasco – 87.4%

♦ Avaí – 80.3%

♦ Coritiba – 20.4%

♦ Figueirense   15.2

O Infobola dá números ligeiramente diferentes:

♦ Goiás – 95%

♦ Vasco – 87%

♦ Avaí – 70%

♦ Coritiba – 24%

♦ Figueirense – 24%

Uma mancha na campanha do Atlético Mineiro

A incapacidade de reagir minimamente às vicissitudes nas rodadas recentes e decisivas manchou a campanha do Atlético Mineiro neste Brasileirão, poderia lhe custar o vice-campeonato se o Internacional não tivesse vencido o Gre-Nal há pouquinho por 1 a 0 e ainda pode determinar a saída de Levir Culpi, que pressentiu a mancha, por motivos outros e equivocados, bem antes dos últimos vexames, como este de hoje, o empate por 2 a 2 com o Goiás no Independência.

Nas últimas dez rodadas, a campanha do vice-líder se compara à do Vasco, que demorou a sair da lanterna e ainda corre sério risco de cair para a Segundona. Foram apenas 17 pontos ganhos. O Corinthians ganhou 26.

Se forem mesmo vice-campeões brasileiros, os atleticanos deveriam dividir com os colorados o prêmio de R$ 6,3 milhões que a CBF lhes pagará – ou, pelo menos, os R$ 2 milhões a mais do que receberá o terceiro colocado.

Como se fosse uma decisão

No Itaquerão, após Corinthians 6 x 1 São Paulo, Ralf recebe a taça de campeão brasileiro

Após Corinthians 6 x 1 São Paulo, Ralf recebe a taça de campeão brasileiro

Enganou-se quem acreditou, como este blogueiro, que a ausência do trio Gil-Elias-Renato Augusto e o clima de festa no Itaquerão favoreceriam o São Paulo em sua luta para continuar no G-4.

O Corinthians, ainda mais reserva do que se prenunciava, não perdoa. Joga sempre como se fosse decisão. Tite não permite poupança de energia em campo. E, sem perder a vibração, o Corinthians decide as paradas com a frieza de campeão.

Não tem Elias, Jadson nem Renato Augusto?

Bruno Henrique vai lá e faz Corinthians 1 x 0 São Paulo.

Malcom e Vagner Love não estão em campo?

Romero faz 2 a 0.

O primeiro tempo está acabando, Gil também não veio?

Pouco importa: Edu Dracena faz 3 a 0.

Vamos ao segundo tempo.

Danilo, o polivalente camisa 12, no exercício mais uma vez da titularidade, como diria Tite nos velhos tempos, se dá ao luxo de fazer uma assistência, de letra, para o talismã Lucca marcar o seu: 4 a 0.

E como o talismã estava esperando a bola cruzada por Romero, o tricolor Hudson achou melhor cortar o caminho e tocá-la logo para as redes de Denis: 5 a 0.

Será que o São Paulo não vai esboçar nenhuma reação? Não diziam por aí que Paulo Henrique Ganso e até Alexandre Pato eram os responsáveis pela apatia que tantas vezes o São Paulo de Milton Cruz, Juan Carlos Osorio e Doriva mostrou em campo? Nenhum deles está em Itaquera.

E o São Paulo reagiu muito de leve, com um gol de Carlinhos um pouco depois da metade do segundo tempo. Diminuiu o vexame: 5 a 1.

Teremos mais?

Sim, claro. O Corinthians não sossega. Pênalti de Reinaldo em Romero. Cristian bate e faz 6 a 1.

Acabou? Não. O São Paulo também tem um pênalti a seu favor. Alan Kardec cobra, Cássio defende.

Algum titular do Corinthians tinha de mostrar serviço.

Acabou a festa. É hora de o capitão Ralf receber a taça.

Um Gre-Nal como não se vê há mais de um século

Argel Fucks ainda trabalhava no Figueirense, mas sete dos 11 colorados que ele deve mandar a campo para enfrentar o Grêmio às 17 horas no Beira-Rio estão entre as vítimas do massacre de 9 de agosto: Alisson; William, Ernando, Rodrigo Dourado, Anderson, Vitinho e Lisandro López.

Foi pela 17ª rodada deste Brasileirão, diante de 46.010 torcedores, na Arena Grêmio. O Inter ainda procurava um substituto para Diego Aguirre, o Grêmio tinha trocado Luiz Felipe Scolari por Roger Machado 13 rodadas antes.

Mal o jogo começou, o gremista Douglas perdeu um pênalti. Mal sinal? Não para os gremistas.

Dali em diante, o Grêmio massacrou o Inter, enfiando-lhe 5 a 0, sua mais escancarada vitória num Gre-Nal desde 1912, quando tinha vencido por 6 a 0. Foi um dos três maiores vexames colorados na história do Campeonato Brasileiro, igual às derrotas 5 a 0 para a Chapecoense em 2014 e para o São Caetano em 2003.

Além do comandante Roger Machado, oito dos algozes gremistas daquele 9 de agosto vão se reencontrar com as vítimas daqui a pouco. São Marcelo Grohe, Rafael Galhardo, Pedro Geromel, Erazo, Marcelo Oliveira, Giuliano, Douglas e Luan.

O jogo vale para os colorados a última chance de continuar sonhando com uma vaga na Libertadores em 2016. Para o Grêmio, a permanência no terceiro lugar do Brasileirão,  a três pontos, no máximo, do Atlético Mineiro, uma semana antes de recepciona-lo em Porto Alegre em confronto direto pela vice-liderança.

Na verdade, o Gre-Nal deste domingo se basta como revanche daquele 9 de agosto.