Arquivo mensal: julho 2015

Santos tem novo treinador, não se sabe até quando

Dorival Júnior: de volta

Dorival Júnior: mais um que volta à Vila Belmiro

Dorival Júnior é o novo técnico do Santos.

Novo é um jeito de dizer. É a segunda vez que ele comandará a equipe santista.

Do ano 2000 até agora, sem contar os  interinos, o Santos teve os seguintes treinadores: Carlos Alberto Silva, Giba, Carlos Alberto Parreira, Geninho, Serginho, Cabralzinho, Celso Roth, Emerson Leão, Márcio Fernandes, Vanderlei Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira, Alexandre Gallo, Nelsinho Baptista, Vanderlei Luxemburgo de novo, Emerson Leão novamente, Cuca, Márcio Fernandes outra vez, Vágner Mancini,  mais uma vez  Vanderlei Luxemburgo, Dorival Júnior, Adilson Batista, Muricy Ramalho, novamente Oswaldo de Oliveira,  Enderson Moreira e  Marcelo Fernandes.

Incluindo Modesto Roma Júnior, o atual, são quatro os presidentes no mesmo período.

A Argentina ganha na Fifa o que perde em campo

Ganhar um canequinho que é seja nem pensar.

Como todos sabem, embora nunca seja demais rememorar, a seleção argentina completou no dia 4 um jejum de 22 anos sem um título sequer – período em que o Brasil foi duas vezes campeão do mundo, quatro vezes campeão da Copa das Confederações e outras quatro campeão da Copa América.

Já no ranking  da Fifa a Argentina está bem até demais – chegou hoje ao primeiro lugar, à frente da Alemanha campeã do Mundo.

Nem o FBI explica.

Os campeões só dão vexame

O que têm em comum o Goiás, o Internacional, o Santos, o Vasco e o Joinville nesta temporada?

São todos campeões estaduais e estão todos afundados entre o 14º lugar e a lanterna no Brasileirão.

E ainda há quem leve a sério os longos campeonatos estaduais que abrem a temporada.

E o Atlético é ainda mais líder

Pratto: gol nos 2 a 1 sobre o Sport

Pratto: gol abre caminho para vitória sobre o Sport

Caiu na noite desta quarta-feira, 8, o último invicto do Campeonato Brasileiro. No Mineirão, o Atlético Mineiro, com gols de Lucas Pratto e Giovanni Augusto, derrotou por 2 a 1 o Sport e se isolou na liderança do campeonato, com 26 pontos.

Em seguida, com 23, vêm o Grêmio, que perdeu para a Chapecoense por 1 a 0, e o próprio Sport, que não perdia um jogo do Brasileirão desde a 31ª rodada da edição de 2014.

Fecha o G-4, por enquanto, o Palmeiras reanimado por Marcelo Oliveira, que chegou aos 21 pontos ao abater o Avaí por 3 a 0 no Allianz Parque e leva a vantagem no saldo de gols contra o São Paulo, que em Brasília triturou o Vasco por 4 a 0.

A quarta foi perfeita para os atleticanos tanto quanto desastrosa para vascaínos e santistas, que se vão habituando ao Z-4. Goleado por 4 a 1, o Santos não somente se afundou um pouco mais como deu uma folguinha ao Goiás na trilha rumo ao rebaixamento.

Quem também está na fronteira vermelha é o Internacional, que perdeu em casa por 2 a 1 para o Flamengo, com direito a levar o primeiro gol de Paolo Guerrero com a camisa rubro-negra.

Nesta quinta, os palmeirenses vão torcer por um empate entre Corinthians e Atlético Paranaense no Itaquerão e uma vitória do Cruzeiro sobre o Fluminense no Maracanã. Só assim não sairão da posição em que se instalaram no G-4.

Noite de aflições no Brasileirão

Aflições de intensidade variada vão rolar na noite desta quarta-feira, 8 de julho, mas dois jogos em distintas faixas da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro têm especial importância:

Atlético Mineiro x Sport – Vale a liderança. Vencendo no Mineirão, o Atlético continua lá. Perdendo, a liderança ficará entre Sport e Grêmio, que vai encarar a Chapecoense em Santa Catarina.

Goiás x Santos – Quem perder no Serra Dourada, fica no Z-4 e, dependendo de outros resultados, pode ir para a vizinhança do lanterna Joinville.

Palmeiras, contra o Avaí no Allianz Parque lotado, e São Paulo, contra o Vasco em Brasília, também fazem jogos decisivos para suas pretensões de pelo menos encostar no G-4, mas para tal precisam, além das próprias forças, contar com a fraqueza de outros.

A noite promete não apenas aflições, mas também muitas emoções.

Não deixe de ver Daniel Alves, linguarudo e verdadeiro

Daniel Alves, na ESPN: "Não conto mentira"

Daniel Alves, na ESPN: “Não conto mentira”

Daniel Alves deu ao programa Bola da Vez, da ESPN, o mais franco, profundo, lúcido e bem humorado depoimento de um jogador brasileiro nos últimos tempos. Talvez surpreendidos pela sinceridade e clareza do entrevistado, os entrevistadores  Dan Stulbach,  André Kfouri e Mendel Bydlowski tiveram a sabedoria de pouco interrompê-lo para muito ouvi-lo.

No programa exibido ontem, o lateral do Barça falou com enorme desenvoltura sobre o futebol brasileiro, a Seleção e o Barcelona, fez algumas revelações preciosas e assim resumiu sua surpreendente participação:

– Eu pago por ser linguarudo, mas não conto mentira.

A entrevista é imperdível e ainda pode (melhor, deve) ser vista nos seguintes horários:

♦ quarta-feira, dia 8, às 19h30, na ESPN+

♦ quinta-feira, dia 9, às 19h45, na ESPN Brasil

♦ sábado, dia 11, às 18h45, na ESPN Brasil

♦ domingo, dia 12, às 10h20, na ESPN Brasil

Elas batem recorde de audiência nos EUA

A informação está no site da Fifa: EUA 5 x 2 Japão, o jogo decisivo do Mundial de Futebol Feminino, foi acompanhado por 25,4 milhões de telespectadores na FOX e mais 1,3 milhão na Telemundo.

É o recorde de audiência de um jogo de futebol na televisão norte-americana.

Sobre um certo 8 de julho

Brasil x Alemanha Felipão 087xxx

Não é uma lembrança agradável, mas tanto se está falando do 8 de julho de 2014 que resolvi desenterrar – e, em dia de luto, não há palavra mais adequada – alguns pitacos postados naquele época na coluna que escrevia no site Migalhas.

Afinal, pouco ou nada mudou no futebol brasileiro desde aqueles  7 a 1.

Se você tiver curiosidade e paciência, pode acessar as colunas na íntegra clicando aqui.

Se a impaciência com o tema não for grande o bastante para procurar mais o fazer do que ler memórias tão desagradáveis, basta ir rolando a página e conferir os pitacos que escolhi rememorar sobre o 8 de julho e os dias seguintes. Vamos lá:

♦ O jogo que a FIFA viu

Observadores técnicos e estatísticos da FIFA viram assim o jogo Brasil 1 x 7 Alemanha:

Chances de gol – Brasil 55 x 34 Alemanha

Finalizações – Brasil 18 x 14 Alemanha

Passes dentro da área – Brasil 19 x 11 Alemanha

Posse de bola – Brasil 52% x 48% Alemanha

Chutes certos – Brasil 13 x 12 Alemanha

E o mais curioso é que, segundo as estatísticas da entidade, o jogo teve 56min9 de bola corrida. Ou seja: a cada 38 segundos, um dos dois times criava uma chance de gol.

♦ Jovem é a Alemanha, Felipão!

Aparentemente sereno na entrevista coletiva após o vexame brasileiro da terça-feira, Luiz Felipe Scolari invocou o tempo de trabalho e a continuidade como exemplos para o sucesso da seleção alemã na Copa e acenou com um futuro igualmente luminoso para o Brasil, afirmando que “teremos 12, 13 ou 14 jogadores deste grupo preparados para a Copa de 2018”.

Na verdade, dos 23 jogadores de Felipão, somente Neymar, Oscar e Bernard terão menos de 30 anos na Copa que será disputada na Rússia. Farão 30 anos em 2018 o lateral Marcelo, o volante Paulinho e o meia Willian. O zagueiro David Luiz, destaque de 2014 apesar da atuação atabalhoada contra a Alemanha e candidato a líder da nova geração, e os volantes Luiz Gustavo e Ramires já terão feito 31 anos.

♦ Renovação é com a Alemanha

Não terão ainda 30 anos na Copa de 2018 os titulares Boateng, Hummels, Ozil, Muller, Kroos. Quase sempre titular agora, Goetze terá 26 anos. Hoewedes, se for à Rússia, lá desembarcará com 30 anos. Khedira terá feito 31 dois meses antes da abertura. Reservas que foram utilizados por Joachim Low no Brasil, o zagueiro Shkodran Mustafi terá 26 anos, o volante Christoph Kramer terá 27 e o meia Julian Draxler ainda não terá completado 25. O goleiro Ron-Robert Zieler chegará à Copa com 29 anos, mas muito dificilmente tomará o lugar do excepcional Neuer, que terá então 32 anos e três meses – ou seja, dois anos e meio a menos do que tem hoje o nosso Júlio César.

Toni Kroos, o meia de 24 anos que foi o grande destaque dos 7 a 1, completou contra o Brasil seu décimo jogo numa Copa do Mundo – quatro e m 2010, seis agora em 2014. Thomas Muller, que vai fazer 25 anos em setembro, já tem 12 jogos em Copas – seis na última seis nesta. Mesut Ozil tem 13 – os sete de 2010 e os seis de 2014.

Neymar, Oscar e Bernard, somados, participaram de 14 partidas da Copa.

♦ Que vergonha, gente!

É verdade: o árbitro argelino Djamel Haimuidi presenteou os holandeses, aos dois minutos de jogo, ao transformar em pênalti a falta cometida por Thiago Silva em Robben fora da área.

É verdade: De Guzmán estava impedido ao receber a bola de Robben e cruzar para David Luiz dar uma preciosa assistência que Blind agradeceu para fazer 2 a 0 aos 16 minutos.

É verdade: aos 34 minutos, o cegueta argelino também não viu o agarrão de Vlaar em David Luiz dentro da área e, portanto, roubou ao Brasil a chance de fazer 1 a 2. E, aos 20 do segundo tempo, não viu o zagueiro holandês usar o braço para cortar uma bola na área.

É igualmente verdade que o quarto lugar em 2014 é uma posição melhor do que o Brasil alcançou nas Copas de 1966 (com Pelé, Garrincha, Gerson, Tostão e Jairzinho, entre outros, no grupo), 1982 (com Edinho, Junior, Falcão, Zico e Sócrates), 1986 (com Edinho, Junior, Sócrates, Zico, Careca, Muller e Casagrande), 1990 (com Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Ricardo Gomes, Dunga, Muller, Careca e Romário), 2006 (com Cafu, Roberto Carlos, Juninho Pernambucano, Robinho, Ricardinho, Ronaldinho Gaúcho, Fred e Ronaldo) e 2010 (com Julio Cesar, Daniel Alves, Maicon, Ramires, Kaká, Luís Fabiano e Robinho). E é a mesma colocação alcançada pelo Brasil de Leão, Carpegiani, Rivellino, Paulo César Caju e Jairzinho na Copa de 1974.

Nenhuma destas verdades apaga, porém, a vergonha de termos perdido em casa por 3 a 0 para a Holanda no sábado, 12, oito dias depois de sermos goleados por 7 a 1 pela Alemanha. Vergonha maior o futebol brasileiro jamais viveu. Nem igual. É a pura verdade.

♦ Mistério

Acaba a Copa do Mundo, ficará a dúvida: onde ficou o futebol instigante e intenso da Seleção na Copa das Confederações? Como aquele Brasil compacto, organizado e insistente no ataque virou este bando dividido em linhas estanques, nervoso e cheio de pressa para se livrar da bola, como vimos em tantos momentos dos cinco primeiros jogos e quase sempre no duplo vexame diante da Alemanha e da Holanda?

Por que diabos a Seleção não conseguiu resgatar aquele futebol de um ano atrás que nos deu, mais do que a esperança, a convicção de que éramos favoritos ao título mundial, mesmo sabendo que a Alemanha viria ao Brasil com um time tecnicamente superior a todos os adversários?

♦ O que fazer?

São tantas as análises, os meros palpites, as boas e más intenções, os interesses dissimulados ou ostensivos publicados nos últimos dias sobre o que fazer com o futebol brasileiro nos próximos tempos que mal consigo digeri-los e processá-los.

Esta é uma discussão e uma tarefa de todos os brasileiros que se interessam pelo futebol. Foi a sociedade que o criou e tantas vezes o reinventou pelos campos do Brasil afora. É, portanto, a nação que pode salvá-lo mais uma vez – e não cartolas ou os governantes.

Agora que se deu a tragédia, poupo você de mais pitacos.

De qualquer maneira, se quiser ler uma palhinha do que penso sobre o assunto, dê uma olhadinha na coluna A Copa do Mundo é nossa. E daí?, publicada em 14 de abril. Para lê-la, clique aqui. Se lhe sobrar paciência, clique aqui para ler também a última coluna escrita em 2010 – A Copa do Mundo é nossa.

♦ Fim de papo

Se alguém tivesse dito que ganharíamos por 7 a 1, eu não teria acreditado, mas achei que fomos incríveis, é tudo o que posso dizer. Viemos aqui para ser campeões, estamos felizes e aliviados por seguir adiante, mas ainda falta um jogo. Ninguém ganhou a Copa do Mundo numa semifinal. 

TONI KROOS, protagonista da Alemanha que impôs à Seleção Brasileira o maior vexame em um século de história

A gente pode até dizer que sai meio perdido, né?

RAMIRES, camisa 16 do Brasil, perdidinho da silva após a derrota por 3 a 0 para a Holanda, em entrevista a Mauro Naves, da Globo.

Rivaldo barra o genro e veste a camisa 10 do Mogi

Rivaldo: presidente em campo - Fotos: Geraldo Bertanha/Mogi Mirim

Rivaldo: presidente em campo – Fotos: Geraldo Bertanha/MM

Preocupado com a situação do Mogi Mirim, lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro com apenas três pontos ganhos nas dez primeiras rodadas, o presidente Rivaldo Vítor Borba Ferreira resolveu voltar aos campos e, com a camisa 10 e a faixa de capitão, vai enfrentar o Náutico às 19h30.

Para dar ao quarentão Rivaldo um lugar no time, o técnico Sérgio Guedes barrou o meia Gustavo, que tem 19 anos e namora a filha do presidente, capitão e novo camisa 10 do Mogi Mirim.

O adversário do Mogi, pernambucano como Rivaldo, está no G-4 da Segundona, em terceiro lugar, com 21 pontos, a  apenas dois do líder Botafogo.

Atualização

E, de virada, finalmente o Mogi venceu pela primeira vez na Série B. Estava 1 a 0 para o Náutico até Rivaldo ser substituído pelo genro Gustavo aos 22 minutos do segundo tempo. Três minutos depois, o Mogi empatou. Aos 43, virou.

O vaivém da bola só não abala o prestígio de Tévez

Tévez: reencontro com o Boca na semana que vem

Tévez: após frustração com a seleção, reencontro com o Boca 

Era hoje, mas foi adiado para a semana que vem, não se sabe ainda em qual dia, o reencontro de Carlito Tévez com sua gente na Bombonera.

A torcida do  não se incomoda de esperar mais um pouco pelo ídolo que curte suas merecidas férias depois de um ano de conquistas com a Juventus, campeã da Itália e vice-campeã da Europa, e quase um mês de frustração com a seleção argentina que perdeu para o Chile a Copa América.

Tévez já disse, certa vez:

– Quanto à Seleção, a questão é simples. Para mim, não há nada mais lindo do que jogar com a camiseta celeste e branca.

Pois foi o que lhe negou Tata Martino nos campos do Chile.

Em toda a Copa América, Tévez jogou apenas 18 minutos do 2 a 2 com o Paraguai, 12 do 1 a 0 sobre o Uruguai, 22 do 1 a 0 sobre a Jamaica, os três  pela primeira fase, e outros 22 do 0 a 0 com a Colômbia pelas quartas de final, o suficiente para, na decisão por pênaltis, garantir a classificação da Argentina para semifinal contra os paraguaios.

Somadas as quatro participações, não dá um jogo inteiro.

Tata Martino só não fez pior do que o antecessor Alejandro Sabella, que nem sequer o trouxe ao Brasil para disputar a Copa do Mundo de 2014 – para desgosto e irritação de 90% dos argentinos, segundo as pesquisas divulgadas na época.

Até por isso, embora frustrado, Tévez volta agora ao futebol argentino sem um arranhão sequer em sua imagem de ídolo. Muito pelo contrário, é cada vez mais ídolo.

Enquanto isso, Lionel Messi é criticado nos bares, nas ruas, nas filas e principalmente nos jornais, sites, rádios e tevês.

É por essas e outros que Claudio Ibrahim Vaz Leal, o Filósofo de Bagé que foi campeão do mundo em 1994 com o codinome de Branco, ensina aos seus discípulos: “O futebol é como as marés, vai e vem”.