A comissão de arbitragem da CBF inaugurou nesta 29ª rodada do Brasileirão a arbitragem por controle remoto.
Coube ao baiano Jailson Macedo Freitas a desonra de ser o primeiro a receber ordens de fora do campo para voltar atrás em lance que ele julgara por contra própria – erradamente, reconheça-se – e, assim, chamar de volta ao gramado o palmeirense Egídio que tinha mandado para os chuveiros da Arena Condá.
Aconteceu aos 15 minutos de Chapecoense 2 x 0 Palmeiras. William Barbio, em arrancada rumo ao gol de Fernando Prass, driblou Vitor Hugo e foi desarmado em seguida por Egídio com um carrinho perfeitamente legal. Jailson marcou falta e expulsou o lateral palmeirense.
Cercado por jogadores do Palmeiras, o árbitro se rendeu às reclamações e foi conversar com o bandeirinha até que apareceu na rodinha o quarto árbitro, o gaúcho Daniel Nobre Bins, para convencê-lo de que ele tinha errado na marcação da falta e na expulsão.
Jailson mandou chamar Egídio de volta, voltou ele mesmo ao campo, anulou tudo o que fizera e recomeçou o jogo com uma bola ao chão.
Tudo certo. Cinco minutos depois de errar em dose dupla, o árbitro corrigira os erros.
Fica uma pergunta, porém: de sua mesinha ao lado do campo, como o quarto árbitro enxerga melhor do que o árbitro principal lá dentro?
A tecnologia eletrônica, cujo uso não é autorizado pelas regras do futebol e foi oficialmente negado à CBF pela Fifa há poucos dias, talvez explique.
O jogo teve outros quiproquós produzidos pela arbitragem, que felizmente acabaram não influindo no resultado: acachapantes 5 a 1 para a Chapecoense.
Se tivesse direito de escolha, muito provavelmente Egídio teria preferido continuar no vestiário.