Arquivo diário: 13 de novembro de 2015

Seleção escapa de desastre na Argentina

Willian, Lucas Lima e Neymar: Brasil melhora no segundo tempo - Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Willian, Lucas Lima e Neymar: Brasil reage no fim – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Rola a bola no Monumental de Núñez. O Brasil começa no sistema 10-Neymar. E tome bola esticada da linha de defesa para o ataque e sempre retomada pela Argentina, que explora a avenida Filipe Luís e vai criando pela direita de seu ataque sucessivas chances de finalização contra Alisson.

Até os 15 minutos,  é como se o Brasil não tivesse meio de campo.

Como tem sido comum nos últimos jogos da Seleção, com exceção do bom primeiro tempo contra o Chile na abertura destas Eliminatórias, há um enorme vazio entre a linha do meio do campo e a entrada da área que a Argentina explora muito bem em suas manobras ofensivas.

Já são 25 minutos de jogo. Como é mesmo o nome do goleiro argentino?

E quem é aquele moço espigado, não tão moço assim, que veste a camisa 9 do Brasil e ainda não teve nenhum contato com a bola?

Passam-se mais dez minutos e, de tanto evoluir livremente pelo lado esquerdo da defesa brasileira, a Argentina faz 1 a 0: Higuaín, como se fosse ponta, cruza para Lavezzi, como se fosse centroavante, tocar para as redes. Alguém viu Filipe Luís por aí? Procurando-o, David Luiz nem viu Lavezzi.

Daqui a pouco, acaba o primeiro tempo e a gente vai continuar sem saber quem é o moço da camisa 9 amarela e como é o nome do goleiro argentino.

Acabou. E quase a Argentina faz 2 a 0 logo aos 2 minutos do segundo. Daniel Alves impediu o primeiro arremate de Banega, o poste direito de Allisson salvou o segundo. É como já disse um certo Francisco: o papa é argentino, mas Deus é brasileiro.

É preciso, porém, que Neymar ajude. Ninguém ganha jogo sozinho, nem a Divina Providência.

Aos 8, o capitão finalmente aparece no jogo e arrisca de fora da área um chute que assusta Romero. Pelo menos, a gente já sabe o nome do goleiro argentino.

Aos 11, Dunga tira o moço da camisa 9 e bota em campo Douglas Costa, com a 7.

Os céus reconhecem o esforço brasileiro para mudar as coisas. Um minuto depois, Neymar estica a bola para Daniel Alves na direita. O lateral cruza com veneno e Douglas Costa cabeceia no travessão. A bola sobra para Lucas Lima, que, de canhota, emenda para o gol: 1 X 1.

– Eu chutei para o chão procurando dificultar o goleiro – explicaria, mais tarde, o craque santista.

Agora, sim. Aos poucos, o jogo fica mais equilibrado.

Com um cartão amarelo, Lucas Lima é substituído por Renato Augusto aos 18 minutos. O meio de campo do Brasil, mais consistente, passa a tocar a bola, a Argentina se encolhe um pouco, Willian finalmente aparece nas jogadas de ataque.

Depois do primeiro tempo desastroso, o 1 a 1 acabou sendo um bom negócio para a Seleção, mais uma vez prejudicada, nos últimos minutos, por repetidas mancadas de David Luiz, que recebeu o cartão vermelho após duas faltas violentas e estará fora do jogo contra o Peru na terça-feira em Salvador. Talvez não seja má notícia.

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Roger diz aos gremistas que fica

Não é porque o segundo lugar no Brasileirão ficou muito difícil que Roger Machado jogou a toalha. Depois do treino desta sexta-feira, ligado no jogo do dia 19 contra o Fluminense e disposto a garantir matematicamente a vaga na Libertadores de 2016, ele não gostou de ser perguntado sobre a renovação de contrato com o Grêmio:

– Não gostaria de abrir a coletiva falando disso. A verdade é que estamos em um momento decisivo em campo. Qualquer energia que a gente gaste em outro lado pode alterar o foco do time.

Não parece conversa fiada de quem quer endurecer nas negociações, ouviu-se muito bem ao longo da entrevista, em que ele deixou repetidamente muito claro:

­- Estamos conversando. É um processo natural de negociação. Meu desejo é permanecer. Todos sabemos disso, e não vai haver nada tão relevante que vá dificultar a finalização deste processo.

Alguma dúvida?

– Não me vejo num futuro breve em outro lugar que não dando continuidade ao que construímos neste ano. Nunca escondi isso.

Messi, sempre fominha, está voltando

Messi: batendo uma bolinha com o pessoal do Barça B

Messi: batendo uma bolinha com o pessoal do Barça B

Luis Enrique deu folga de três dias aos jogadores que não estão a serviço de suas seleções nestas datas Fifa, mas Lionel Messi mostrou mais uma vez o quanto é fominha e, ainda em tratamento para se recuperar da contusão que o mantinha longe dos campos desde o final de setembro, apareceu para bater uma bolinha com o pessoal do Barça B.

O treinador Gerard López reuniu a rapaziada e ordenou claramente que todos tratassem de recolher a perna quando Messi estivesse com a bola. E assim foi feito. Mais difícil será convencer o próprio Messi de que ele tem de maneirar nos próximos dias e tirar da cabeça a ideia de voltar ao time A no dia 21 contra o Real em Madri.

Temporada de dúvidas

Há quem diga por aí que já começou a temporada de 2016 para os grandes clubes brasileiros.

Será?

Levir Culpi ainda não sabe se terá o contrato com o Atlético Mineiro renovado.

Oswaldo de Oliveira ainda não sabe se será mantido no comando técnico do Flamengo.

O são-paulino Milton Cruz ainda não sabe de quem será auxiliar técnico.

Jorginho ainda não sabe que campeonato o Vasco estará disputando.

Brasil testa na Argentina uma ‘geração de ouro’. Será?

– Está surgindo uma nova geração dourada no futebol brasileiro, com Neymar, Oscar, Lucas Moura, Philippe Coutinho, Willian, Roberto Firmino e Douglas Costa.

Lazaroni: hexa em 2022

Lazaroni: ‘geração de ouro’ pode ser hexa 

Quem diz isso, em entrevista ao site da Fifa (em espanhol) é Sebastião Lazaroni, que comandou a Seleção na Copa do Mundo de 1990 e hoje é treinador do Qatar Sports Club.

Com a experiência de quem trabalhou quatro anos antes com jogadores como Taffarel, Jorginho, Branco, Dunga, Bebeto e Romário, que seriam campeões do mundo em 1994, Lazaroni diz que a “geração dourada” ainda precisa amadurecer:

– Acredito que o grupo vai alcançar a maturidade, tendo Neymar como líder, na Copa do Mundo do Qatar, em 2022, quando poderá conquistar o sexto título mundial para o Brasil. A Copa da Rússia está perto demais para esta geração.

O técnico que foi tirado nas oitavas de final da Copa de 1990  pela Argentina de Maradona e Caniggia enxerga o jogo desta noite no Monumental de Núñez como um teste precioso para a Seleção:

– A atuação do Brasil em Buenos Aires será muito importante a longo prazo. É o primeiro passo para que este grupo jovem e talentoso se una e encare as responsabilidades do futuro.

Lazaroni faz questão de lembrar que os desfalques não anulam o poderio argentino dentro de casa:

– A Argentina é poderosa, mesmo sem Messi e Agüero, e tem jogadores ofensivos maravilhosos, especialmente Ángel Di María.