De volta ao batente, Tostão contou em sua coluna do domingo na Folha que tentou ver alguns jogos da Libertadores em seus dias de férias em Roma, mas não encontrou nenhum canal europeu que os mostrasse.
Você tentou ver o Boca x River desta quinta-feira que deveria ter definido o rival do Cruzeiro nas quartas de final da Libertadores?
Então, entendeu por que a mais importante competição de clubes do futebol das Américas não interessa às televisões da Europa. Por razões parecidas, a tevê brasileira também não mostra os jogos do futebol de várzea.
Lá na Bambonera, o River ia segurando o 0 a 0 que lhe bastava para a classificação após ter vencido em casa por 1 a 0, mas seus jogadores foram bombardeados com gás pimenta por torcedores do Boca no caminho de volta ao campo após o intervalo e, é claro, o jogo não foi reiniciado.
Durante infindáveis minutos, árbitro, delegado da Conmebol, dirigentes e técnicos das duas equipes e os aspones das mais variadas procedências ficaram discutindo o que fazer.
Boa parte da torcida foi embora, sabendo que não havia condições para que a bola voltasse a rolar. Bastava ver a imagem de alguns jogadores do River atingidos e queimados pelo spray.
Demorou quase duas horas até que o senhor Darío Herrera decidisse não prosseguir o jogo, quando o regulamento da competição limita em 45 minutos o prazo para que o árbitro tome uma decisão.
É a nova escola sul-americana de arbitragem, como deixou claro o ex-árbitro Leonardo Gaciba, que comenta a atuação de seus coleguinhas no SporTV, ao dizer que mais importante do que a regra é o bom senso para evitar a irritação dos anfitriões e dos torcedores.
Gaciba repete na telinha o comportamento comum a quase todos os árbitros brasileiros com o apito: mais do que a regra, vale a acomodação. O negócio é fazer média.
Os europeus sabem o que estão perdendo.